Duas cortes, um modelo : o cerimonial diplomático nas relações luso-espanholas (1715-1750)

Bibliographic Details
Main Author: Borges, Sónia Alexandra Fialho
Publication Date: 2016
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10451/27204
Summary: 6 de Fevereiro de 1715. Data da assinatura da paz entre o rei de Portugal, D. João V e o de Espanha, Filipe V, no congresso de Utreque. Este tratado significou mais que o cessar das hostilidades iniciadas pela Guerra da Sucessão de Espanha (1702-1712). Com ele, inaugurou-se um novo modelo político-diplomático e anunciou-se o rumo que viria a tomar o diálogo entre Lisboa e Madrid, bem diferente daquele que havia tido até aquele momento. No trono espanhol sentava-se agora um rei de ascendência Bourbon e a ideia da (re)união das duas Coroas ibéricas pouco significado tinha para aquele soberano. Esta era a oportunidade do monarca português conquistar finalmente a paridade diplomática com Espanha, há muito desejada por Portugal. Provaremos neste estudo que a reciprocidade nem sempre se atestava através das concessões dos artigos de um tratado. O tratamento e as honras atribuídas a um embaixador, as preocupações com os preparativos e procedimentos de uma missão, o conhecimento teórico dos regulamentos de cerimonial, as etapas de uma embaixada, as festas, a propaganda e até um incidente diplomático poderiam tornar-se um espelho tão ou mais transparente do estado das relações entre os dois reinos. A reciprocidade diplomática exigia que se acertasse um modelo comum e recíproco, o que incluía reivindicações e implicava cedências. No terreno, a diplomacia lusoespanhola foi o principal veículo e motor de difusão de costumes e práticas rituais entre as duas Cortes. Sob uma perspectiva comparada, do Tratado luso-espanhol de Utreque (1715), passando pelo duplo matrimónio ibérico (1725-1729), ao Tratado de Madrid (1750), servimo-nos das embaixadas, dos homens, dos espaços e das imagens para comprovarmos a existência de um modelo de cerimonial diplomático ibérico. Através dele, revisitaremos também a História das relações diplomáticas entre Portugal e Espanha, na primeira metade de setecentos.
id RCAP_27fc9375f8b35a73e107d45513658265
oai_identifier_str oai:repositorio.ulisboa.pt:10451/27204
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
repository_id_str https://opendoar.ac.uk/repository/7160
spelling Duas cortes, um modelo : o cerimonial diplomático nas relações luso-espanholas (1715-1750)Protocolo diplomático - Portugal - séc.18Protocolo diplomático - Espanha - séc.18Portugal - Relações externas - Espanha - 1715-1750Espanha - Relações externas - Portugal - 1715-1750Teses de mestrado - 2017Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia6 de Fevereiro de 1715. Data da assinatura da paz entre o rei de Portugal, D. João V e o de Espanha, Filipe V, no congresso de Utreque. Este tratado significou mais que o cessar das hostilidades iniciadas pela Guerra da Sucessão de Espanha (1702-1712). Com ele, inaugurou-se um novo modelo político-diplomático e anunciou-se o rumo que viria a tomar o diálogo entre Lisboa e Madrid, bem diferente daquele que havia tido até aquele momento. No trono espanhol sentava-se agora um rei de ascendência Bourbon e a ideia da (re)união das duas Coroas ibéricas pouco significado tinha para aquele soberano. Esta era a oportunidade do monarca português conquistar finalmente a paridade diplomática com Espanha, há muito desejada por Portugal. Provaremos neste estudo que a reciprocidade nem sempre se atestava através das concessões dos artigos de um tratado. O tratamento e as honras atribuídas a um embaixador, as preocupações com os preparativos e procedimentos de uma missão, o conhecimento teórico dos regulamentos de cerimonial, as etapas de uma embaixada, as festas, a propaganda e até um incidente diplomático poderiam tornar-se um espelho tão ou mais transparente do estado das relações entre os dois reinos. A reciprocidade diplomática exigia que se acertasse um modelo comum e recíproco, o que incluía reivindicações e implicava cedências. No terreno, a diplomacia lusoespanhola foi o principal veículo e motor de difusão de costumes e práticas rituais entre as duas Cortes. Sob uma perspectiva comparada, do Tratado luso-espanhol de Utreque (1715), passando pelo duplo matrimónio ibérico (1725-1729), ao Tratado de Madrid (1750), servimo-nos das embaixadas, dos homens, dos espaços e das imagens para comprovarmos a existência de um modelo de cerimonial diplomático ibérico. Através dele, revisitaremos também a História das relações diplomáticas entre Portugal e Espanha, na primeira metade de setecentos.6th of February 1715. Signature date of the peace treaty between the kings of Portugal, D. João V and Felipe V of Spain, at the congress of Utrecht. This treaty meant more than just the end of the hostilities initiated by war of the Spanish succession (1702-1712). With it, a new political and diplomatic model was initiated and the new heading of the dialogue between Lisbon and Madrid was announced, quite different from the one thus far. A king of Bourbon ancestry was now seating in the spanish throne, and the idea of the (re)union of both iberian crowns meant very little for that sovereign. This was the opportunity for the portuguese monarch to finally conquer the diplomatic parity with Spain, long craved by Portugal. We will prove in this study that this reciprocity was not always attested throughout the concessions made by a treaty’s article. The treatment and honors given to an ambassador, the concern with the preparation and procedures of a diplomatic mission, the theoretical knowledge of the ceremonial procedures, the different stages of an embassy, the parties, the propaganda and even a