Determinação de Anticorpos Anti-Mielina na Esclerose Múltipla
Main Author: | |
---|---|
Publication Date: | 2008 |
Other Authors: | , , , , |
Format: | Article |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132008000300001 |
Summary: | Introdução: A Esclerose Múltipla é uma doença desmielinizante primária de carácter autoimune, envolvendo diferentes mecanismos imunopatológicos. Pensa-se que anticorpos dirigidos contra antigénios da mielina podem estar associados aos danos na mielina ou surgirem devido a estes, pelo que, o seu doseamento poderá constituir um marcador de evolução da doença. No entanto, a positividade desta pesquisa pode levantar dúvidas em termos de valorização clínica dada a descrição destes auto-anticorpos também em indivíduos sem doença. O objectivo deste trabalho foi a avaliação da presença de auto-anticorpos para a mielina em pacientes com o diagnóstico de Esclerose Múltipla, comparativamente a amostras de controlo, avaliando a sua associação com sintomas clínicos em pacientes com diferentes formas clínicas da Esclerose Múltipla. Métodos: A pesquisa de anticorpos para a mielina foi realizada por uma técnica de imunofluorescência indirecta usando como substrato, nervo periférico de primata (EUROIMMUN®). Foram estudados 34 doentes (14M/11H), observados no serviço de Neurologia do Hospital de São João: 8 com forma monosintomática em surto, 11 com forma Surto/Remissão (SR) em remissão, 11 com forma SR em surto e 4 com forma Primária Progressiva (PP) em remissão. A população de controlo foi constituída por 25 amostras de indivíduos saudáveis (26M/8H). Resultados: Encontraram-se diferenças significativas nas duas populações em relação à presença de anticorpos para a mielina (p<0,001). A análise dos diferentes tipos clínicos demonstrou uma prevalência de 87,5% nos casos com SCI, 77,3% na forma SR e 75,0% na forma PP. Em relação à situação clínica, 94,7% dos doentes em surto possuíam anticorpos anti-mielina enquanto que nos doentes em remissão 60,0% foram positivos. No grupo sem patologia, 32,0% apresentou positividade para os anticorpos anti-mielina. Conclusões: Apesar deste teste não ser específico na Esclerose Múltipla, na população de doentes estudada verificou-se uma maior prevalência dos anticorpos anti-mielina por imunofluorescência indirecta nos pacientes em surto. Até que novos e melhores marcadores serológicos estejam disponíveis, este teste poderá ser útil para monitorizar pacientes com diagnóstico definitivo ou possível de Esclerose Múltipla, na qual a presença destes auto anticorpos poderá indicar um possível surto. |
id |
RCAP_1e092087c9798d69f816f66b1440ec7b |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0871-34132008000300001 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository_id_str |
https://opendoar.ac.uk/repository/7160 |
spelling |
Determinação de Anticorpos Anti-Mielina na Esclerose Múltiplaesclerose múltiplaauto-anticorposmielinaimunouorescência indirectaIntrodução: A Esclerose Múltipla é uma doença desmielinizante primária de carácter autoimune, envolvendo diferentes mecanismos imunopatológicos. Pensa-se que anticorpos dirigidos contra antigénios da mielina podem estar associados aos danos na mielina ou surgirem devido a estes, pelo que, o seu doseamento poderá constituir um marcador de evolução da doença. No entanto, a positividade desta pesquisa pode levantar dúvidas em termos de valorização clínica dada a descrição destes auto-anticorpos também em indivíduos sem doença. O objectivo deste trabalho foi a avaliação da presença de auto-anticorpos para a mielina em pacientes com o diagnóstico de Esclerose Múltipla, comparativamente a amostras de controlo, avaliando a sua associação com sintomas clínicos em pacientes com diferentes formas clínicas da Esclerose Múltipla. Métodos: A pesquisa de anticorpos para a mielina foi realizada por uma técnica de imunofluorescência indirecta usando como substrato, nervo periférico de primata (EUROIMMUN®). Foram estudados 34 doentes (14M/11H), observados no serviço de Neurologia do Hospital de São João: 8 com forma monosintomática em surto, 11 com forma Surto/Remissão (SR) em remissão, 11 com forma SR em surto e 4 com forma Primária Progressiva (PP) em remissão. A população de controlo foi constituída por 25 amostras de indivíduos saudáveis (26M/8H). Resultados: Encontraram-se diferenças significativas nas duas populações em relação à presença de anticorpos para a mielina (p<0,001). A análise dos diferentes tipos clínicos demonstrou uma prevalência de 87,5% nos casos com SCI, 77,3% na forma SR e 75,0% na forma PP. Em relação à situação clínica, 94,7% dos doentes em surto possuíam anticorpos anti-mielina enquanto que nos doentes em remissão 60,0% foram positivos. No grupo sem patologia, 32,0% apresentou positividade para os anticorpos anti-mielina. Conclusões: Apesar deste teste não ser específico na Esclerose Múltipla, na população de doentes estudada verificou-se uma maior prevalência dos anticorpos anti-mielina por imunofluorescência indirecta nos pacientes em surto. Até que novos e melhores marcadores serológicos estejam disponíveis, este teste poderá ser útil para monitorizar pacientes com diagnóstico definitivo ou possível de Esclerose Múltipla, na qual a presença destes auto anticorpos poderá indicar um possível surto.ArquiMed - Edições Científicas AEFMUP2008-01-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132008000300001Arquivos de Medicina v.22 n.4-5 2008reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132008000300001Lima,EduardoGuimarães,JoanaPereira,AnaBodas,AbíliaDelgado,LuísSá,Maria Joséinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:03:19Zoai:scielo:S0871-34132008000300001Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T12:53:11.202072Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Determinação de Anticorpos Anti-Mielina na Esclerose Múltipla |
