[pt] A POLÍTICA DE DESLOCAMENTO: DESLOCADOS INDUZIDOS PELO DESENVOLVIMENTO NO BRASIL

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CAROLINA SALLES ABELHA FUTURO
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
Texto Completo: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=36968&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=36968&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.36968
Resumo: [pt] Esta dissertação examina a política de deslocamento de pessoas no contexto do projeto da Usina Hidrelétrica Belo Monte, região Norte do Brasil. Especificamente, eu investigo a política de deslocamento de ribeirinhos, pequenos agricultores e populações indígenas em Belo Monte. À luz do entendimento de política de Jacques Rancière, faço minha análise olhando para os males do deslocamento ao invés de para os direitos que alegadamente pertencem aos atingidos. Ao trazer isto ao debate, proponho reformular deslocamento como uma questão de exclusão política, não um problema de natureza técnica ou social. Embora remonte aos tempos coloniais, migração forçada raramente é um tópico discutido no Brasil. O país possui 1268 centrais elétricas de alguma escala, das quais 219 são hidrelétricas. Construir essas barragens exige, em quase todos os casos, pessoas e lugares sacrificiais. Em consequência, laços familiares são desfeitos, formas de vida extinguidas, lares são mortos. A literatura sobre pessoas deslocadas por projetos de desenvolvimento a partir de uma abordagem baseada em direitos não conseguiu dar conta da política de deslocamento. A terceira maior barragem do mundo em capacidade instalada trouxe com seus 11.233 MW as mesmas violações de direitos, anunciadas por projetos anteriores. Ao longo do tempo, estima-se que um milhão de pessoas tenham sido expulsas de suas casas devido a projetos de barragens hidrelétricas e sua migração para outras áreas, ou seu abandono e empobrecimento, foram tratados como apenas mais um exemplo de exclusão social em meio ao portfólio brasileiro de problemas sociais. Isso, no entanto, pode não ajudar a abordar as causas da migração forçada nesses casos. Situado no âmbito mais amplo da política mundial moderna, em suas formas de ler e pensar o Estado, as implicações da política na (re)produção da condição de deslocado são constitutivas. Este trabalho argumenta, portanto, que os deslocados de Belo Monte são a parte sem-parte na democracia brasileira. Eles são feitos povo suplementar pelos danos de uma obra de desenvolvimento, mas é também através da sua resistência a esses danos que denunciam a desigualdade na democracia. Ao resistir a essa partição e ao espaço de negligência atribuídos à sua existência, eles fazem mais do que o designado. Enquadrando deslocamento como um conflito sobre a produção do espaço, então, a dissertação sugere como as pessoas resistem, intervêm e contestam a representação de seu espaço. Deslocados resistem ao seu status suplementar criando espaços alternativos de representação. Suas práticas de resistência, portanto, evidenciam seu status político e desafiam a vida democrática a garantir sua parte em casos futuros. Concluo trazendo insights práticos inspirados por essas críticas teóricas para os próximos projetos hidrelétricos no Brasil; já anunciados e, até agora, inevitáveis.
