Penicilina na fase avançada da leptospirose: um ensaio clínico randomizado

Bibliographic Details
Main Author: Costa, Everaldo
Publication Date: 2003
Other Authors: Lopes, Antonio Alberto, Sacramento, Edilson, Costa, Yara Aragão, Matos, Eliana Dias, Lopes, Marcelo Barreto, Bina, José Carlos
Format: Article
Language: eng
Source: Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo
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Summary: Existe evidência de que o início precoce do tratamento com penicilina reduz a letalidade da leptospirose e de que a quimioprofilaxia é eficaz em pessoas expostas às fontes de infecção. Os dados existentes, contudo, são inconsistentes quanto ao benefício de iniciar penicilina na fase tardia da leptospirose. O presente estudo foi desenvolvido para avaliar se a introdução de penicilina após mais de quatro dias de sintomas reduz a letalidade da leptospirose. Um total de 253 pacientes entre 15 e 76 anos de idade, com leptospirose avançada, i.e., mais de quatro dias de sintomas, admitidos em um hospital de doenças infecciosas localizado em Salvador, Brasil, foram selecionados para o estudo. Os pacientes foram randomizados para um dos seguintes grupos de tratamento: com penicilina intravenosa, 6 milhões de unidades/dia (um milhão de unidades cada quatro horas) por 7 dias (n = 125) e sem penicilina (n = 128). O evento principal foi morte durante o período de internamento. A letalidade foi aproximadamente duas vezes maior no grupo tratado com penicilina (12%; 15/125) do que no grupo de comparação (6,3%; 8/128). Esta diferença seguiu direção oposta a da hipótese do estudo, porém não alcançou significância estatística (p = 0,112). A duração do internamento foi similar entre os grupos de tratamento. De acordo com os resultados do presente ensaio clínico randomizado o uso de penicilina não é benéfico em paciente com leptospirose quando iniciado com pelo menos quatro dias após o início dos sintomas. Portanto, maior atenção deve ser dada à prevenção e ao inicio mais precoce do tratamento da leptospirose.
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spelling Penicilina na fase avançada da leptospirose: um ensaio clínico randomizado Penicillin at the late stage of leptospirosis: a randomized controlled trial LeptospirosisCase-fatality ratePrognosisDeath ratePenicillinRandomized clinical trialWeil's Disease Existe evidência de que o início precoce do tratamento com penicilina reduz a letalidade da leptospirose e de que a quimioprofilaxia é eficaz em pessoas expostas às fontes de infecção. Os dados existentes, contudo, são inconsistentes quanto ao benefício de iniciar penicilina na fase tardia da leptospirose. O presente estudo foi desenvolvido para avaliar se a introdução de penicilina após mais de quatro dias de sintomas reduz a letalidade da leptospirose. Um total de 253 pacientes entre 15 e 76 anos de idade, com leptospirose avançada, i.e., mais de quatro dias de sintomas, admitidos em um hospital de doenças infecciosas localizado em Salvador, Brasil, foram selecionados para o estudo. Os pacientes foram randomizados para um dos seguintes grupos de tratamento: com penicilina intravenosa, 6 milhões de unidades/dia (um milhão de unidades cada quatro horas) por 7 dias (n = 125) e sem penicilina (n = 128). O evento principal foi morte durante o período de internamento. A letalidade foi aproximadamente duas vezes maior no grupo tratado com penicilina (12%; 15/125) do que no grupo de comparação (6,3%; 8/128). Esta diferença seguiu direção oposta a da hipótese do estudo, porém não alcançou significância estatística (p = 0,112). A duração do internamento foi similar entre os grupos de tratamento. De acordo com os resultados do presente ensaio clínico randomizado o uso de penicilina não é benéfico em paciente com leptospirose quando iniciado com pelo menos quatro dias após o início dos sintomas. Portanto, maior atenção deve ser dada à prevenção e ao inicio mais precoce do tratamento da leptospirose. There is evidence that an early start of penicillin reduces the case-fatality rate of leptospirosis and that chemoprophylaxis is efficacious in persons exposed to the sources of leptospira. The existent data, however, are inconsistent regarding the benefit of introducing penicillin at a late stage of leptospirosis. The present study was developed to assess whether the introduction of penicillin after more than four days of symptoms reduces the in-hospital case-fatality rate of leptospirosis. A total of 253 patients aged 15 to 76 years with advanced leptospirosis, i.e., more than four days of symptoms, admitted to an infectious disease hospital located in Salvador, Brazil, were selected for the study. The patients were randomized to one of two treatment groups: with intravenous penicillin, 6 million units day (one million unit every four hours) for seven days (n = 125) and without (n = 128) penicillin. The main outcome was death during hospitalization. The case-fatality rate was approximately twice as high in the group treated with penicillin (12%; 15/125) than in the comparison group (6.3%; 8/128). This difference pointed in the opposite direction of the study hypothesis, but was not statistically significant (p = 0.112). Length of hospital stay was similar between the treatment groups. According to the results of the present randomized clinical trial initiation of penicillin in patients with severe forms of leptospirosis after at least four days of symptomatic leptospirosis is not beneficial. Therefore, more attention should be directed to prevention and earlier initiation of the treatment of leptospirosis. Universidade de São Paulo. Instituto de Medicina Tropical de São Paulo2003-06-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rimtsp/article/view/30701Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo; Vol. 45 No. 3 (2003); 141-145 Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo; v. 45 n. 3 (2003); 141-145 Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo; Vol. 45 Núm. 3 (2003); 141-145 1678-99460036-4665reponame:Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Pauloinstname:Instituto de Medicina Tropical (IMT)instacron:IMTenghttps://www.revistas.usp.br/rimtsp/article/view/30701/32585Copyright (c) 2018 Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccessCosta, EveraldoLopes, Antonio AlbertoSacramento, EdilsonCosta, Yara AragãoMatos, Eliana DiasLopes, Marcelo BarretoBina, José Carlos2012-07-07T18:01:56Zoai:revistas.usp.br:article/30701Revistahttp://www.revistas.usp.br/rimtsp/indexPUBhttps://www.revistas.usp.br/rimtsp/oai||revimtsp@usp.br1678-99460036-4665opendoar:2012-07-07T18:01:56Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo - Instituto de Medicina Tropical (IMT)false
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