Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Inauã Weirich
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Orientador(a): |
Munhoz, Angélica Vier
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Banca de defesa: |
Aquino, Julia Groppa,
Costa, Cristiano Bedin da,
Giongo, Ieda Maria,
Olegário, Fabiane |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PPGEnsino;Ensino
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10737/4353
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Resumo: |
Esta tese, que conta com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES), tomou a Área de Conhecimento em Ensino (ACE) da CAPES como objeto de investigação pelas rédeas da arqueogenealogia foucaultiana. A ACE é vinculada à Grande Área de Conhecimento Multidisciplinar, do Colégio de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar, criada em 2011. A ACE diferencia-se organizacionalmente da Área de Conhecimento em Educação (ACEdu), vinculada à Grande Área de Conhecimento de Ciências Humanas, do Colégio de Humanidades. Essa diferenciação foi considerada um acontecimento singular no âmbito da formação de pessoal de nível superior, de modo que possibilitou pensar o seguinte problema de pesquisa: de que modo o ensino emerge enquanto prática, estratégia, tecnologia de governo, do Estado brasileiro, a ponto de ser criada uma área em Ensino desvinculada da área de Educação? O problema de investigação levou a problematizar como o ensino é usado para operar o governo dos pesquisadores e da pesquisa educacional no Brasil por meio da CAPES. Com a abordagem arqueogenealógica foucaultiana, os discursos em torno do ensino funcionam como uma zona de problematização, em que “ensino” foi pensado como uma verdade histórica que pode e deve ser investigada. Com os procedimentos de arquivamento, foi possível produzir um recorte arquivístico referente às práticas de governo da CAPES - Brasil, desde a década de 1950, através da série documental Relatórios de Atividades. Por outra via, a arquivização permitiu pensar condições de possibilidade para a emergência da ACE como área Multidisciplinar desvinculada da ACEdu. Os resultados alcançados com a pesquisa apontam que a divisão das áreas de Ensino e de Educação pode ser vista como um efeito das práticas de governo da pós-graduação operadas pela CAPES. Essas práticas se dispersam nos diversos programas e projetos que a CAPES desenvolveu desde seu início: distribuição de bolsas, intercâmbio de professores, formação de professores através do ensino a distância, eventos, publicações, criação de mestrados profissionais etc. A dispersão das práticas de ensino da CAPES evidenciou o seu caráter multidisciplinar, na medida em que a mesma atua em diversas áreas do conhecimento, por meio de uma série de programas e projetos desvinculados da área Educação. Assim, de um lado, tem-se uma área de Educação, com seus problemas próprios, e, de outro, a área de Ensino, voltada para dar conta da formação de professores de outras áreas do conhecimento. Por fim, é possível concluir que a retirada do “Ensino” da área de conhecimento em Educação é um efeito direto do modo como a CAPES vem governando a pós-graduação no Brasil desde seu período de Campanha (1951-1964). Desse modo é possível afirmar que a área de Ensino da CAPES - Brasil provém da área de Ensino de Ciências e Matemática e as condições de possibilidade para a sua emergência existiram na medida em que a CAPES, desde sua criação na década de 1950, desenvolveu práticas e projetos voltados para o ensino de diversas áreas de conhecimento dissociadas da área de Educação. |