Ataques de precisão cirúrgica de aeronaves remotamente pilotadas estadunidenses: implicações legais à luz do Direito Internacional no caso do Paquistão
| Main Author: | |
|---|---|
| Publication Date: | 2018 |
| Format: | Bachelor thesis |
| Language: | por |
| Source: | Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) |
| Download full: | http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/844841 |
Summary: | Uma grande revolução está ocorrendo no campo de batalha e começando a mudar não apenas o modo como os conflitos são travados, mas também a política, a economia, as leis e a ética que envolvem a própria guerra. Enquanto Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs) matam terroristas, o número de sistemas não tripulados cresce vertiginosamente. Contudo, trata-se de um processo ainda em fase embrionária. Enquanto robôs de combate em terra e submarinos autônomos ainda estão sob desenvolvimento, ARPs de combate já são amplamente utilizadas. Porém, se, de um lado, acrescenta-se aos discursos sobre o uso das ARPs os argumentos de preservação da integridade física dos seus combatentes em um contexto de alto risco da operação e a suposta precisão e eficiência com que esses instrumentos eliminam os inimigos, de outro aumenta também o número de civis mortos nesses conflitos. Assim, a utilização desse meio levanta questões sérias sobre o Direito Internacional, principalmente no que diz respeito aos princípios basilares do Direito Internacional dos Conflitos Armados (DICA). Exemplo disso é o fato de que as ARPs têm sido amplamente utilizadas pelos Estados Unidos da América (EUA) para combater os movimentos insurgentes na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão. Sendo assim, a questão desta pesquisa é verificar se o emprego das ARPs pelos EUA, em missões de assassinato seletivo no Paquistão nos últimos 15 anos, sob o argumento de precisão cirúrgica, está de acordo com os princípios basilares do DICA. Para tanto, metodologicamente realizamos uma pesquisa exploratória bibliográfica e documental. Desse modo, discutimos, ao longo dos capítulos: 1) O histórico e a evolução das ARPs, desde sua concepção até o momento em que se tornaram instrumentos, essencialmente, de combate em um contexto de guerra regular, apresentando a mudança de concepção estratégica para o seu emprego; 2) A base jurídica da pesquisa, ou seja, a origem e a equivalência do DICA e do Direito Internacional Humanitário (DIH), bem como seus princípios e fundamentos, tecendo comentários sobre o Direito da Guerra (Jus ad Bellum) e o Direito na Guerra (Jus in Bello); 3) O emprego de ARPs no Paquistão face aos princípios de Direitos Humanos, de civis e de combatentes. Desse modo, a partir dessa estruturação, confrontamos os fundamentos do DICA e a ideia de Guerra Justa com protagonismo das ARPs na Política Estadunidense face ao Paquistão. Após realizada a análise minuciosa de todos esses aspectos, apresentamos as conclusões de que: 1) O fato de uma ARP ser um veículo não tripulado e uma arma precisa não a torna menos penetrante à soberania paquistanesa; e 2) Nada justifica a violação da soberania paquistanesa, nem mesmo argumentos de autodefesa, ou aqueles relativos à capacidade técnica de eliminar inimigos específicos. Assim, ressaltamos que, a partir da desconsideração de princípios de Proporcionalidade, da Necessidade Militar e Distinção, previstos pelo DIH nas Convenções de Genebra, o uso de ARPs não é justo porque não permite, no caso paquistanês, uma distinção clara entre militantes terroristas e civis. |
| id |
MB_92c2099a24b9d556a7e45e0738388b4f |
|---|---|
| oai_identifier_str |
oai:www.repositorio.mar.mil.br:ripcmb/844841 |
| network_acronym_str |
MB |
| network_name_str |
Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) |
| repository_id_str |
|
| spelling |
Ataques de precisão cirúrgica de aeronaves remotamente pilotadas estadunidenses: implicações legais à luz do Direito Internacional no caso do PaquistãoAeronaves Remotamente PilotadasEstados UnidosPaquistãoDICAGuerra JustaGuerra CirúrgicaGuerra IrregularAeronáuticaAviação NavalUma grande revolução está ocorrendo no campo de batalha e começando a mudar não apenas o modo como os conflitos são travados, mas também a política, a economia, as leis e a ética que envolvem a própria guerra. Enquanto Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs) matam terroristas, o número de sistemas não tripulados cresce vertiginosamente. Contudo, trata-se de um processo ainda em fase embrionária. Enquanto robôs de combate em terra e submarinos autônomos ainda estão sob desenvolvimento, ARPs de combate já são amplamente utilizadas. Porém, se, de um lado, acrescenta-se aos discursos sobre o uso das ARPs os argumentos de preservação da integridade física dos seus combatentes em um contexto de alto risco da operação e a suposta