Desenvolvimento de competências dos enfermeiros
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Publication Date: | 2008 |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.15/91 |
Summary: | Actualmente os contextos de trabalho têm-se centrado na flexibilidade dos processos de trabalho (Bagnato, s.d.), na vertente científica e técnica e no desenvolvimento de competências (Comissão Europeia, 2001), colocando-se a tónica no conceito de gestão por competências e fazendo-se apelo a estas como resposta aos objectivos das organizações. O profissional deve ser capaz de se adaptar aos diferentes contextos e funções a desempenhar, a resolver situações de grande indefinição ou a adaptar-se àquelas que comportem grandes níveis de imprevisibilidade, como o que se observa com as situações de cuidados. Na prática efectiva-se a relação entre competências e exercício profissional, implicando-se o contexto como factor de desenvolvimento de competências e de confronto com o fazer e o saber fazer. O que se pretendeu indagar com a presente investigação foi o modo como os enfermeiros desenvolvem as competências do cuidar em enfermagem num serviço de medicina hospitalar e quais as determinantes desse processo. Para tal, considerámos um estudo de caso, o serviço de medicina hospitalar do Centro Hospitalar Médio Tejo, e o caso, os enfermeiros deste serviço. O trabalho empírico baseou-se num estudo de cariz qualitativo, etnometodológico que privilegiou a presença do investigador no contexto, a observação participante, entrevistas etnográficas e semi-estruturadas a enfermeiros e outros informantes privilegiados, além de análise documental. A triangulação de dados e de fontes, suportada em paradigmas de clarificação do desenvolvimento de competências, permitiu conjugar e consolidar as diversas fontes de informação, numa atitude crítica e construtivista face ao objecto em estudo. O tratamento da informação recolhida foi efectuado num percurso recursivo entre o contexto (serviço de medicina), a análise da observação participante (Spradley, 1980) e a análise de conteúdo (Miles e Huberman, 1994) com o apoio de programa informático Nud*Ist 6. Como principais conclusões identificamos: um habitus do serviço caracterizado por partilha colectiva de significados e que determina o modo como se cuida; uma organização estruturada mediada pela supervisão da enfermeira chefe e que promove a integração de esquemas de acção; a ocorrência de interacções diádicas e situações complexas promotoras de um processo reflexivo e de transformação de competências; a construção da experiência centrada num processo reflexivo sobre a prática, em articulação com a dimensão cognitiva, afectiva e com estratégias de aprendizagem; um clima e cultura organizacional promotora de aprendizagem organizacional a nível micro (foco na socialização individual e processo sistema) e a nível macro (foco na cultura). O desenvolvimento de competências integra assim, um sistema auto-eco-organizativo, a nível pessoal (microssistema), do serviço (mesossistema), da organização(macrossistema) e ao longo do tempo (cronossistema). Enquanto percurso investigativo novas questões surgiram como o papel educativo das lideranças nas equipas de saúde, a multiprofissionalidade no cuidar da pessoa / família e a função da cultura organizacional no desempenho dos profissionais de saúde. |
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