title |
Determinação de Anticorpos Anti-Mielina na Esclerose Múltipla |
spellingShingle |
Determinação de Anticorpos Anti-Mielina na Esclerose Múltipla Lima,Eduardo esclerose múltipla auto-anticorpos mielina imunouorescência indirecta |
title_short |
Determinação de Anticorpos Anti-Mielina na Esclerose Múltipla |
title_full |
Determinação de Anticorpos Anti-Mielina na Esclerose Múltipla |
title_fullStr |
Determinação de Anticorpos Anti-Mielina na Esclerose Múltipla |
title_full_unstemmed |
Determinação de Anticorpos Anti-Mielina na Esclerose Múltipla |
title_sort |
Determinação de Anticorpos Anti-Mielina na Esclerose Múltipla |
author |
Lima,Eduardo |
author_facet |
Lima,Eduardo Guimarães,Joana Pereira,Ana Bodas,Abília Delgado,Luís Sá,Maria José |
author_role |
author |
author2 |
Guimarães,Joana Pereira,Ana Bodas,Abília Delgado,Luís Sá,Maria José |
author2_role |
author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Lima,Eduardo Guimarães,Joana Pereira,Ana Bodas,Abília Delgado,Luís Sá,Maria José |
dc.subject.por.fl_str_mv |
esclerose múltipla auto-anticorpos mielina imunouorescência indirecta |
topic |
esclerose múltipla auto-anticorpos mielina imunouorescência indirecta |
description |
Introdução: A Esclerose Múltipla é uma doença desmielinizante primária de carácter autoimune, envolvendo diferentes mecanismos imunopatológicos. Pensa-se que anticorpos dirigidos contra antigénios da mielina podem estar associados aos danos na mielina ou surgirem devido a estes, pelo que, o seu doseamento poderá constituir um marcador de evolução da doença. No entanto, a positividade desta pesquisa pode levantar dúvidas em termos de valorização clínica dada a descrição destes auto-anticorpos também em indivíduos sem doença. O objectivo deste trabalho foi a avaliação da presença de auto-anticorpos para a mielina em pacientes com o diagnóstico de Esclerose Múltipla, comparativamente a amostras de controlo, avaliando a sua associação com sintomas clínicos em pacientes com diferentes formas clínicas da Esclerose Múltipla. Métodos: A pesquisa de anticorpos para a mielina foi realizada por uma técnica de imunofluorescência indirecta usando como substrato, nervo periférico de primata (EUROIMMUN®). Foram estudados 34 doentes (14M/11H), observados no serviço de Neurologia do Hospital de São João: 8 com forma monosintomática em surto, 11 com forma Surto/Remissão (SR) em remissão, 11 com forma SR em surto e 4 com forma Primária Progressiva (PP) em remissão. A população de controlo foi constituída por 25 amostras de indivíduos saudáveis (26M/8H). Resultados: Encontraram-se diferenças significativas nas duas populações em relação à presença de anticorpos para a mielina (p<0,001). A análise dos diferentes tipos clínicos demonstrou uma prevalência de 87,5% nos casos com SCI, 77,3% na forma SR e 75,0% na forma PP. Em relação à situação clínica, 94,7% dos doentes em surto possuíam anticorpos anti-mielina enquanto que nos doentes em remissão 60,0% foram positivos. No grupo sem patologia, 32,0% apresentou positividade para os anticorpos anti-mielina. Conclusões: Apesar deste teste não ser específico na Esclerose Múltipla, na população de doentes estudada verificou-se uma maior prevalência dos anticorpos anti-mielina por imunofluorescência indirecta nos pacientes em surto. Até que novos e melhores marcadores serológicos estejam disponíveis, este teste poderá ser útil para monitorizar pacientes com diagnóstico definitivo ou possível de Esclerose Múltipla, na qual a presença destes auto anticorpos poderá indicar um possível surto. |
publishDate |
2008 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2008-01-01 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132008000300001 |
url |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132008000300001 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132008000300001 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
ArquiMed - Edições Científicas AEFMUP |
publisher.none.fl_str_mv |
ArquiMed - Edições Científicas AEFMUP |
dc.source.none.fl_str_mv |
Arquivos de Medicina v.22 n.4-5 2008 reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia instacron:RCAAP |
instname_str |
FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
collection |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
repository.mail.fl_str_mv |
info@rcaap.pt |
_version_ |
1833593213804347392 |