Possibilidade de Fundamentação da Educação no Pensamento Cosmogenésico de Pierre Teilhard de Chardin
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Publication Date: | 2000 |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10174/11056 |
Summary: | "Sem resumo feito pelo autor"; - A origem profunda deste estudo radica na necessidade imperiosa que o autor sente, na sua prática profissional quotidiana, de ver e fazer ver, claramente, qual a legitimidade e o sentido do trabalho educativo. O contexto em que surge é o da formação de professores. Mais particularmente, é o da componente de pedagogia fundamental dessa formação, entendida a pedagogia fimdamental como a reflexão fundamentadora da acção particular que o Homem exerce sobre si próprio na busca do seu permanente aperfeiçoamento e que dá pelo nome de educação. Ora, se ao pensamento puro é possível viver sem "eira nem beira", para utilizar a expressão tão cara a William James, já a acção concreta não pode prescindir de um fundamento mínimo que a despolete, dirija e sustente. Mesmo que provisório e precário terá que ser, naquele momento e naquele contexto em que a acção decorre, ainda assim, um fundamento. Justamente por isso, formar professores - não nos aspectos estritamente técnico--profissionais que constituem "a arte de ensinar", mas nos aspectos ontológicos e existenciais que constituem "a arte de viver e de ajudar a viver", "a arte de ser e de fazer ser", necessária ao educar -, implica, forçosamente, a procura de uma visão fundamentadora. Mesmo mais que uma procura, pressupõe que se adira convictamente a essa visão, ainda que essa adesão seja temporária, provisória, e essa visão seja aberta, dinâmica e em permanente evolução. A "luz" que possibilita essa visão provém de muitos lugares do saber, das ciências naturais às ciências sociais, da filosofia à religião, da perenidade da tradição à efemeridade da moda, do senso comum à reflexão critica mais elaborada, do saber empírico à tecnologia mais sofisticada. Importa, porém, estar bem consciente de que a luz que ilumina a realidade não é, ainda, propriamente, a visão da realidade. Tal como a "visão dos olhos", também a "visão do espirito" pressupõe um trabalho interpretativo sobre o puro dado, de modo a que se constitua um quadro unificado e pleno de sentido na e para a consciência do sujeito que vê. Sendo assim, uma visão que possa fundar e legitimar o esforço educativo deverá constituir-se como um momento íntimo, interior, em que tudo conflui e se unifica numa representação global, geradora de sentido, a partir da qual a acção é já não só possível, como, até mesmo, imperativa. Uma das primeiras características, senão mesmo a primeira, que uma visão que ambicione fundar e legitimar as acções humanas deve ter é a da globalidade. Só compreendendo o interesse e a importância dos seus pequenos esforços individuais para os esforços colectivos da humanidade, é que o agente encontra a motivação e o élan necessários à sua acção. E, assim, a visão de que necessitamos terá que ser, forçosamente, uma visão global e unificadora do mundo e da vida. Uma mundividência. A visão que procuramos assumirá assim, inevitavelmente, a forma de uma "história do mundo", porque o Tempo, realidade primeira da experiência humana, impede que as visões do mundo sejam descritas . Para darem conta da totalidade da experiência humana elas têm que ser, obrigatoriamente, narradas. Estamos, pois, em condições de formular com precisão o problema que nos conduziu ao desenvolvimento deste estudo e que, se interessa ao formador de professores, interessa, também, ao educador em geral: Qual a narrativa do mundo que, não apenas legitima e dá sentido ao esforço educativo da humanidade, como potencia, ao máximo, as suas múltiplas capacidades? |
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