Characterization of marine environments from the aspiring Geopark Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira

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Main Author: Pierożyńska, Aleksandra
Publication Date: 2021
Format: Master thesis
Language: eng
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10400.1/17532
Summary: Os municípios de Loulé, Silves e Albufeira, em conjunto com a Universidade do Algarve, através do seu Centro de Investigação Marinha e Ambiental - CIMA, juntaram-se para trabalhar na candidatura do aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira a Geoparque Mundial da UNESCO. Este projeto intermunicipal do Sul de Portugal surgiu na sequência da descoberta paleontológica do Metoposaurus algarvensis - um anfíbio gigante extinto que viveu há 227 milhões de anos (Ma). O Geoparque encontra-se ainda na sua fase inicial de desenvolvimento, mas a importância desta candidatura para o futuro do território é significativa não só para a conservação do seu património geológico mas igualmente para o desenvolvimento local. O aspirante Geoparque Algarvensis constitui um território com uma geodiversidade única, que permite revelar vários capítulos da história natural do planeta Terra, e da região do Algarve, que ficaram registados nas rochas das paisagens do Geoparque. O objetivo principal do presente trabalho consiste na caracterização dos paleoambientes marinhos das Eras Paleozóica e Mesozóica, que deram origem ao atual território do Geoparque Aspirante Algarvensis. Este projeto visa uma abordagem holística na educação, conservação, e desenvolvimento sustentável, através da valorização e promoção do património natural e cultural. A base desta investigação paleoambiental e paleobiológica reside na pesquisa, organização e síntese de dados, principalmente bibliográficos, para desenvolver cenários relativos às alterações ambientais marinhas que ocorreram ao longo do tempo geológico e que deram origem às rochas do Geoparque Algarvensis. Esta abordagem científica sintetiza um vasto conjunto de dados da paleontologia, paleoecologia, (paleo)biologia marinha e geologia, a fim de reconstruir a natureza dos habitats e ambientes que existiram no passado, a partir de todas as evidências recolhidas. Estas evidências baseiam-se nas características ambientais dos sedimentos que originaram as rochas encontradas no tetrritório do Geoparque Algarvensis, mas principalmente no conteúdo fossilífero, e na sua paleobiologia, paleoecologia, ocorrência, e diversidade. As rochas do Geoparque Algarvensis "contam" uma história notável, sobretudo marinha, que representa a evolução ambiental do sul de Portugal. A posição da charneira da região algarvia, e o seu património geológico das Eras Paleozóica e Mesozóica, permite vislumbrar mudanças paleoambientais importantes, que ocorreram nos últimos 360 Ma. A caracterização paleoambiental fornecida neste trabalho está dividida em três fases principais: Carbonífero Superior (Paleozóico – I.º Ciclo Wilson), representado pelo fecho do antigo Oceano Rheic e a formação do supercontinente Pangea); Triásico Superior e Jurássico (Mesozóico – II.° Ciclo Wilson), associado à fracturação do continente Pangea, que levou à abertura e evolução do Oceano Atlântico - uma parte notável das paisagens do território Algarvensis, o Barrocal. Todos estes paleoambientes contam uma história única de organismos, ou grupo de organismos, e dos seus habitats, registados na geologia do território do aspirante Algarvensis. O primeiro paleoambiente registado no território, e o único da Era Paleozóica (I.° Ciclo de Wilson), é representado pelo Grupo do Flysch do Baixo Alentejo (BAFG). Estas fácies resultantes de sedimentação em águas profundas incorporam diversos fósseis de goniatites. As espécies refereidas na bibliografia pertencem principalmente a oito famílias da ordem Goniatitida: Cravenoceratidae, Girtyoceratidae, Dimorphoceratidae, Homoceratidae, Reticuloceratidae, Gastroceratidae, Ramositidae, e Neoglyphioceratidae. Este associação fóssil de uma única ordem indica ambientes bastante peculiares, de águas profundas, nas quais as goniatites podiam habitar a diferentes profundidades na coluna de água. Os vários morfotipos das suas conchas indicam numerosos nichos ecológicos, tornando-os num dos grupos faunísticos marinhos mais bem sucedido do final do Período Carbonífero. Esta história baseia-se principalmente na síntese autoecológica, uma vez que não se encontrou outro conjunto fóssil nas fácies do BAFG, e como se trata de grupos extintos, seriam necessário estudos mais detalhados. Por ser o único hotspot de nautiloides no mundo, o Mar de Banda (Sul da Indonésia) pode ser considerado como um ambiente atual equivalente ao da "história do Paraíso das goniatites”. Esta antiga história dos cefalópodes baseia-se sobretudo no conhecimento genérico dos taxa de amonóides planispirais, e não das goniatites em particular, devido ao número reduzido de publicações sobre a fauna amonóide do BAFG. Além disso, a maioria destas publicações são antigas e centram-se apenas na identificação, sistematização paleontológica, estratigrafia, e correlação, dentro da ordem Goniatitida. A futura investigação detalhada (principalmente sobre morfótipos de conchas) deste conjunto de fósseis, pode levar a uma melhor compreensão do paleoambiente paleozoico associado ao território do Algarvensis. No entanto, esta história não durou muito tempo. No final do Carbonífero Superior, as duas grandes massas terrestres colidiram, fechando assim o antigo Oceano Rheic, e criando um novo supercontinente – a Pangea. Esta fase tectónica representa o final do I.° Ciclo de Wilson, acabando com o “paraíso dos cefalópodes”, e fechando assim o primeiro capítulo marinho da história geológica do aspirante Geoparque Algarvensis. O segundo paleoambiente, e o primeiro dentro da Era Mesozóica (II.