Consulta.1@mgf.pt: já agora doutor…
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Publication Date: | 2012 |
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Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.26/8003 |
Summary: | Enquadramento: Os avanços tecnológicos proporcionam novas abordagens de comunicação entre o médico e o utente, que podem complementar a consulta de Medicina Geral e Familiar (MGF). Em Portugal, o correio electrónico começa a ser adoptado com maior frequência como meio de comunicação e a sua utilização é fundamentada por normas de orientação clínica. Investigadores relataram resultados positivos das abordagens cognitiva comportamental e educacional via internet, em indivíduos com depressão. Descrição do caso: Mulher de 28 anos, auxiliar de acção médica, com poucas consultas na unidade de saúde, pertencente a uma família monoparental, de classe média. Em Abril/2011, vem a consulta aberta solicitar preenchimento de declaração para efeitos de ingresso no ensino superior. Em entrevista oportunista, revelou um humor deprimido, acompanhado de labilidade emocional, baixa auto-estima, desânimo em relação ao futuro e baixa tolerância ao stress e ao fracasso. A separação conjugal há dois anos, durante a gravidez, destacou-se como situação de crise que motivou o desajuste actual. A avaliação pela psicofigura de Mitchell evidenciou a dependência emocional da utente, que se centra em expectativas do ex-companheiro regressar, e denunciou um fraco suporte familiar, dominado por uma relação conflituosa com a mãe. A avaliação pela escala de readaptação social de Holmes e Rahe somou um valor de 201. Quanto ao plano terapêutico, a paciente rejeitou a opção farmacológica. Foi-lhe proposto comunicar com o seu médico de família por correio electrónico, que aceitou. Ao longo desta comunicação, desenvolveu-se um processo de introspecção orientado, com resolução progressiva dos sintomas depressivos em 4 meses. Discussão: O caso descrito ilustra a utilidade atribuída ao correio electrónico na perspectiva de capacitar a utente e permitir um investimento sustentável por parte do médico, sem necessidade de optar pela “medicamentalização”, logo na primeira abordagem. Mais do que rotular com um diagnóstico, procurou-se ajudar a utente a compreender os seus sentimentos, a desenvolver estratégias de coping e a delinear objectivos concretos. Muitas vezes o tempo de consulta em MGF não é compatível com as necessidades do utente. Este relato de caso é um exemplo prático da utilidade do correio electrónico como um meio de comunicação complementar, em particular num caso seleccionado de utente com perturbação depressiva. |
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