Eventos hemorrágicos no doente submetido a cateterismo cardíaco

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Main Author: Neves, Marta Isabel Cláudio
Publication Date: 2017
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10400.21/11481
Summary: Introdução: O cateterismo cardíaco é um procedimento invasivo que combina a avaliação hemodinâmica e angiográfica de diferentes estruturas cardíacas, com vista ao diagnóstico e/ou intervenção de patologias cardiovasculares, e ao qual se associam complicações hemorrágicas que condicionam o prognóstico clínico do doente. Objetivos: Analisar a prevalência de eventos hemorrágicos ocorridos após cateterismo cardíaco e identificar potenciais fatores de risco para a ocorrência de eventos hemorrágicos ocorridos até 1 hora (primeira avaliação) e até 48 horas (segunda avaliação), após cateterismo cardíaco. Métodos: Estudo observacional e prospectivo, incluindo os doentes submetidos sucessivamente a cateterismo cardíaco no período de Novembro 2016 a Maio 2017, na Unidade de Cardiologia de Intervenção do Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca. Os dados foram registados dos processos clínicos dos doentes e as variáveis incluídas na base de dados foram selecionadas de acordo com o parecer clínico e com base na revisão da literatura. Resultados: Foram incluídos 616 doentes dos quais 426 (69,2%) do sexo masculino, com uma idade mediana de 66 (56-75) anos. Documentaram-se 95 eventos hemorrágicos (15,4%) até 1 hora (primeira avaliação) e 343 eventos hemorrágicos (55,7%) até 48 horas (segunda avaliação) após cateterismo cardíaco. Para ambos os endpoints, a hemorragia mínima, a equimose e o hematoma < 5 cm foram os mais prevalentes, (4,2% e 45,5%), (2,1% e 19,6%), (5,7% e 4,7%), respetivamente. O diagnóstico clinico (Enfarte Agudo do Miocárdio com elevação do segmento ST (EAMcST), Enfarte Agudo do Miocárdio sem elevação do segmento ST (EAMsST) e Angina instável(AI)), a dupla antiagregação plaquetária (AAP), a intervenção coronária percutânea (ICP), o acesso arterial femoral, a ocorrência de complicações hemodinâmicas durante o cateterismo cardíaco e a duração do procedimento, associaram-se de forma significativa com o risco de complicações hemorrágicas. Na análise multivariável permaneceram as seguintes variáveis: o diagnóstico clínico de EAMcST (OR: 1,841, [1,004-3,399], p=0,048), a dupla AAP (OR: 2,579, [1,192-5,579], p=0,016), a via de acesso arterial femoral (OR: 1,975, [1,210-3,225], p=0,006) e a ocorrência de complicações hemodinâmicas (OR: 4,371, [1,781-10,726], p<0,001) confirmaram-se como preditores independentes de risco do primeiro endpoint e o diagnóstico clínico de EAMcST (OR: 2,420 [1,627-3,599], p<0,001), EAMsST/AI (OR: 5,133 [2,780-9,479], p<0,001), a ICP (OR: 1,757 [1,137-2,714], p=0,011) e a duração do cateterismo cardíaco (OR: 1,073, [1,004-1,147], p=0,037), confirmaram-se como preditores independentes de risco do segundo endpoint. Conclusões: A ocorrência de eventos hemorrágicos após cateterismo cardíaco foi relevante nos doentes submetidos a cateterismo cardíaco e declaradamente superior até 48 horas após realização do procedimento. Para o primeiro endpoint constatou-se a relevância da antiagregação plaquetária e da via de acesso femoral para a ocorrência de evento e, relativamente ao segundo endpoint, o dignóstico clínico (EAMcST, EAMsST/AI), e a intervenção coronária percutânea evidenciaram-se no aumento da ocorrência de evento hemorrágico.
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