precisão e eficiência com que esses instrumentos eliminam os inimigos, de outro aumenta também o número de civis mortos nesses conflitos. Assim, a utilização desse meio levanta questões sérias sobre o Direito Internacional, principalmente no que diz respeito aos princípios basilares do Direito Internacional dos Conflitos Armados (DICA). Exemplo disso é o fato de que as ARPs têm sido amplamente utilizadas pelos Estados Unidos da América (EUA) para combater os movimentos insurgentes na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão. Sendo assim, a questão desta pesquisa é verificar se o emprego das ARPs pelos EUA, em missões de assassinato seletivo no Paquistão nos últimos 15 anos, sob o argumento de precisão cirúrgica, está de acordo com os princípios basilares do DICA. Para tanto, metodologicamente realizamos uma pesquisa exploratória bibliográfica e documental. Desse modo, discutimos, ao longo dos capítulos: 1) O histórico e a evolução das ARPs, desde sua concepção até o momento em que se tornaram instrumentos, essencialmente, de combate em um contexto de guerra regular, apresentando a mudança de concepção estratégica para o seu emprego; 2) A base jurídica da pesquisa, ou seja, a origem e a equivalência do DICA e do Direito Internacional Humanitário (DIH), bem como seus princípios e fundamentos, tecendo comentários sobre o Direito da Guerra (Jus ad Bellum) e o Direito na Guerra (Jus in Bello); 3) O emprego de ARPs no Paquistão face aos princípios de Direitos Humanos, de civis e de combatentes. Desse modo, a partir dessa estruturação, confrontamos os fundamentos do DICA e a ideia de Guerra Justa com protagonismo das ARPs na Política Estadunidense face ao Paquistão. Após realizada a análise minuciosa de todos esses aspectos, apresentamos as conclusões de que: 1) O fato de uma ARP ser um veículo não tripulado e uma arma precisa não a torna menos penetrante à soberania paquistanesa; e 2) Nada justifica a violação da soberania paquistanesa, nem mesmo argumentos de autodefesa, ou aqueles relativos à capacidade técnica de eliminar inimigos específicos. Assim, ressaltamos que, a partir da desconsideração de princípios de Proporcionalidade, da Necessidade Militar e Distinção, previstos pelo DIH nas Convenções de Genebra, o uso de ARPs não é justo porque não permite, no caso paquistanês, uma distinção clara entre militantes terroristas e civis.Escola de Guerra Naval (EGN)Monteiro, Sandro BaptistaRoberto Cavalcanti Sales, Marcos2022-07-05T18:13:52Z2022-07-05T18:13:52Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttp://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/844841porC-EMOS 2018info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB)instname:Marinha do Brasil (MB)instacron:MB2023-05-12T13:17:29Zoai:www.repositorio.mar.mil.br:ripcmb/844841Repositório InstitucionalPUBhttps://www.repositorio.mar.mil.br/oai/requestdphdm.repositorio@marinha.mil.bropendoar:2023-05-12T13:17:29Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) - Marinha do Brasil (MB)false |
| dc.title.none.fl_str_mv |
Ataques de precisão cirúrgica de aeronaves remotamente pilotadas estadunidenses: implicações legais à luz do Direito Internacional no caso do Paquistão |
| title |
Ataques de precisão cirúrgica de aeronaves remotamente pilotadas estadunidenses: implicações legais à luz do Direito Internacional no caso do Paquistão |
| spellingShingle |
Ataques de precisão cirúrgica de aeronaves remotamente pilotadas estadunidenses: implicações legais à luz do Direito Internacional no caso do Paquistão Roberto Cavalcanti Sales, Marcos Aeronaves Remotamente Pilotadas Estados Unidos Paquistão DICA Guerra Justa Guerra Cirúrgica Guerra Irregular Aeronáutica Aviação Naval |
| title_short |
Ataques de precisão cirúrgica de aeronaves remotamente pilotadas estadunidenses: implicações legais à luz do Direito Internacional no caso do Paquistão |
| title_full |
Ataques de precisão cirúrgica de aeronaves remotamente pilotadas estadunidenses: implicações legais à luz do Direito Internacional no caso do Paquistão |
| title_fullStr |
Ataques de precisão cirúrgica de aeronaves remotamente pilotadas estadunidenses: implicações legais à luz do Direito Internacional no caso do Paquistão |
| title_full_unstemmed |
Ataques de precisão cirúrgica de aeronaves remotamente pilotadas estadunidenses: implicações legais à luz do Direito Internacional no caso do Paquistão |
| title_sort |
Ataques de precisão cirúrgica de aeronaves remotamente pilotadas estadunidenses: implicações legais à luz do Direito Internacional no caso do Paquistão |
| author |
Roberto Cavalcanti Sales, Marcos |
| author_facet |
Roberto Cavalcanti Sales, Marcos |
| author_role |
author |
| dc.contributor.none.fl_str_mv |
Monteiro, Sandro Baptista |
| dc.contributor.author.fl_str_mv |
Roberto Cavalcanti Sales, Marcos |
| dc.subject.por.fl_str_mv |
