Candidíase Invasiva em Doentes Pediátricos Hospitalizados
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Publication Date: | 2018 |
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Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.17/4545 |
Summary: | Introdução: A candidíase invasiva (CI) está associada a morbilidade e mortalidade hospitalar significativa, sendo uma causa cada vez mais importante de infeção em crianças. As recomendações para o tratamento da CI nas crianças não são consensuais. Na Europa a prescrição de antifúngicos é muito variável e depende da epidemiologia local. Objetivos: Determinar a prevalência de candidíase invasiva, identificar os fatores de risco e as estirpes envolvidas e caracterizar a terapêutica e complicações. Métodos:Estudo retrospetivo descritivo de crianças> 1 mês internadasno Hospital Dona Estefânia com isolamento de Candida em locaisestéreis, entre Janeiro de 2008 e Dezembro de 2016 (8 anos). Resultados:Identificadas 30 crianças com mediana de idades de 15 meses. Tinham patologia subjacente 28 (93%): síndrome malformativo (47%),prematuridade (19%), doença neurológica (6%), neoplasia (9%), hepatopatia crónica (3%), doença granulomatosa crónica (3%) e infeção VIH (3%). A maioria (96%) apresentava pelo menos um fator de risco, os mais frequentes: antibioterapia (83%) e cateter venoso central (80%). C.albicans foi a espécie mais frequente (60%),seguida por C. parapsilosis (30%), C. famata (7%) e C. lusitaniae (3%). Foi identificada 1 resistência de C. parapsilosisà anidulafungina (2016). A duração média do tratamento foi 18,6 dias, a anfotericina B foi o fármaco mais utilizadoaté 2010 (83%) e o fluconazolfoi o mais utilizado entre 2011 e 2016 (58%). Surgiram complicações em 15 doentes (50%), as mais frequentes: renais (27%) e respiratórias(20%). Ocorreram 6 óbitos (20%), 16,6% antes de 2011 e 3,3% depois de 2011. Conclusões :A maioria dos doentes tinham patologia subjacente e pelo menos um fator de risco, tal como descrito na literatura .C. albicans foi a espécie mais frequente, mas também se confirmou a emergência/aumento de espécies não albicans, sobretudo C. parapsilosis. De acordo com as orientações locais e internacionais, na ausência de fatores de risco e critérios de gravidade, ofluconazol pode ser utilizado no tratamento das infeções por C. albicans e C. parapsilosis com bons resultados. Estão descritas na literatura taxas de mortalidade atribuíveis à doença na ordem dos 10%, tivemos uma mortalidade superior (20%) mas apenas de 3,3% depois de 2011. |
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