Sentido de vida da pessoa com dor crónica
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Publication Date: | 2014 |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.14/16164 |
Summary: | Introdução: A dor e o sofrimento integram a natureza humana e são, para além da morte, as experiências humanas mais partilhadas. De acordo com a literatura, a população adulta na europa sofre severos danos na sua qualidade de vida devido ao sofrimento inevitável associado à dor crónica reumática. Para este sofrimento, por vezes incompreendido, nem sempre existem respostas terapêuticas. Objetivos: Validar para a amostra de pessoas com dor crónica reumática as escalas sentido no sofrimento e autotranscendência, e revalidar as escalas de objetivos de vida, ansiedade e depressão, e autoeficácia; avaliar as variáveis em estudo (sentido de vida, autoeficácia, ansiedade e depressão, sentido no sofrimento, índice de sofrimento e atividade da doença); determinar a correlação entre o sentido de vida e as variáveis em estudo; identificar os fatores preditivos do sentido de vida; e identificar as fontes de sentido de vida e a história do sofrimento inevitável. Metodologia: A investigação compreendeu três estudos: metodológico, correlacional e descritivo. Foi desenvolvida numa amostra de 187 indivíduos, agrupados em função das suas patologias reumáticas em quatro subamostras: grupo com artrite reumatoide (gAR), constituído maioritariamente por elementos do sexo feminino que têm a doença há mais tempo diagnosticada; grupo com espondilite anquilosante (gEA), constituído pelos elementos mais novos, maioritariamente do sexo masculino e com as mais longas vivências de dor; grupo com artrite psoriática (gAP), constituído maioritariamente por elementos do sexo masculino; e o grupo com fibromialgia (gFM), constituído pelos elementos mais velhos, exclusivamente do sexo feminino, que detêm o mais elevado índice de sofrimento, depressão e ansiedade, e o mais baixo de sentido de vida, sendo os únicos que não dispõem de terapêutica específica. Os dados foram recolhidos entre janeiro de 2010 e novembro de 2011 mediante a aplicação de um questionário constituído pelos seguintes instrumentos: caraterísticas sociodemográficas, profissionais e clínicas; escalas de sentido no sofrimento; autotranscendência; objetivos de vida; ansiedade e depressão; e autoeficácia. Resultados: Verificou-se que todos os instrumentos validados possuem boas caraterísticas psicométricas e são adequados para a prática clínica. Constatou-se que o sentido de vida é um constructo multidimensional, constituído pela junção dos conceitos de objetivos de vida e autotranscendência. A promoção do sentido de vida está associada a níveis mais baixos de depressão e ansiedade e mais altos de sentido no sofrimento e estratégias de coping. Porém, são as subamostras dos participantes com espondilite anquilosante e fibromialgia que evidenciam maior sensibilidade em relação ao sentido de vida. Em ambas as subamostras a promoção do sentido de vida é diretamente proporcional a uma melhor autoeficácia quanto à definição de estratégias de coping, e inversamente proporcional ao índice de sofrimento, sendo a proporcionalidade inversa igualmente verificada entre o sentido de vida dos participantes com espondilite e o índice de atividade da sua doença. Apurou-se que todos os participantes que apresentam uma atitude positiva perante o próprio sofrimento e êxito apresentam, em simultâneo, a melhor categoria avaliativa de sentido de vida, sendo as suas fontes (específicas) de sentido de vida carateristicamente mais transcendentes. Identificou-se a história do sofrimento inevitável de cada uma das subamostras em estudo obtendo-se intervenções específicas, úteis para a orientação na promoção do seu sentido de vida. Conclusão: A principal conclusão da investigação, foi trazer um novo contributo para um futuro mais esperançoso da pessoa com dor crónica reumática, através de substratos para a orientação na integração do sofrimento inevitável. Neste processo emergiu o constructo multidimensional sentido de vida, cujo estudo propõe respostas científicas, implementáveis na prática do cuidar sob a forma da competência para o cuidado incondicional proactivo. O desenvolvimento desta competência pode ser facilitado com o acesso aos resultados referentes às variáveis facilitadoras e inibidoras do fenómeno para cada uma das subamostras em estudo, aos instrumentos agora disponibilizados, à nova metodologia de análise de conteúdo que direciona para a identificação do sentido de vida e a atitude do participante, permitindo o reconhecimento da sua fonte de sentido de vida; e por fim, pelo acesso ao guião de entrevista da história de sofrimento inevitável que permite obter o perfil do sofrimento inevitável da pessoa com dor crónica reumática, ponto de partida para uma intervenção qualificada. |
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Objetivos: Validar para a amostra de pessoas com dor crónica reumática as escalas sentido no sofrimento e autotranscendência, e revalidar as escalas de objetivos de vida, ansiedade e depressão, e autoeficácia; avaliar as variáveis em estudo (sentido de vida, autoeficácia, ansiedade e depressão, sentido no sofrimento, índice de sofrimento e atividade da doença); determinar a correlação entre o sentido de vida e as variáveis em estudo; identificar os fatores preditivos do sentido de vida; e identificar as fontes de sentido de vida e a história do sofrimento inevitável. Metodologia: A investigação compreendeu três estudos: metodológico, correlacional e descritivo. Foi desenvolvida numa amostra de 187 indivíduos, agrupados em função das suas patologias reumáticas em quatro subamostras: grupo com artrite reumatoide (gAR), constituído maioritariamente por elementos do sexo feminino que têm a doença há mais tempo diagnosticada; grupo com espondilite anquilosante (gEA), constituído pelos elementos mais novos, maioritariamente do sexo masculino e com as mais longas vivências de dor; grupo com artrite psoriática (gAP), constituído maioritariamente por elementos do sexo masculino; e o grupo com fibromialgia (gFM), constituído pelos elementos mais velhos, exclusivamente do sexo feminino, que detêm o mais elevado índice de sofrimento, depressão e ansiedade, e o mais baixo de sentido de vida, sendo os únicos que não dispõem de terapêutica específica. 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Em ambas as subamostras a promoção do sentido de vida é diretamente proporcional a uma melhor autoeficácia quanto à definição de estratégias de coping, e inversamente proporcional ao índice de sofrimento, sendo a proporcionalidade inversa igualmente verificada entre o sentido de vida dos participantes com espondilite e o índice de atividade da sua doença. Apurou-se que todos os participantes que apresentam uma atitude positiva perante o próprio sofrimento e êxito apresentam, em simultâneo, a melhor categoria avaliativa de sentido de vida, sendo as suas fontes (específicas) de sentido de vida carateristicamente mais transcendentes. Identificou-se a história do sofrimento inevitável de cada uma das subamostras em estudo obtendo-se intervenções específicas, úteis para a orientação na promoção do seu sentido de vida. Conclusão: A principal conclusão da investigação, foi trazer um novo contributo para um futuro mais esperançoso da pessoa com dor crónica reumática, através de substratos para a orientação na integração do sofrimento inevitável. Neste processo emergiu o constructo multidimensional sentido de vida, cujo estudo propõe respostas científicas, implementáveis na prática do cuidar sob a forma da competência para o cuidado incondicional proactivo. 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