Fármacos de Platina no tratamento oncológico: mecanismos de resistência

Bibliographic Details
Main Author: Guerreiro, Patrícia Maria dos Santos
Publication Date: 2024
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10400.1/26889
Summary: Na década de 1960, a descoberta da atividade anticancerígena da cisplatina e a sua eficácia clínica despertaram um grande interesse na investigação de compostos de coordenação para tratamento do cancro. Para além da cisplatina, surgiram outros complexos de platina, como a carboplatina e a oxaliplatina. Estes compostos são amplamente utilizados no tratamento de vários tipos de cancro, incluindo testicular, pulmonar, ovário e bexiga. O mecanismo de ação dos fármacos de platina é bastante complexo, sendo que a formação de adutos inter ou intracadeias com o ADN nuclear é uma das vias mais estudadas e reconhecidas. A formação destes adutos resulta na interrupção dos processos de replicação e trancrição do ADN, promovendo desta forma apoptose. No entanto, o ADN nuclear não é o único alvo, existem outros alvos celulares que contribuem para o efeito dos fármacos de platina. O complexo de cisplatina ataca as mitocôndrias e desencadeia a produção de espécies reativas de oxigénio, destruindo os lisossomas e por sua vez, induzindo a libertação de proteáses lisossomais que degradam o retículo endoplasmático. Estes complexos podem ainda, através da formação de adutos com grupos funcionais em proteínas, em particular com átomos de enxofre presentes nos resíduos de cisteína e metionina, alterar a função proteica contribuindo para a morte celular. Apesar da eficácia comprovada, a resistência aos fármacos de platina representa um grande desafio no meio oncológico. As células cancerígenas podem desenvolver resistência através de diversos mecanismos, como a alteração da captação/efluxo de fármaco, a inativação da cisplatina por moléculas contendo tiol, e a capacidade de regeneração do ADN danificado. Compreender estes mecanismos de resistência é crucial para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas. Ao longo desta monografia são demonstrados diversos mecanismos de resistência, bem como formas de ultrapassar e otimizar o tratamento farmacoterapêutico.
id RCAP_030b2a9f8736cbfcf1af52c8d71d3bea
oai_identifier_str oai:sapientia.ualg.pt:10400.1/26889
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
repository_id_str https://opendoar.ac.uk/repository/7160
spelling Fármacos de Platina no tratamento oncológico: mecanismos de resistênciaPlatinaResistênciaCancroTratamentoCisplatinaAtividade anticancerígenaNa década de 1960, a descoberta da atividade anticancerígena da cisplatina e a sua eficácia clínica despertaram um grande interesse na investigação de compostos de coordenação para tratamento do cancro. Para além da cisplatina, surgiram outros complexos de platina, como a carboplatina e a oxaliplatina. Estes compostos são amplamente utilizados no tratamento de vários tipos de cancro, incluindo testicular, pulmonar, ovário e bexiga. O mecanismo de ação dos fármacos de platina é bastante complexo, sendo que a formação de adutos inter ou intracadeias com o ADN nuclear é uma das vias mais estudadas e reconhecidas. A formação destes adutos resulta na interrupção dos processos de replicação e trancrição do ADN, promovendo desta forma apoptose. No entanto, o ADN nuclear não é o único alvo, existem outros alvos celulares que contribuem para o efeito dos fármacos de platina. O complexo de cisplatina ataca as mitocôndrias e desencadeia a produção de espécies reativas de oxigénio, destruindo os lisossomas e por sua vez, induzindo a libertação de proteáses lisossomais que degradam o retículo endoplasmático. Estes complexos podem ainda, através da formação de adutos com grupos funcionais em proteínas, em particular com átomos de enxofre presentes nos resíduos de cisteína e metionina, alterar a função proteica contribuindo para a morte celular. Apesar da eficácia comprovada, a resistência aos fármacos de platina representa um grande desafio no meio oncológico. As células cancerígenas podem desenvolver resistência através de diversos mecanismos, como a alteração da captação/efluxo de fármaco, a inativação da cisplatina por moléculas contendo tiol, e a capacidade de regeneração do ADN danificado. Compreender estes mecanismos de resistência é crucial para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas. Ao longo desta monografia são demonstrados diversos mecanismos de resistência, bem como formas de ultrapassar e otimizar o tratamento farmacoterapêutico.In the 1960s, the discovery of the anticancer activity of cisplatin and its clinical efficacy sparked significant interest in investigating coordination compounds for cancer treatment. In addition to cisplatin, other platinum complexes emerged, such as carboplatin and oxaliplatin. These compounds are widely used in the treatment of various types of cancer, including testicular, lung, ovarian, and bladder. The mechanism of action of platinum drugs is quite complex, with the formation of inter- or intra-strand DNA adducts being one of the most studied and recognized pathways. The formation of these adducts results in the disruption of DNA replication and transcription processes, thereby promoting apoptosis. However, nuclear DNA is not the only