Identidade Familiar em (Re)construção: um percurso sentido
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Publication Date: | 2013 |
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Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.26/8004 |
Summary: | Enquadramento: Os cuidados centrados na pessoa compreendem a caracterização do contexto familiar. A avaliação da família depende de quem e como a avalia, é mutável no tempo e pode contribuir no processo terapêutico. Descrição de Caso: Mulher de 28 anos, desempregada, pertencente a uma família alargada, de classe média. Desde 2010, verificou-se aumento do número de consultas, em contexto de queixas gastrointestinais persistentes e diagnóstico de múltiplos pólipos no cólon em Janeiro/2011. Referenciação para Gastrenterologia, iniciando a abordagem multidisciplinar. Ao longo das consultas no Centro de Saúde revelou um humor deprimido, com labilidade emocional e insónia, estabelecendo-se diagnóstico de perturbação depressiva. O falecimento da avó materna em 2005, que considerava como mãe, é um acontecimento significante no presente. O genograma com psicofigura de Mitchell, datado a 28 de Agosto de 2011, destaca o agregado familiar monoparental e relações intra-familiares conflituosas e escassas. Centrada na relação com os pais e a irmã, perspectiva a família como disfuncional. O plano terapêutico abrangeu a escuta terapêutica e estratégias de coping. Em consulta a 17/10/2011 solicitou-se a concretização do círculo familiar, ao que respondeu: “Oh senhor doutor… Eu não tenho família” (sic). A representação que fez não incluiu os pais nem a irmã. Perspectivou a sua família como moderadamente disfuncional ao considerar a relação com a madrinha, filha e companheiro. Na consulta em Abril/2012 verificou-se o desenvolvimento de algumas estratégias de coping. A reestruturação do genograma destacou a remodelação do agregado familiar (inclusão da irmã), com implicações na dinâmica familiar. Discussão: Perante critérios para avaliação familiar, a compreensão e actualização periódica do contexto familiar são essenciais na abordagem à pessoa, permitindo sinalizar condições que podem influenciar a experiência com a doença e permite definir a família como elemento de suporte ou gerador de stress. A perda de um elemento significante pode determinar uma crise de identidade familiar. Diferentes instrumentos de avaliação familiar fornecem informações distintas e têm indicações específicas. A sua aplicação longitudinal pode fornecer dados diferentes ao longo do tempo, como observámos através do genograma. O processo de avaliação da família poderá contribuir para a introspecção terapêutica. O círculo familiar tem características que o destacam como um instrumento mais hábil neste contexto. |
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