AVALIAÇÃO DE DESFECHOS DA APLICAÇÃO INTRAUTERINA DE PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP) AUTÓLOGO PRÉVIA À TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EUPLOIDES EM MULHERES COM ESPESSURA ENDOMETRIAL NORMAL

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Höher, Marcos Alexandre lattes
Orientador(a): Silva, André Anjos Da lattes
Banca de defesa: Heidrich, Daiane, Muller, Gabriel Cardozo, Souza, Maria Do Carmo Borges De
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PPGCM;Ciências Médicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
CS
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10737/4369
Resumo: Múltiplos aprimoramentos permitiram que a técnica de fertilização in vitro (FIV) evoluísse ao longo das últimas décadas e se tornasse mais acessível, mais segura e mais efetiva. Na busca por um aumento nas taxas de sucesso, diferentes estratégias vêm sendo continuamente testadas, sendo uma das mais recentes, o uso de plasma rico em plaquetas (PRP) autólogo, já adotado em outras áreas da saúde, descrito pela primeira vez na medicina reprodutiva em 2015. Desde então, várias publicações vêm atribuindo potenciais benefícios do PRP aplicado na cavidade uterina previamente ao procedimento de transferência embrionária em casos desfavoráveis, como os de mulheres portadoras de endométrio fino e de repetidas falhas de implantação embrionária. Porém, ainda é exíguo o número de pesquisas com delineamento criterioso e os grupos de pacientes até então estudados correspondem a uma minoria dos ciclos. O presente estudo objetiva avaliar os desfechos reprodutivos do uso intrauterino do PRP autólogo, prévio à transferência embrionária, em casos com prognóstico mais favorável, grupo que corresponde à significativa parcela da população que se submete ao tratamento de FIV, porém ainda não estudado. Em ensaio clínico randomizado, 41 participantes foram alocadas em dois grupos: um submetido a duas aplicações intrauterinas de PRP (grupo da intervenção, n=21) e o outro não (grupo controle, n=20), em ciclos de transferência de embriões únicos, exclusivamente em estágio de blastocisto, cromossomicamente normais (euploides) em mulheres cuja espessura endometrial se encontra normal. A análise estatística foi realizada usando JAMOVI computer software (version 2.3 - 2022) e R Core Team (2021), sendo considerado estatisticamente significativo o valor de p<0,05. Verificou-se no grupo do PRP taxas de gravidez bioquímica, de gravidez clínica e de gravidez em evolução até as primeiras 8-9 semanas de 47.6%, 38.1% e 38.1%, respectivamente, enquanto no grupo controle tais resultados foram de 45%, 35% e 35%, não havendo entre os grupos diferenças estatisticamente significativas nos desfechos. Não foram observados casos de gestação gemelar. As pacientes que engravidaram foram monitoradas até 12 semanas, não sendo verificados episódios de abortamento espontâneo em nenhum dos grupos. O grau de qualidade da morfologia embrionária demonstrou correlação positiva, moderada, significativa com a idade feminina, i.e., conforme a idade aumenta, o grau de qualidade do embrião demonstra pior prognóstico (p<0.05). Mulheres que tinham diagnóstico de endometriose e adenomiose, bem como o fator idade, IMC, tempo de infertilidade, gestações prévias e fator masculino não apresentaram diferença entre os dois grupos avaliados. Diferentemente do que foi até estão descrito em alguns relatos de séries de casos, em poucos estudos de coorte e em raros ensaios clínicos, a presente pesquisa não observou resultados diferentes no grupo da intervenção em relação ao grupo controle, ao analisar população em que o endométrio apresentava espessura da mucosa uterina >7 mm. Ainda se faz necessário, contudo, um maior número de ensaios clínicos randomizados (ECRs), utilizando-se protocolos de preparo do PRP autólogo mais padronizados, aplicados a um maior número de sujeitos de pesquisa para que se obtenha conclusões mais confiáveis a respeito da utilização da aplicação intrauterina de PRP na área da reprodução humana.