° Ciclo de Wilson), descrito no presente trabalho, está representado pela Formação do Grés de Silves do Triásico Superior. Esta formação inclui as camadas rochosas das recentes descobertas de várias jazidas fossilíferas com restos do anfíbio gigante - Metoposaurus algarvensis, que estão na origem do projeto do aspirante geoparque algarvensis Loulé-Silves- Albufeira. Além disso, foram também descobertos um crânio de fitossauro e pequenos ossos dérmicos de placodontes (que ainda estão por identificar), tornando a história geológica deste território ainda mais notável. Durante este período, também foi revelada uma história menos conhecida, a dos pequenos Conchostracea (Euestheria minuta, e Pseudoasmussia destombesi). Todo este registo geológico e fossilífero apontam para uma deposição sedimentar numa bacia de rifte, de ambiente de transição de francamente continental para costeiro, caracterizado por condições áridas, que levaram à existência de lagoas temporárias. Por fim ocorreu a deposição de evaporitos, na recém-formada plataforma carbonatada marinha de pouca profundidade do período Jurássico. A região de Afar (África Oriental) é um exemplo atual deste tipo ambiente de transição. Tal como a atividade da Província Magmática do Atlântico Central (CAMP) do final do Triásico, e a consequente fracturação da Pangea, que levou à abertura de um novo mar tropical e estreito (a Bacia do Algarve), a elevada atividade vulcânica nesta região da África Oriental levou à abertura do Mar Vermelho, que à escala geológica é ainda bastante recente. Esta atividade tectónica relacionada com o rifte, abriu o segundo capítulo totalmente marinho da história geológica do aspirante Geoparque Algarvensis. O terceiro paleoambiente (II.° Ciclo Wilson) do território geoparque algarvensis apresentado na presente dissertação, está associado ao desenvolvimento, durante o Jurássico, de uma plataforma carbonatada em águas pouco profundas da Bacia Algarvia, que evoluiu para um estreito mar tropical, com recifes altamente diversificados e abundantes, dominados por corais. Aqui, as bioconstruções complexas produziram um grande número de fósseis de invertebrados, de faunas marinhas semelhantes no atual (Cenozóico). Todos os grupos de invertebrados associados aos fósseis encontrados em fácies do Jurássico, ainda existem nos oceanos atuais. Estas diversas associações fossilíferas dos recifes do Jurássico, permitiram uma caracterização paleoambiental mais detalhada, das formações da Bacia do Algarve, permitindo a utilização da abordagem sinecológica. Em comparação com as fases geológicas anteriores, o período Jurássico conta uma história geológica singular baseada nas associações de fósseis e não num único grupo de fósseis. Estes antigos recifes dominados por corais já forneciam uma vasta gama de habitats marinhos para diversos grupos de invertebrados. Este cenário enquadra-se perfeitamente no equivalente atual da natureza do Mar Vermelho (também resultado de riftogénese), que suporta uma fauna abundante e diversificada de recife de corais tropicais. Finalmente, foi no Cretácico (o último período da Era Mesozóica) que se deu o fim da vasta história marinha dos paleoambientes registados na geodiversidade do aspirante Geoparque Algarvensis.
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Estas evidências baseiam-se nas características ambientais dos sedimentos que originaram as rochas encontradas no tetrritório do Geoparque Algarvensis, mas principalmente no conteúdo fossilífero, e na sua paleobiologia, paleoecologia, ocorrência, e diversidade. As rochas do Geoparque Algarvensis "contam" uma história notável, sobretudo marinha, que representa a evolução ambiental do sul de Portugal. A posição da charneira da região algarvia, e o seu património geológico das Eras Paleozóica e Mesozóica, permite vislumbrar mudanças paleoambientais importantes, que ocorreram nos últimos 360 Ma. A caracterização paleoambiental fornecida neste trabalho está dividida em três fases principais: Carbonífero Superior (Paleozóico – I.º Ciclo Wilson), representado pelo fecho do antigo Oceano Rheic e a formação do supercontinente Pangea); Triásico Superior e Jurássico (Mesozóico – II.° Ciclo Wilson), associado à fracturação do continente Pangea, que levou à abertura e evolução do Oceano Atlântico - uma parte notável das paisagens do território Algarvensis, o Barrocal. Todos estes paleoambientes contam uma história única de organismos, ou grupo de organismos, e dos seus habitats, registados na geologia do território do aspirante Algarvensis. O primeiro paleoambiente registado no território, e o único da Era Paleozóica (I.° Ciclo de Wilson), é representado pelo Grupo do Flysch do Baixo Alentejo (BAFG). Estas fácies resultantes de sedimentação em águas profundas incorporam diversos fósseis de goniatites. 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Todo este registo geológico e fossilífero apontam para uma deposição sedimentar numa bacia de rifte, de ambiente de transição de francamente continental para costeiro, caracterizado por condições áridas, que levaram à existência de lagoas temporárias. Por fim ocorreu a deposição de evaporitos, na recém-formada plataforma carbonatada marinha de pouca profundidade do período Jurássico. A região de Afar (África Oriental) é um exemplo atual deste tipo ambiente de transição. Tal como a atividade da Província Magmática do Atlântico Central (CAMP) do final do Triásico, e a consequente fracturação da Pangea, que levou à abertura de um novo mar tropical e estreito (a Bacia do Algarve), a elevada atividade vulcânica nesta região da África Oriental levou à abertura do Mar Vermelho, que à escala geológica é ainda bastante recente. Esta atividade tectónica relacionada com o rifte, abriu o segundo capítulo totalmente marinho da história geológica do aspirante Geoparque Algarvensis. 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