Campanha de vacinação para a gripe sazonal das pessoas em situação de sem-abrigo na cidade de Lisboa: uma descrição da experiência no Inverno 2015/2016
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Publication Date: | 2021 |
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Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i1.12757 |
Summary: | Introdução: As pessoas em situação de sem-abrigo apresentam uma elevada probabilidade de desenvolverem doenças crónicas, o que as predispõe a complicações graves caso sejam infetadas com a gripe. Os objetivos deste estudo transversal foram identificar os critérios de elegibilidade e avaliar o impacto da vacinação contra influenza sazonal de pessoas em situação de sem-abrigo de Lisboa durante uma campanha vacinal.Material e métodos: A população alvo inclui pessoas em situação de sem-abrigo da região de Lisboa, no período compreendido entre 30 de novembro e 6 de dezembro de 2015. Todas as pessoas envolvidas deram o seu consentimento. Considerou-se significância estatística para valor de p inferior a 0,01.Resultados: Das 818 pessoas em situação de sem-abrigo em Lisboa, 382 (47%) foram vacinadas para influenza na época 2015/16. Das 269 pessoas sem-abrigo seguidas, 179 (67%) eram portadoras de uma ou mais doenças crónicas, 68 (25%) tinham antecedentes clínicos de infeções respiratórias, mas apenas 19 (28%) tiveram esse diagnóstico durante o Inverno de 2015-2016. Na sequência desta campanha de vacinação verificou-se uma redução significativa das infeções respiratórias (p<0,01; OR=15,0; IC 5,4-42,3). Das pessoas vacinadas apenas três tiveram infeção por influenza A (H1N1) sem registos de morte. Identificou-se que 194 (72% de 269) eram elegíveis para vacinação. Considerando que se encontram identificadas 818 pessoas em situação de sem-abrigo na cidade de Lisboa poder-se-á extrapolar que, destas, 591 seriam elegíveis. Admite-se que não foram vacinadas mais de metade das pessoas em situação de sem-abrigo elegíveis da região de Lisboa.Discussão e conclusões: É essencial reforçar as campanhas de vacinação contra a gripe na população em situação de sem-abrigo, procurando encontrar estratégias que facilitem o encaminhamento para consultas de vigilância nos cuidados de saúde primários, sobretudo se portadoras de doenças crónicas. |
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Campanha de vacinação para a gripe sazonal das pessoas em situação de sem-abrigo na cidade de Lisboa: uma descrição da experiência no Inverno 2015/2016VacinaçãoGripeSem-abrigoLisboaIntrodução: As pessoas em situação de sem-abrigo apresentam uma elevada probabilidade de desenvolverem doenças crónicas, o que as predispõe a complicações graves caso sejam infetadas com a gripe. Os objetivos deste estudo transversal foram identificar os critérios de elegibilidade e avaliar o impacto da vacinação contra influenza sazonal de pessoas em situação de sem-abrigo de Lisboa durante uma campanha vacinal.Material e métodos: A população alvo inclui pessoas em situação de sem-abrigo da região de Lisboa, no período compreendido entre 30 de novembro e 6 de dezembro de 2015. Todas as pessoas envolvidas deram o seu consentimento. Considerou-se significância estatística para valor de p inferior a 0,01.Resultados: Das 818 pessoas em situação de sem-abrigo em Lisboa, 382 (47%) foram vacinadas para influenza na época 2015/16. Das 269 pessoas sem-abrigo seguidas, 179 (67%) eram portadoras de uma ou mais doenças crónicas, 68 (25%) tinham antecedentes clínicos de infeções respiratórias, mas apenas 19 (28%) tiveram esse diagnóstico durante o Inverno de 2015-2016. Na sequência desta campanha de vacinação verificou-se uma redução significativa das infeções respiratórias (p<0,01; OR=15,0; IC 5,4-42,3). Das pessoas vacinadas apenas três tiveram infeção por influenza A (H1N1) sem registos de morte. Identificou-se que 194 (72% de 269) eram elegíveis para vacinação. Considerando que se encontram identificadas 818 pessoas em situação de sem-abrigo na cidade de Lisboa poder-se-á extrapolar que, destas, 591 seriam elegíveis. Admite-se que não foram vacinadas mais de metade das pessoas em situação de sem-abrigo elegíveis da região de Lisboa.Discussão e conclusões: É essencial reforçar as campanhas de vacinação contra a gripe na população em situação de sem-abrigo, procurando encontrar estratégias que facilitem o encaminhamento para consultas de vigilância nos cuidados de saúde primários, sobretudo se portadoras de doenças crónicas.Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar2021-02-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i1.12757https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i1.12757Portuguese Journal of Family Medicine and General Practice; Vol. 37 No. 1 (2021): Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar; 68-75Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar; Vol. 37 Núm. 1 (2021): Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar; 68-75Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar; Vol. 37 N.º 1 (2021): Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar; 68-752182-51812182-517310.32385/rpmgf.v37i1reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAPporhttps://rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/12757https://rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/12757/pdfDireitos de Autor (c) 2021 Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiarinfo:eu-repo/semantics/openAccessMartins, Hugo Filipe GonçalvesVenâncio, InêsPinto, BrunoFernandes, Rui Neto2024-09-17T12:00:22Zoai:ojs.rpmgf.pt:article/12757Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T18:52:40.816542Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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