Caracterização das formas clínicas: coorte de pacientes acompanhados pós infecção pelo vírus chikungunya

• Autor(a) principal: Nascimento, Alessandra Dantas do
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://arca.fiocruz.br/handle/icict/67411
• topic: Vírus Chikungunya; Febre Chikungunya; Infecções por Arbovírus; Qualidade de Vida; Chikungunya Virus; Chikungunya Fever; Arbovirus Infections; Quality of Life; Febre de Chikungunya; Epidemiologia; Febre de Chikungunya; complicações; Estudos de Coortes; Adulto

Introdução: Chikungunya (CHIK) é uma arbovirose emergente em regiões tropicais, que tem se mostrado um grande desafio para a saúde pública brasileira, tanto no seu controle, diagnóstico diferencial e manuseio clínico. A infecção pelo vírus da chikungunya (CHIKV) apresenta semelhanças com outros arbovírus circulantes como vírus da dengue (DENV) e Zika (ZIKV), com formas clínicas muitas vezes indistinguíveis entre estes. O CHIKV pertence ao gênero Alphavirus e à família Togaviridae. Seu período de incubação varia de 1 a 12 dias. Cerca de 25% das pessoas acometidas são assintomáticas, os casos sintomáticos se apresentam com febre alta, cefaleia, fotofobia, mialgia, rash cutâneo e dores agudas e persistentes nas articulações. Alguns pacientes podem apresentar manifestações crônicas, geralmente afetando a mesma articulação da fase aguda, caracterizada por flutuações na intensidade da dor e recaídas. Objetivos: caracterizar a história natural da chikungunya em adultos, bem como a persistência da dor e verificar a frequência e alterações de longo prazo. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte prospectivo desenvolvido na emergência de um hospital, no qual foram incluídos pacientes com diagnóstico laboratorial confirmado de chikungunya, com idade ≥ 18 anos. Foram coletados dados na fase aguda da doença a fim de caracterizarmos a população do ponto de vista sociodemográfico e clínico. O seguimento desses pacientes foi realizado por via telefônica aproximadamente 18 meses após o início dos sintomas na fase aguda, para avaliarmos a frequência e alterações de longo prazo. As manifestações crônicas foram definidas pela presença de artralgia e/ou dor muscular presente no momento da ligação. Resultados: Foram incluídos 100 pacientes A prevalência das variáveis observadas na fase aguda e que apresentaram fatores de risco para desenvolvimento das manifestações crônicas foram: sexo feminino (65,8%), idade acima de 45 anos e dor retro-orbital (57,9%). E dentre as variáveis observadas no grupo de pacientes que apresentaram chikungunya crônica estão: fraqueza (55%), alteração da visão (36%) e necessidade de hospitalização (23%). Conclusão: Esses resultados auxiliam no entendimento dos fatores de risco para ocorrência das manifestações crônicas e pode ser de grande valia para a prevenção da evolução da morbidade