Aeronaves Remotamente Pilotadas Estados Unidos Paquistão DICA Guerra Justa Guerra Cirúrgica Guerra Irregular Aeronáutica Aviação Naval |
| topic |
Aeronaves Remotamente Pilotadas Estados Unidos Paquistão DICA Guerra Justa Guerra Cirúrgica Guerra Irregular Aeronáutica Aviação Naval |
| description |
Uma grande revolução está ocorrendo no campo de batalha e começando a mudar não apenas o modo como os conflitos são travados, mas também a política, a economia, as leis e a ética que envolvem a própria guerra. Enquanto Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs) matam terroristas, o número de sistemas não tripulados cresce vertiginosamente. Contudo, trata-se de um processo ainda em fase embrionária. Enquanto robôs de combate em terra e submarinos autônomos ainda estão sob desenvolvimento, ARPs de combate já são amplamente utilizadas. Porém, se, de um lado, acrescenta-se aos discursos sobre o uso das ARPs os argumentos de preservação da integridade física dos seus combatentes em um contexto de alto risco da operação e a suposta precisão e eficiência com que esses instrumentos eliminam os inimigos, de outro aumenta também o número de civis mortos nesses conflitos. Assim, a utilização desse meio levanta questões sérias sobre o Direito Internacional, principalmente no que diz respeito aos princípios basilares do Direito Internacional dos Conflitos Armados (DICA). Exemplo disso é o fato de que as ARPs têm sido amplamente utilizadas pelos Estados Unidos da América (EUA) para combater os movimentos insurgentes na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão. Sendo assim, a questão desta pesquisa é verificar se o emprego das ARPs pelos EUA, em missões de assassinato seletivo no Paquistão nos últimos 15 anos, sob o argumento de precisão cirúrgica, está de acordo com os princípios basilares do DICA. Para tanto, metodologicamente realizamos uma pesquisa exploratória bibliográfica e documental. Desse modo, discutimos, ao longo dos capítulos: 1) O histórico e a evolução das ARPs, desde sua concepção até o momento em que se tornaram instrumentos, essencialmente, de combate em um contexto de guerra regular, apresentando a mudança de concepção estratégica para o seu emprego; 2) A base jurídica da pesquisa, ou seja, a origem e a equivalência do DICA e do Direito Internacional Humanitário (DIH), bem como seus princípios e fundamentos, tecendo comentários sobre o Direito da Guerra (Jus ad Bellum) e o Direito na Guerra (Jus in Bello); 3) O emprego de ARPs no Paquistão face aos princípios de Direitos Humanos, de civis e de combatentes. Desse modo, a partir dessa estruturação, confrontamos os fundamentos do DICA e a ideia de Guerra Justa com protagonismo das ARPs na Política Estadunidense face ao Paquistão. Após realizada a análise minuciosa de todos esses aspectos, apresentamos as conclusões de que: 1) O fato de uma ARP ser um veículo não tripulado e uma arma precisa não a torna menos penetrante à soberania paquistanesa; e 2) Nada justifica a violação da soberania paquistanesa, nem mesmo argumentos de autodefesa, ou aqueles relativos à capacidade técnica de eliminar inimigos específicos. Assim, ressaltamos que, a partir da desconsideração de princípios de Proporcionalidade, da Necessidade Militar e Distinção, previstos pelo DIH nas Convenções de Genebra, o uso de ARPs não é justo porque não permite, no caso paquistanês, uma distinção clara entre militantes terroristas e civis. |
| publishDate |
2018 |
| dc.date.none.fl_str_mv |
2018 2022-07-05T18:13:52Z 2022-07-05T18:13:52Z |
| dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
| dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/bachelorThesis |
| format |
bachelorThesis |
| status_str |
publishedVersion |
| dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/844841 |
| url |
http://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/844841 |
| dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
| language |
por |
| dc.relation.none.fl_str_mv |
C-EMOS 2018 |
| dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
| eu_rights_str_mv |
openAccess |
| dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
| dc.publisher.none.fl_str_mv |
Escola de Guerra Naval (EGN) |
| publisher.none.fl_str_mv |
Escola de Guerra Naval (EGN) |
| dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) instname:Marinha do Brasil (MB) instacron:MB |
| instname_str |
Marinha do Brasil (MB) |
| instacron_str |
MB |
| institution |
MB |
| reponame_str |
Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) |
| collection |
Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) |
| repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da Produção Científica da Marinha do Brasil (RI-MB) - Marinha do Brasil (MB) |
| repository.mail.fl_str_mv |
dphdm.repositorio@marinha.mil.br |
| _version_ |
1844954140880404480 |