target, there are other cellular targets that contribute to the effect of platinum drugs. Cisplatin, for instance, attacks mitochondria and triggers the production of reactive oxygen species, leading to the destruction of lysosomes and the subsequent release of lysosomal proteases that degrade the endoplasmic reticulum. These complexes can also form adducts with the functional groups in proteins, particularly with sulfur atoms in cysteine and methionine residues, altering protein function and contributing to the cell death. Despite their proven efficacy, resistance to platinum drugs presents a major challenge in oncology. Cancer cells can develop resistance through various mechanisms, such as altering drug uptake/efflux, inactivating cisplatin via thiol-containing molecules, and repairing damaged DNA. Understanding these resistance mechanisms is crucial for developing new therapeutic strategies. Throughout this monograph, various mechanisms of resistance are demonstrated, as well as ways of overcoming and optimising pharmacotherapeutic treatment.Lourenço, João Paulo GilSapientiaGuerreiro, Patrícia Maria dos Santos2025-03-11T14:22:45Z2024-11-182024-11-18T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/26889urn:tid:203802705porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-19T02:04:41Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/26889Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T04:38:05.892660Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
dc.title.none.fl_str_mv Fármacos de Platina no tratamento oncológico: mecanismos de resistência
title Fármacos de Platina no tratamento oncológico: mecanismos de resistência
spellingShingle Fármacos de Platina no tratamento oncológico: mecanismos de resistência
Guerreiro, Patrícia Maria dos Santos
Platina
Resistência
Cancro
Tratamento
Cisplatina
Atividade anticancerígena
title_short Fármacos de Platina no tratamento oncológico: mecanismos de resistência
title_full Fármacos de Platina no tratamento oncológico: mecanismos de resistência
title_fullStr Fármacos de Platina no tratamento oncológico: mecanismos de resistência
title_full_unstemmed Fármacos de Platina no tratamento oncológico: mecanismos de resistência
title_sort Fármacos de Platina no tratamento oncológico: mecanismos de resistência
author Guerreiro, Patrícia Maria dos Santos
author_facet Guerreiro, Patrícia Maria dos Santos
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Lourenço, João Paulo Gil
Sapientia
dc.contributor.author.fl_str_mv Guerreiro, Patrícia Maria dos Santos
dc.subject.por.fl_str_mv Platina
Resistência
Cancro
Tratamento
Cisplatina
Atividade anticancerígena
topic Platina
Resistência
Cancro
Tratamento
Cisplatina
Atividade anticancerígena
description Na década de 1960, a descoberta da atividade anticancerígena da cisplatina e a sua eficácia clínica despertaram um grande interesse na investigação de compostos de coordenação para tratamento do cancro. Para além da cisplatina, surgiram outros complexos de platina, como a carboplatina e a oxaliplatina. Estes compostos são amplamente utilizados no tratamento de vários tipos de cancro, incluindo testicular, pulmonar, ovário e bexiga. O mecanismo de ação dos fármacos de platina é bastante complexo, sendo que a formação de adutos inter ou intracadeias com o ADN nuclear é uma das vias mais estudadas e reconhecidas. A formação destes adutos resulta na interrupção dos processos de replicação e trancrição do ADN, promovendo desta forma apoptose. No entanto, o ADN nuclear não é o único alvo, existem outros alvos celulares que contribuem para o efeito dos fármacos de platina. O complexo de cisplatina ataca as mitocôndrias e desencadeia a produção de espécies reativas de oxigénio, destruindo os lisossomas e por sua vez, induzindo a libertação de proteáses lisossomais que degradam o retículo endoplasmático. Estes complexos podem ainda, através da formação de adutos com grupos funcionais em proteínas, em particular com átomos de enxofre presentes nos resíduos de cisteína e metionina, alterar a função proteica contribuindo para a morte celular. Apesar da eficácia comprovada, a resistência aos fármacos de platina representa um grande desafio no meio oncológico. As células cancerígenas podem desenvolver resistência através de diversos mecanismos, como a alteração da captação/efluxo de fármaco, a inativação da cisplatina por moléculas contendo tiol, e a capacidade de regeneração do ADN danificado. Compreender estes mecanismos de resistência é crucial para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas. Ao longo desta monografia são demonstrados diversos mecanismos de resistência, bem como formas de ultrapassar e otimizar o tratamento farmacoterapêutico.
publishDate 2024
dc.date.none.fl_str_mv 2024-11-18
2024-11-18T00:00:00Z
2025-03-11T14:22:45Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.1/26889
urn:tid:203802705
url http://hdl.handle.net/10400.1/26889
identifier_str_mv urn:tid:203802705
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
instacron:RCAAP
instname_str FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
collection Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
repository.name.fl_str_mv Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
repository.mail.fl_str_mv info@rcaap.pt
_version_ 1833602102793863168