O contributo das infraestruturas verdes na adaptação às alterações climáticas - Avaliação do risco de inundação na sub-bacia da Regateira, concelho de Almada

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Main Author: Santos, Joana Pereira
Publication Date: 2016
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10362/28052
Summary: O objetivo deste estudo consiste na avaliação e apresentação do contributo do uso de infraestruturas verdes no planeamento urbano, visando uma gestão urbana mais sustentável e resiliente de uma zona do concelho de Almada. A dissertação procede a uma análise da zona da Cidade dos Vales de forma a identificar os principais riscos associados e, avaliar como estes poderão ser agravados com o avançar das alterações climáticas. Devido à grande quantidade de linhas de água presentes na zona, o risco de maior relevância no estudo verificou-se ser o risco da ocorrência de cheias e inundações, principalmente pelo aglomerado de AUGI. A análise revelou que a Cidade dos Vales apresenta um relevo suave e pouco acentuado, com declives moderados a rondar os 2%, com uma ocupação do solo caracterizada pela existência de áreas urbanas de baixa densidade, mas também com grandes áreas de vegetação rasteira, arbustiva e algumas áreas de vegetação arbórea. Relativamente aos solos, predominam os aluviossolos modernos e os solos litólicos não húmicos, revelando uma elevada permeabilidade, o que confere à sub-bacia uma boa capacidade de infiltração e recarga aquífera, reduzindo o escoamento superficial direto das águas pluviais. Após a análise à situação de referência, realizou-se um estudo hidrológico à Vala da Regateira. Os resultados dos cálculos hidráulicos obtidos, para um período de retorno de 100 anos, indicam que esta se trata de uma área de baixo risco de inundação, atendendo a que, a sub-bacia da Regateira, com uma área de 2,62 km2, apresenta um fator de forma e índice de conformação de 0,21 e um coeficiente de compacidade de 1,30, indicativos de uma forma aproximadamente circular, revelando uma menor tendência à ocorrência de cheias e, no caso de estas ocorrerem, uma tendência mediana para que estas sejam de grandes dimensões. Quanto à drenagem, a sub-bacia tem um grau de ramificação de ordem 3 e magnitude de 11, o que evidencia o elevado número de cursos de água nela existentes. Pelos valores obtidos de densidade de drenagem (3,23 km/km2), densidade hídrica (4 cursos de água/km2) e de percurso médio do escoamento superficial (0,08 km), verifica-se que a sub-bacia é bem drenada. Os valores obtidos segundo os métodos de David, Ven Te Chow e do SCS mostram que o tempo de concentração da água na sub-bacia é de, aproximadamente, 47 minutos. O caudal de ponta de cheia, calculado segundo a Fórmula Racional, originou um valor de 10 m3/s, sendo o volume de água afluente à cabeça da Vala da Regateira de 19.080 m3, considerando o que fica retido na bacia de retenção a montante da vala. Foram atribuídas classes de permeabilidade de forma a calcular as zonas de máxima permeabilidade, considerando que estas seriam as mais suscetíveis de serem inundadas, por serem áreas de máxima infiltração e apresentarem maior probabilidade de acumulação de água, devendo estas estar livres de construção e de impermeabilização do solo. Após os cálculos efetuados, verificou-se que não há risco considerável de inundação e que existe uma baixa probabilidade de ocorrência de cheias, bem como baixa suscetibilidade a fenómenos de erosão, caso não ocorra uma expansão do meio urbano e o acréscimo de impermeabilização do solo. Neste trabalho são propostas algumas medidas de adaptação apropriadas à zona de estudo, numa abordagem de gestão urbana e sustentável, reforçando a necessidade e importância de integrar os espaços verdes no espaço urbano, como forma de promover a sustentabilidade urbana no processo de planeamento e coesão territorial. Relativamente às medidas de adaptação propostas, estas têm como objetivo principal a gestão integrada das águas pluviais e o controlo da água no local, favorecendo sempre as medidas de retenção natural da água. Favorece-se o uso de coberturas verdes, canteiros, valas, jardins, parques e pavimentos permeáveis como meio de atenuação do escoamento superficial, bem como o uso de fontes de energia renováveis e a criação de zonas de recreio e lazer. Refere ainda a importância dada ao envolvimento da população local para o sucesso dos projetos a implementar, bem como o papel dos decisores políticos no ajuste às mudanças necessárias, visando sempre os benefícios a longo prazo.
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A análise revelou que a Cidade dos Vales apresenta um relevo suave e pouco acentuado, com declives moderados a rondar os 2%, com uma ocupação do solo caracterizada pela existência de áreas urbanas de baixa densidade, mas também com grandes áreas de vegetação rasteira, arbustiva e algumas áreas de vegetação arbórea. Relativamente aos solos, predominam os aluviossolos modernos e os solos litólicos não húmicos, revelando uma elevada permeabilidade, o que confere à sub-bacia uma boa capacidade de infiltração e recarga aquífera, reduzindo o escoamento superficial direto das águas pluviais. Após a análise à situação de referência, realizou-se um estudo hidrológico à Vala da Regateira. Os resultados dos cálculos hidráulicos obtidos, para um período de retorno de 100 anos, indicam que esta se trata de uma área de baixo risco de inundação, atendendo a que, a sub-bacia da Regateira, com uma área de 2,62 km2, apresenta um fator de forma e índice de conformação de 0,21 e um coeficiente de compacidade de 1,30, indicativos de uma forma aproximadamente circular, revelando uma menor tendência à ocorrência de cheias e, no caso de estas ocorrerem, uma tendência mediana para que estas sejam de grandes dimensões. Quanto à drenagem, a sub-bacia tem um grau de ramificação de ordem 3 e magnitude de 11, o que evidencia o elevado número de cursos de água nela existentes. Pelos valores obtidos de densidade de drenagem (3,23 km/km2), densidade hídrica (4 cursos de água/km2) e de percurso médio do escoamento superficial (0,08 km), verifica-se que a sub-bacia é bem drenada. 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Após os cálculos efetuados, verificou-se que não há risco considerável de inundação e que existe uma baixa probabilidade de ocorrência de cheias, bem como baixa suscetibilidade a fenómenos de erosão, caso não ocorra uma expansão do meio urbano e o acréscimo de impermeabilização do solo. Neste trabalho são propostas algumas medidas de adaptação apropriadas à zona de estudo, numa abordagem de gestão urbana e sustentável, reforçando a necessidade e importância de integrar os espaços verdes no espaço urbano, como forma de promover a sustentabilidade urbana no processo de planeamento e coesão territorial. Relativamente às medidas de adaptação propostas, estas têm como objetivo principal a gestão integrada das águas pluviais e o controlo da água no local, favorecendo sempre as medidas de retenção natural da água. Favorece-se o uso de coberturas verdes, canteiros, valas, jardins, parques e pavimentos permeáveis como meio de atenuação do escoamento superficial, bem como o uso de fontes de energia renováveis e a criação de zonas de recreio e lazer. 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