The role of personality in the capacity to love
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Publication Date: | 2023 |
Format: | Master thesis |
Language: | eng |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10284/11982 |
Summary: | A personalidade é uma grande parte de quem somos, moldando a forma como pensamos, comportamos e reagimos às situações do quotidiano (Allport, 1961). Quando está em causa a análise da natureza humana, o amor é uma das dimensões mais prementes, sendo uma fonte de inspiração e esperança desde o início dos tempos (Kapusta et al., 2018). Sabe-se que os seres humanos apresentam uma necessidade básica de ter relações interpessoais, mas para alguns não é fácil envolverem-se, comprometerem-se e manterem relações íntimas, e parecem não ter esta capacidade individual para amar (Hazan & Shaver, 1992; Kernberg, 2011). Embora a personalidade, o amor e as relações tenham sido estudados exaustivamente, persiste a necessidade de realizar estudos científicos que incluam o estudo da personalidade e a capacidade de amar em conjunto. Dada a importância que as relações desempenham nas nossas vidas, e o facto de que problemas e dificuldades associados a relações românticas serem cada vez mais frequentes em consultas psicológicas podendo ser um fator de risco para problemas do foro mental, é crucial ter uma melhor compreensão da capacidade para amar e do papel que a personalidade desempenha nessa capacidade individual. Neste âmbito, o principal objetivo do estudo que se apresenta é analisar o papel dos “Cinco Grandes Traços de Personalidade” (Extroversão; Amabilidade; Conscienciosidade; Neuroticismo e Abertura à Experiência) na capacidade para amar, numa amostra portuguesa constituída por 839 participantes entre os 18 e os 74 anos. A recolha de dados foi efetuada através de um questionário sociodemográfico, do Big Five Inventory (BFI) e do CTL- Inventory (CTL-I). Os principais resultados sugerem que a amostra apresenta níveis altos de amabilidade, baixos níveis de estabilidade emocional e altos níveis de capacidade para amar. Nesta amostra, as mulheres apresentam níveis mais elevados de amabilidade e interesse pelo outro, e os homens são mais emocionalmente estáveis. Os participantes que estão envolvidos numa relação íntima apresentam-se como mais conscienciosos, extrovertidos e apresentam uma melhor capacidade para amar. Também foi possível perceber que aqueles que têm filhos são mais extrovertidos, conscienciosos, emocionalmente estáveis e apresentam níveis mais baixos de capacidade para amar. Os divorciados apresentam os níveis mais baixos de capacidade para amar e os solteiros apresentam os níveis mais altos, sendo estes últimos, descritos como menos conscienciosos e emocionalmente estáveis quando comparados com os casados, divorciados e viúvos. As pessoas com relações mais curtas tendem a ser menos conscienciosas e a apresentar uma tendência neurótica, relatando níveis mais elevados de permanência da paixão sexual, as que têm relações mais longas são as que apresentam menor capacidade para amar, já quem apresenta uma maior satisfação com a relação, são as pessoas mais extrovertidas, amáveis e emocionalmente estáveis e estas apresentam também uma maior capacidade para amar. Indivíduos que apresentam uma maior capacidade para amar começam mais cedo as suas relações e à medida que a idade aumenta a capacidade para amar tende a diminuir. Por último, foi encontrada uma associação positiva entre os cinco grandes traços e as dimensões da CTL, e quatro dos traços da personalidade (amabilidade, abertura à experiência, estabilidade emocional e extroversão) parecem ter um contributo modesto como preditores da capacidade de amar, sendo a amabilidade o fator de predição mais forte. |
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A personalidade é uma grande parte de quem somos, moldando a forma como pensamos, comportamos e reagimos às situações do quotidiano (Allport, 1961). Quando está em causa a análise da natureza humana, o amor é uma das dimensões mais prementes, sendo uma fonte de inspiração e esperança desde o início dos tempos (Kapusta et al., 2018). Sabe-se que os seres humanos apresentam uma necessidade básica de ter relações interpessoais, mas para alguns não é fácil envolverem-se, comprometerem-se e manterem relações íntimas, e parecem não ter esta capacidade individual para amar (Hazan & Shaver, 1992; Kernberg, 2011). Embora a personalidade, o amor e as relações tenham sido estudados exaustivamente, persiste a necessidade de realizar estudos científicos que incluam o estudo da personalidade e a capacidade de amar em conjunto. Dada a importância que as relações desempenham nas nossas vidas, e o facto de que problemas e dificuldades associados a relações românticas serem cada vez mais frequentes em consultas psicológicas podendo ser um fator de risco para problemas do foro mental, é crucial ter uma melhor compreensão da capacidade para amar e do papel que a personalidade desempenha nessa capacidade individual. Neste âmbito, o principal objetivo do estudo que se apresenta é analisar o papel dos “Cinco Grandes Traços de Personalidade” (Extroversão; Amabilidade; Conscienciosidade; Neuroticismo e Abertura à Experiência) na capacidade para amar, numa amostra portuguesa constituída por 839 participantes entre os 18 e os 74 anos. A recolha de dados foi efetuada através de um questionário sociodemográfico, do Big Five Inventory (BFI) e do CTL- Inventory (CTL-I). Os principais resultados sugerem que a amostra apresenta níveis altos de amabilidade, baixos níveis de estabilidade emocional e altos níveis de capacidade para amar. Nesta amostra, as mulheres apresentam níveis mais elevados de amabilidade e interesse pelo outro, e os homens são mais emocionalmente estáveis. Os participantes que estão envolvidos numa relação íntima apresentam-se como mais conscienciosos, extrovertidos e apresentam uma melhor capacidade para amar. Também foi possível perceber que aqueles que têm filhos são mais extrovertidos, conscienciosos, emocionalmente estáveis e apresentam níveis mais baixos de capacidade para amar. Os divorciados apresentam os níveis mais baixos de capacidade para amar e os solteiros apresentam os níveis mais altos, sendo estes últimos, descritos como menos conscienciosos e emocionalmente estáveis quando comparados com os casados, divorciados e viúvos. As pessoas com relações mais curtas tendem a ser menos conscienciosas e a apresentar uma tendência neurótica, relatando níveis mais elevados de permanência da paixão sexual, as que têm relações mais longas são as que apresentam menor capacidade para amar, já quem apresenta uma maior satisfação com a relação, são as pessoas mais extrovertidas, amáveis e emocionalmente estáveis e estas apresentam também uma maior capacidade para amar. Indivíduos que apresentam uma maior capacidade para amar começam mais cedo as suas relações e à medida que a idade aumenta a capacidade para amar tende a diminuir. Por último, foi encontrada uma associação positiva entre os cinco grandes traços e as dimensões da CTL, e quatro dos traços da personalidade (amabilidade, abertura à experiência, estabilidade emocional e extroversão) parecem ter um contributo modesto como preditores da capacidade de amar, sendo a amabilidade o fator de predição mais forte. |
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