id PUC_RIO-1_f35a3cfe0ddd46ae6937b0d710a45a6f
oai_identifier_str oai:MAXWELL.puc-rio.br:36968
network_acronym_str PUC_RIO-1
network_name_str Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
repository_id_str 534
spelling [pt] A POLÍTICA DE DESLOCAMENTO: DESLOCADOS INDUZIDOS PELO DESENVOLVIMENTO NO BRASIL[en] THE POLITICS OF DISPLACEMENT: DEVELOPMENT-INDUCED DISPLACEES IN BRAZIL[pt] RESISTENCIA[pt] ESPACOS DE REPRESENTACAO[pt] DOMICIDIO[pt] REMOCAO FORCADA[pt] MIGRACAO FORCADA[pt] DESIGUALDADE[pt] DESLOCAMENTO[pt] DESENVOLVIMENTO[en] RESISTANCE [en] SPACES OF REPRESENTATION[en] DOMICIDE[en] FORCED EVICTION[en] FORCED MIGRATION[en] INEQUALITY[en] DISPLACEMENT[en] DEVELOPMENT[pt] Esta dissertação examina a política de deslocamento de pessoas no contexto do projeto da Usina Hidrelétrica Belo Monte, região Norte do Brasil. Especificamente, eu investigo a política de deslocamento de ribeirinhos, pequenos agricultores e populações indígenas em Belo Monte. À luz do entendimento de política de Jacques Rancière, faço minha análise olhando para os males do deslocamento ao invés de para os direitos que alegadamente pertencem aos atingidos. Ao trazer isto ao debate, proponho reformular deslocamento como uma questão de exclusão política, não um problema de natureza técnica ou social. Embora remonte aos tempos coloniais, migração forçada raramente é um tópico discutido no Brasil. O país possui 1268 centrais elétricas de alguma escala, das quais 219 são hidrelétricas. Construir essas barragens exige, em quase todos os casos, pessoas e lugares sacrificiais. Em consequência, laços familiares são desfeitos, formas de vida extinguidas, lares são mortos. A literatura sobre pessoas deslocadas por projetos de desenvolvimento a partir de uma abordagem baseada em direitos não conseguiu dar conta da política de deslocamento. A terceira maior barragem do mundo em capacidade instalada trouxe com seus 11.233 MW as mesmas violações de direitos, anunciadas por projetos anteriores. Ao longo do tempo, estima-se que um milhão de pessoas tenham sido expulsas de suas casas devido a projetos de barragens hidrelétricas e sua migração para outras áreas, ou seu abandono e empobrecimento, foram tratados como apenas mais um exemplo de exclusão social em meio ao portfólio brasileiro de problemas sociais. Isso, no entanto, pode não ajudar a abordar as causas da migração forçada nesses casos. Situado no âmbito mais amplo da política mundial moderna, em suas formas de ler e pensar o Estado, as implicações da política na (re)produção da condição de deslocado são constitutivas. Este trabalho argumenta, portanto, que os deslocados de Belo Monte são a parte sem-parte na democracia brasileira. Eles são feitos povo suplementar pelos danos de uma obra de desenvolvimento, mas é também através da sua resistência a esses danos que denunciam a desigualdade na democracia. Ao resistir a essa partição e ao espaço de negligência atribuídos à sua existência, eles fazem mais do que o designado. Enquadrando deslocamento como um conflito sobre a produção do espaço, então, a dissertação sugere como as pessoas resistem, intervêm e contestam a representação de seu espaço. Deslocados resistem ao seu status suplementar criando espaços alternativos de representação. Suas práticas de resistência, portanto, evidenciam seu status político e desafiam a vida democrática a garantir sua parte em casos futuros. Concluo trazendo insights práticos inspirados por essas críticas teóricas para os próximos projetos hidrelétricos no Brasil; já anunciados e, até agora, inevitáveis.[en] This dissertation examines the politics of the displacement of people in the context of the Belo Monte Complex project in the North of Brazil. Specifically, I investigate the politics of the displacement of riparian, small farmers and Indigenous populations in Belo Monte. In light of Jacques Rancière understanding of politics, I do so by looking at the wrongs of displacement rather than to the alleged rights belonging to subjects. Bringing this to the debate will reframe displacement as a matter of political exclusion, not a social or technical problem. Although it goes back to colonial times, forced migration is a rarely discussed topic in Brazil. The country has 1268 hydroelectric plants of some scale, among which 219 are hydroelectric dams. Building those dams requires, in