Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Marinho, Vinicius Lopes
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Orientador(a): |
Amado, Nélia Maria Pontes
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Banca de defesa: |
Quartieri, Marli Teresinha,
Carreira, Susana Paula Graça,
Quintas, Helena Luísa Martins,
Canavarro, Ana Paula |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PPGEnsino;Ensino
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10737/3541
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Resumo: |
Transformações recentes na educação e no sistema de saúde brasileiros refletiram nas instituições de ensino médico, exigindo um novo perfil de profissional: mais crítico, humanista, reflexivo e ético, refletindo assim na formação desses profissionais. Percebe-se que tal formação se caracteriza, ainda, na observação da prática, com a passagem de ensinamentos dos mais velhos aos mais novos. Essa função é feita pelo preceptor e tem por objetivo auxiliar o discente a adquirir a sua autonomia e prepará-lo para integração profissional. Este estudo teve como propósito conhecer, explicar e compreender como as relações que se estabelecem entre os futuros médicos e os seus preceptores, durante o período de internato, contribuem para a formação do futuro médico. Para este fim, adotou-se uma metodologia qualitativa, interpretativa, que teve como participantes seis estudantes de medicina de uma Universidade Brasileira a cursarem o internato médico. Para a coleta de dados optou-se pela produção de narrativas e uma entrevista semiestruturada e, posteriormente, procedeu-se a uma análise de conteúdo. Os resultados mostraram que o internato parece ser o momento em que os estudantes iniciam o processo de construção da sua identidade profissional. Essa construção depende da sua participação na prática e da partilha de conhecimentos entre todos os envolvidos, em particular dos preceptores que acompanham cada uma das especialidades médicas. Em relação às características do preceptor, os estudantes mencionaram aspectos relacionados com domínio técnico, afetivo e social como características indispensáveis a um preceptor. Destacaram ainda, aspectos como ter capacidade para ouvir e dar feedback aos futuros médicos, ser paciente com os que se encontram a aprender e mostrar interesse pelo aprendizado do aluno. Por outro lado, foram identificados aspectos negativos vivenciados pelos futuros médicos como a forma como foram tratados, nomeadamente, olhar o estagiário como mão de obra “barata”, a falta de didática para partilhar o conhecimento específico e a falta de habilidade para desempenhar o papel de preceptor. De acordo com os relatos dos participantes foi possível identificar que em determinadas situações, os preceptores apresentaram características de um mentor. Esses atributos estavam relacionados a um preceptor mais experiente ao nível do conhecimento e da prática médica, ou seja, que domina o saber conhecer e o saber-fazer da prática médica. Além disso, revela capacidade de estimular, encorajar e mediar as relações dos futuros médicos com outros profissionais de saúde no internato, contribuindo para o desenvolvimento profissional dos futuros médicos. Uma formação humanista, competências sociais e emocionais adequadas, a possibilidade de serem acolhidos ouvidos, respeitados, apoiados e orientados, foram características também apontadas pelos futuros médicos, que podem ser entendidas como atributos de um mentor. Neste estudo, constatamos ainda que os preceptores tiveram um papel muito importante ao influenciar os futuros médicos na escolha da especialidade médica. Verificamos que estes profissionais têm o poder (embora oculto) de influenciar, positiva ou negativamente, a aproximação ou afastamento de um futuro médico a uma determinada especialidade. Neste sentido, parece-nos importante que as Instituições de formação de médicos tenham em conta a importância deste profissional na formação de futuros médicos. Assim, defendemos que a seleção dos preceptores seja feita com critérios adequados e que os próprios preceptores devem ter consciência do seu papel na formação dos futuros médicos. |