Recidiva tardia de melanoma cutâneo: relato de caso
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Publication Date: | 2016 |
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Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
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Summary: | Introdução: Em doentes com melanoma maligno cutâneo (MMC), a sobrevida após os 10 anos tem sido considerada sinónimo de cura. Contudo, a recidiva após este período, designada como recidiva tardia, tem vindo a ser descrita por alguns autores. Com este caso pretende-se sensibilizar para a importância de estar atento às recidivas tardias do MMC e refletir sobre o papel do médico de família (MF) num diagnóstico atempado das mesmas. Descrição do caso: Homem de 50 anos, fumador, com história de hipertensão arterial e excisão de MMC da perna aos 28 anos, recorre à MF por tosse seca nos últimos dois dias, sem outra sintomatologia acompanhante. Admitiu-se infeção aguda do aparelho respiratório superior, tendo sido medicado sintomaticamente. Regressa um mês depois, por persistência da tosse, sem outros sinais ou sintomas adicionais. Colocou-se a hipótese de efeito secundário ao Zofenopril que tomava para a hipertensão arterial, tendo sido realizada substituição por Irbesartan. O utente regressa após dois meses, mantendo a queixa inicial. À observação mantinha-se sem alterações relevantes, voltando a ser excluídos sinais de alarme. Trazia, contudo, análises requisitadas pela medicina ocupacional que evidenciavam uma velocidade de sedimentação de 87mm/h sem outras alterações. Admitiu-se eventual tuberculose pulmonar ou neoplasia pulmonar, tendo sido referenciado ao serviço de urgência, onde realizou tomografia computorizada torácica que revelou lesão nodular de características proliferativas no ápex pulmonar esquerdo, compatível com possível processo neoplásico pulmonar. Foi referenciado à consulta de pneumologia e submetido a resseção parcial da massa. Os resultados histológicos mostraram metástase de MMC, 22 anos após o seu diagnóstico inicial. Comentário: Verifica-se na literatura um número crescente de casos reportando recidivas tardias de MMC, pelo que a sua deteção precoce deverá ser uma preocupação dos clínicos. Considerando a continuidade de cuidados prestada pelo MF, torna-se premente que este desempenhe um papel crucial na monitorização de tais casos. |
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