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Proposta de certificação das estirpes recomendadas para o uso em inoculantes comerciais para a cultura da soja no Brasil.

Bibliographic Details
Main Author: HUNGRIA, M.
Publication Date: 2005
Other Authors: BANGEL, E. V., CAMPO, R. J., MENDES, I. C., REIS JUNIOR, F. B. dos
Language: por
Source: Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
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Summary: A soja foi introduzida no Brasil em 1882, no Estado da Bahia, mas a expansão da cultura ocorreu somente a partir da década de 1940: hoje, o país é o segundo maior produtor mundial, com 50,23 milhões de ton de grãos produzidas em 23,1 milhões de ha na safra de 2004/2005. Como a soja é uma planta exótica, os solos brasileiros são, originalmente, isentos de bactérias fixadores de N2 capazes de formar nódulos efetivos com essa leguminosa, resultando na necessidade de importação de estirpes de Bradyrhizobium na época da expansão da cultura. Simultaneamente, porém, iniciaram-se estudos de avaliação e seleção de estirpes adaptadas às condições ambientais e cultivares brasileiras e a primeira lista de estirpes recomendadas para o uso em inoculantes comerciais data de 1956. Desde então, houve um esforço para regulamentar os inoculantes comerciais, ficando estabelecido que a recomendação de estirpes é definida em um forum bianual que reune pesquisadores e representantes da indústria de inoculantes, a RELARE (Rede de Laboratórios para Recomendação, Padronização e Difusão de Tecnologia de Inoculantes Microbianos de Interesse Agrícola); a lista das estirpes recomendadas para cada leguminosa é enviada para o Ministério da Agricultura (MAPA) e faz parte do Anexo II da Instrução Normativa SARC No. 05/2004. Atualmente, quatro estirpes são recomendadas para a cultura da soja: SEMIA 587, isolada no RS, recomendada de 1968 a 1975 e, novamente, desde 1979; SEMIA 5019 (=29W), isolada no RJ e recomendada desde 1979; e duas estirpes no DF e recomendadas desde 1992, a SEMIA 5080 (=CPAC 7) e a SEMIA 5079 (=CPAC 15). Os inoculantes comerciais devem conter duas dessas estirpes, não importando a combinação. Na última safra foram comercializadas, no Brasil, cerca de 24 milhões de doses de inoculantes, quase 99% destinadas à cultura da soja e, embora exista um controle de qualidade para os inoculantes, não existe um controle efetivo de qualidade das estirpes. Nossa proposta é estabelecer, no período de um ano, um processo de certificação da qualidade e efetividade das estirpes. O controle será feito em três laboratórios, na FEPAGRO, na Embrapa Soja e na Embrapa Cerrados e, inicialmente, serão estabelecidas as normas e procedimentos definidas para BPL (boas práticas de laboratório). Anualmente, as culturas serão confirmadas quanto à identidade genética na FEPAGRO e na Embrapa Soja, por BOX-PCR e por RFLP-PCR da região de nodulação (nodC). A eficiência das estirpes será verificada, anualmente, em casa de vegetação, pela FEPAGRO e a campo, pela Embrapa Soja e pela Embrapa Cerrados. As estirpes serão distribuídas para as indústrias, anualmente, pela FEPAGRO, com o certificado de pureza genética e eficiência agronômica. Amostras de estirpes enviadas para cada indústria de inoculantes serão mantidas na FEPAGRO e na Embrapa Soja por um ano, para garantir a rastreabilidade. O estabelecimento do processo será financiado pela FEPAGRO, Embrapa, Ministério da Agricultura, CNPq e ANPII, mas serão estabelecidos critérios que permitam, a longo prazo, a auto-sustentação da certificação. Financiado parcialmente pelo CNPq (Edital CTBiotecnologia/MCT/CNPq 552393/2005-2).
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