almost every case, sacrificial people and places. As consequences, family ties are undone, ways of living extinguished, homes are killed. Literature on people displaced by development projects grounded on a rights based approach has not been able to address the politics of displacement. The world s third largest dam in installed capacity brought with its 11,233 MW the very same old, foreseen and announced rights violations of previous projects. Over time, it is estimated that one million people have been put out from their homes because of hydroelectric dam projects and their migration to other areas, or their abandonment and impoverishment, have been treated as only one more example of social exclusion amidst the vast Brazilian portfolio of social problems. That might not help to address the causes of forced migration in these cases, though. Situated in the broader scope of modern world politics, in its ways to read and think the State, the implications of politics in the (re)production of the displaced condition are constitutive. This work argues, therefore, that Belo Monte displacees are the part with no-part in Brazilian democracy. They are made supplementary people by the wrongs of a development work but it is also through their resistance to those wrongs that they denounce the inequality in democracy. In resisting this partition and the space of neglect attributed to their existence, they do more than the assigned. By framing displacement as a conflict over the production of space, then, the dissertation shows how people resist, intervene and contest the representations of their space. Displacees themselves resist to their supplementary status, creating alternative spaces of representation. Therefore, their practices of resistance make evident their political status and challenge democratic life to guarantee their part’in future cases alike. I conclude by bringing practical insights inspired by these theoretical critiques to forthcoming hydroelectric projects in Brazil; already announced and, so far, inevitable.MAXWELLJAMES MATTHEW DAVIESJAMES MATTHEW DAVIESJAMES MATTHEW DAVIESCAROLINA SALLES ABELHA FUTURO2019-02-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=36968&idi=1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=36968&idi=2http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.36968engreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-02-19T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:36968Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342019-02-19T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false
dc.title.none.fl_str_mv [pt] A POLÍTICA DE DESLOCAMENTO: DESLOCADOS INDUZIDOS PELO DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
[en] THE POLITICS OF DISPLACEMENT: DEVELOPMENT-INDUCED DISPLACEES IN BRAZIL
title [pt] A POLÍTICA DE DESLOCAMENTO: DESLOCADOS INDUZIDOS PELO DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
spellingShingle [pt] A POLÍTICA DE DESLOCAMENTO: DESLOCADOS INDUZIDOS PELO DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
CAROLINA SALLES ABELHA FUTURO
[pt] RESISTENCIA
[pt] ESPACOS DE REPRESENTACAO
[pt] DOMICIDIO
[pt] REMOCAO FORCADA
[pt] MIGRACAO FORCADA
[pt] DESIGUALDADE
[pt] DESLOCAMENTO
[pt] DESENVOLVIMENTO
[en] RESISTANCE
[en] SPACES OF REPRESENTATION
[en] DOMICIDE
[en] FORCED EVICTION
[en] FORCED MIGRATION
[en] INEQUALITY
[en] DISPLACEMENT
[en] DEVELOPMENT
title_short [pt] A POLÍTICA DE DESLOCAMENTO: DESLOCADOS INDUZIDOS PELO DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
title_full [pt] A POLÍTICA DE DESLOCAMENTO: DESLOCADOS INDUZIDOS PELO DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
title_fullStr [pt] A POLÍTICA DE DESLOCAMENTO: DESLOCADOS INDUZIDOS PELO DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
title_full_unstemmed [pt] A POLÍTICA DE DESLOCAMENTO: DESLOCADOS INDUZIDOS PELO DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
title_sort [pt] A POLÍTICA DE DESLOCAMENTO: DESLOCADOS INDUZIDOS PELO DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
author CAROLINA SALLES ABELHA FUTURO
author_facet CAROLINA SALLES ABELHA FUTURO
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv JAMES MATTHEW DAVIES
JAMES MATTHEW DAVIES
JAMES MATTHEW DAVIES
dc.contributor.author.fl_str_mv CAROLINA SALLES ABELHA FUTURO
dc.subject.por.fl_str_mv [pt] RESISTENCIA
