Depressão no Hospital Geral: estudo de 136 casos

Bibliographic Details
Main Author: FRÁGUAS JÚNIOR,RENÉRIO
Publication Date: 2002
Other Authors: ALVES,TÂNIA CORREA DE TOLEDO FERRAZ
Format: Article
Language: por
Source: Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
Download full: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302002000300035
Summary: OBJETIVO: O objetivo deste estudo é investigar os sintomas depressivos que diferenciam pacientes com e sem depressão associada a condições médicas. MÉTODOS: Foram estudados 293 pedidos de interconsulta à psiquiatria, consecutivos, no ano 1998, sendo 168 (57,5%) mulheres e 124 (42,5%) homens, com idades variando de 18 a 93 anos (47,2+/-18,0 anos). O diagnóstico psiquiátrico foi realizado através de uma entrevista clínica aberta, utilizando-se os critérios do DSM-IV. A análise estatística foi realizada através dos testes de Qui-quadrado e regressão logística. RESULTADOS: Dos 293 pacientes avaliados, 230 (78,50%) preenchiam critérios para diagnóstico psiquiátrico; sendo que 136(59,1%) apresentaram transtornos dentro do espectro depressivo: Depressão Maior (n=60-26,1%), Depressão Menor (n=31-13,5%), Depressão Secundária (n=19-8,3%) e Reação de Ajustamento com Humor Depressivo (n=26-11,3%). À exceção do aumento de apetite, aumento de peso, agitação e ilusões, a ocorrência ou não de depressão foi significativamente diferente (p<0,05) quando se comparou a presença com a ausência dos demais sintomas potencialmente depressivos. A anedonia e a piora matinal só foram detectadas em, respectivamente, 4 e 3 pacientes sem depressão, o que não permitiu sua inclusão na análise de regressão logística. De acordo com a análise de regressão logística (IC=95%), as variáveis selecionadas para explicar o diagnóstico de depressão foram: pensamento de morte (OR=20,6; 2,5-170,5), irritabilidade (OR=4,5; 1,7-11,9), despertar precoce (OR=15,0; 1,7-129,3) e perda de peso (OR=8,1; 2,6-24,4). CONCLUSÃO: Pensamentos de morte, irritabilidade, despertar precoce, perda de peso anedonia e piora matinal foram os sintomas que mais fortaleceram o diagnóstico de depressão. Mesmo sintomas que poderiam ser manifestação da condição clínica e/ou da depressão (tais como insônia, diminuição da concentração, fadiga e lentificação) foram significativamente mais associados ao diagnóstico da depressão. Estes dados reforçam a necessidade do clínico investigar ativamente o diagnóstico de depressão na presença de sintomas físicos que podem ser decorrentes de uma condição médica geral ou de uma depressão. Devido a sua elevada prevalência, a depressão não pode ser um diagnóstico de exclusão.
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