A relação entre famílias homoparentais, a sociedade e a instituição escolar: discriminação, inclusão e aspectos socioemocionais

• Autor(a) principal: Soares, Camila Ferreira
• Data de Publicação: 2025
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/44638
• topic: Homoparentalidade; Família; Escola

A presente pesquisa investigou a relação de famílias homoparentais com a sociedade e com as instituições de ensino frequentadas por seus filhos, em um contexto social atravessado por complexidades e preconceitos. Objetivou-se compreender os impactos dos aspectos emocionais ─ isto é, os sentimentos, emoções e vivências cotidianas, emergentes dessas relações estabelecidas, e as práticas, condutas e intervenções pedagógicas sobre essas famílias, sobretudo no que se refere à sua inserção e de seus filhos no ambiente escolar. A metodologia adotada foi a qualitativa, através de entrevistas semidirigidas com os responsáveis de famílias homoafetivas com crianças em idade escolar, onde buscou-se identificar as consequências de uma sociedade preconceituosa em relação aos sujeitos parentais LGBTQIAPN+, dando voz, escuta ativa e promovendo acolhimento para com as suas singulares trajetórias. Constatou-se, por meio das análises realizadas, que o afeto é a ação que se destaca na construção da parentalidade homoafetiva (como em quaisquer outras), independendo de laços consanguíneos, através dos gestos de cuidado diários e da resistência perante a sociedade heteronormativa e discriminatória. A escola, enquanto instituição de poder, revela-se ambivalente, tanto ao reproduzir as normas excludentes, quanto ao constituir um espaço fértil de acolhimento e transformação. Nesse cenário, as famílias entrevistadas enfatizaram a parceria escola-família como fundamental e próspera, destacando os educadores como interlocutores indispensáveis na (des)construção de uma sociedade ética, plural e habitável onde cada sujeito, independente de seu gênero, raça e/ou sexualidade, possa ser acolhido, escutado e convidado a exercer um papel ativo nos espaços que ocupa, de forma moral, simbólica e legalmente legitimada