diplomatic incident could become an equal clear mirror, or even a better one, of the state of both kingdom’s relations. The diplomatic reciprocity demanded that a common and reciprocal model was established, that included claims and concessions. At the field, the luso-spanish diplomacy became the main vehicle and engine of diffusion for both costumes and ritual practices between the two courts. Under a compared perspective, from the luso-spanish Treaty of Utrecht (1715), passing through the double iberian marriage (1725-1729), until the Treaty of Madrid (1750), we will use the embassies, the man, the spaces and the images to prove the existence of an iberian diplomatic ceremonial model. Through it, we will also revisit the History of the diplomatic relations between Portugal and Spain, on the first half of the seven hundreds.Faria, Ana Maria Leal deRepositório da Universidade de LisboaBorges, Sónia Alexandra Fialho2017-03-17T09:47:17Z2017-01-3120162017-01-31T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/27204TID:201613166porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-17T13:37:52Zoai:repositorio.ulisboa.pt:10451/27204Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T02:49:47.761073Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
dc.title.none.fl_str_mv Duas cortes, um modelo : o cerimonial diplomático nas relações luso-espanholas (1715-1750)
title Duas cortes, um modelo : o cerimonial diplomático nas relações luso-espanholas (1715-1750)
spellingShingle Duas cortes, um modelo : o cerimonial diplomático nas relações luso-espanholas (1715-1750)
Borges, Sónia Alexandra Fialho
Protocolo diplomático - Portugal - séc.18
Protocolo diplomático - Espanha - séc.18
Portugal - Relações externas - Espanha - 1715-1750
Espanha - Relações externas - Portugal - 1715-1750
Teses de mestrado - 2017
Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia
title_short Duas cortes, um modelo : o cerimonial diplomático nas relações luso-espanholas (1715-1750)
title_full Duas cortes, um modelo : o cerimonial diplomático nas relações luso-espanholas (1715-1750)
title_fullStr Duas cortes, um modelo : o cerimonial diplomático nas relações luso-espanholas (1715-1750)
title_full_unstemmed Duas cortes, um modelo : o cerimonial diplomático nas relações luso-espanholas (1715-1750)
title_sort Duas cortes, um modelo : o cerimonial diplomático nas relações luso-espanholas (1715-1750)
author Borges, Sónia Alexandra Fialho
author_facet Borges, Sónia Alexandra Fialho
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Faria, Ana Maria Leal de
Repositório da Universidade de Lisboa
dc.contributor.author.fl_str_mv Borges, Sónia Alexandra Fialho
dc.subject.por.fl_str_mv Protocolo diplomático - Portugal - séc.18
Protocolo diplomático - Espanha - séc.18
Portugal - Relações externas - Espanha - 1715-1750
Espanha - Relações externas - Portugal - 1715-1750
Teses de mestrado - 2017
Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia
topic Protocolo diplomático - Portugal - séc.18
Protocolo diplomático - Espanha - séc.18
Portugal - Relações externas - Espanha - 1715-1750
Espanha - Relações externas - Portugal - 1715-1750
Teses de mestrado - 2017
Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia
description 6 de Fevereiro de 1715. Data da assinatura da paz entre o rei de Portugal, D. João V e o de Espanha, Filipe V, no congresso de Utreque. Este tratado significou mais que o cessar das hostilidades iniciadas pela Guerra da Sucessão de Espanha (1702-1712). Com ele, inaugurou-se um novo modelo político-diplomático e anunciou-se o rumo que viria a tomar o diálogo entre Lisboa e Madrid, bem diferente daquele que havia tido até aquele momento. No trono espanhol sentava-se agora um rei de ascendência Bourbon e a ideia da (re)união das duas Coroas ibéricas pouco significado tinha para aquele soberano. Esta era a oportunidade do monarca português conquistar finalmente a paridade diplomática com Espanha, há muito desejada por Portugal. Provaremos neste estudo que a reciprocidade nem sempre se atestava através das concessões dos artigos de um tratado. O tratamento e as honras atribuídas a um embaixador, as preocupações com os preparativos e procedimentos de uma missão, o conhecimento teórico dos regulamentos de cerimonial, as etapas de uma embaixada, as festas, a propaganda e até um incidente diplomático poderiam tornar-se um espelho tão ou mais transparente do estado das relações entre os dois reinos. A reciprocidade diplomática exigia que se acertasse um modelo comum e recíproco, o que incluía reivindicações e implicava cedências. No terreno, a diplomacia lusoespanhola foi o principal veículo e motor de difusão de costumes e práticas rituais entre as duas Cortes. Sob uma perspectiva comparada, do Tratado luso-espanhol de Utreque (1715), passando pelo duplo matrimónio ibérico (1725-1729), ao Tratado de Madrid (1750), servimo-nos das embaixadas, dos homens, dos espaços e das imagens para comprovarmos a existência de um modelo de cerimonial diplomático ibérico. Através dele, revisitaremos também a História das relações diplomáticas entre Portugal e Espanha, na primeira metade de setecentos.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016
2017-03-17T09:47:17Z
2017-01-31
2017-01-31T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10451/27204
TID:201613166
url http://hdl.handle.net/10451/27204
identifier_str_mv TID:201613166
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
instacron:RCAAP
instname_str FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
collection Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
repository.name.fl_str_mv Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
repository.mail.fl_str_mv info@rcaap.pt
_version_ 1833601497531678720