[pt] ESPACOS DE REPRESENTACAO
[pt] DOMICIDIO
[pt] REMOCAO FORCADA
[pt] MIGRACAO FORCADA
[pt] DESIGUALDADE
[pt] DESLOCAMENTO
[pt] DESENVOLVIMENTO
[en] RESISTANCE
[en] SPACES OF REPRESENTATION
[en] DOMICIDE
[en] FORCED EVICTION
[en] FORCED MIGRATION
[en] INEQUALITY
[en] DISPLACEMENT
[en] DEVELOPMENT
topic [pt] RESISTENCIA
[pt] ESPACOS DE REPRESENTACAO
[pt] DOMICIDIO
[pt] REMOCAO FORCADA
[pt] MIGRACAO FORCADA
[pt] DESIGUALDADE
[pt] DESLOCAMENTO
[pt] DESENVOLVIMENTO
[en] RESISTANCE
[en] SPACES OF REPRESENTATION
[en] DOMICIDE
[en] FORCED EVICTION
[en] FORCED MIGRATION
[en] INEQUALITY
[en] DISPLACEMENT
[en] DEVELOPMENT
description [pt] Esta dissertação examina a política de deslocamento de pessoas no contexto do projeto da Usina Hidrelétrica Belo Monte, região Norte do Brasil. Especificamente, eu investigo a política de deslocamento de ribeirinhos, pequenos agricultores e populações indígenas em Belo Monte. À luz do entendimento de política de Jacques Rancière, faço minha análise olhando para os males do deslocamento ao invés de para os direitos que alegadamente pertencem aos atingidos. Ao trazer isto ao debate, proponho reformular deslocamento como uma questão de exclusão política, não um problema de natureza técnica ou social. Embora remonte aos tempos coloniais, migração forçada raramente é um tópico discutido no Brasil. O país possui 1268 centrais elétricas de alguma escala, das quais 219 são hidrelétricas. Construir essas barragens exige, em quase todos os casos, pessoas e lugares sacrificiais. Em consequência, laços familiares são desfeitos, formas de vida extinguidas, lares são mortos. A literatura sobre pessoas deslocadas por projetos de desenvolvimento a partir de uma abordagem baseada em direitos não conseguiu dar conta da política de deslocamento. A terceira maior barragem do mundo em capacidade instalada trouxe com seus 11.233 MW as mesmas violações de direitos, anunciadas por projetos anteriores. Ao longo do tempo, estima-se que um milhão de pessoas tenham sido expulsas de suas casas devido a projetos de barragens hidrelétricas e sua migração para outras áreas, ou seu abandono e empobrecimento, foram tratados como apenas mais um exemplo de exclusão social em meio ao portfólio brasileiro de problemas sociais. Isso, no entanto, pode não ajudar a abordar as causas da migração forçada nesses casos. Situado no âmbito mais amplo da política mundial moderna, em suas formas de ler e pensar o Estado, as implicações da política na (re)produção da condição de deslocado são constitutivas. Este trabalho argumenta, portanto, que os deslocados de Belo Monte são a parte sem-parte na democracia brasileira. Eles são feitos povo suplementar pelos danos de uma obra de desenvolvimento, mas é também através da sua resistência a esses danos que denunciam a desigualdade na democracia. Ao resistir a essa partição e ao espaço de negligência atribuídos à sua existência, eles fazem mais do que o designado. Enquadrando deslocamento como um conflito sobre a produção do espaço, então, a dissertação sugere como as pessoas resistem, intervêm e contestam a representação de seu espaço. Deslocados resistem ao seu status suplementar criando espaços alternativos de representação. Suas práticas de resistência, portanto, evidenciam seu status político e desafiam a vida democrática a garantir sua parte em casos futuros. Concluo trazendo insights práticos inspirados por essas críticas teóricas para os próximos projetos hidrelétricos no Brasil; já anunciados e, até agora, inevitáveis.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-02-19
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=36968&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=36968&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.36968
url https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=36968&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=36968&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.36968
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv MAXWELL
publisher.none.fl_str_mv MAXWELL
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
instacron:PUC_RIO
instname_str Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
instacron_str PUC_RIO
institution PUC_RIO
reponame_str Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
collection Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1840643375066251264