Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Silva, Júlio César Rodrigues da
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Orientador(a): |
Quartieri, Marli Teresinha
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PPGECE;Ensino de Ciências Exatas
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10737/1719
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Resumo: |
A presente dissertação apresenta os resultados de uma pesquisa que buscou explorar, a partir de uma intervenção pedagógica nas aulas de Física, com alunos do 2º ano do Ensino Médio, aspectos referentes à Gastronomia do Noroeste Mineiro, tendo como aporte teórico o campo da Etnofísica. O problema de pesquisa esteve concentrado na questão: Quais as possíveis articulações entre a Física Escolar e a Gastronomia do Noroeste Mineiro que emergem a partir de uma prática pedagógica? Os objetivos deste trabalho foram: elaborar e desenvolver uma prática pedagógica na disciplina de Física, contemplando aspectos da cultura do Noroeste Mineiro, em particular os relacionados à gastronomia; relacionar os conhecimentos físicos presentes na gastronomia com os usualmente explorados na Física escolar; possibilitar novas formas de ensino e aprendizagem que valorizassem a cultura, o pensamento e o saber dos alunos. Para a fundamentação teórica, percorreu-se um caminho, partindo da análise de cenários históricos da educação brasileira, em que foram estudadas e discutidas questões vinculadas ao ensino da Física (ou de ciências da natureza). Em seguida, apresentou-se a Etnofísica, um campo de estudos que emerge das etnociências e, em síntese, demonstra os saberes utilizados no meio sociocultural e suas interações com os fenômenos físicos presentes no cotidiano. Dessa forma, o tema gastronomia tornou-se o elo entre a Física escolar e os conceitos físicos presentes no meio sociocultural dos sujeitos envolvidos. Durante a intervenção foram realizadas práticas que consistiram em saídas a campo, pesquisas históricas do desenvolvimento da cidade, entrevistas com familiares e um aluno, e escrita de minilivros. Ocorreram também aulas práticas em que as cozinhas transformaram-se em laboratórios socioculturais de Física. A pesquisa foi de cunho qualitativo e os dados foram coletados no decorrer de todas as atividades propostas, por meio do Diário de Campo do pesquisador; do caderno de registros dos alunos; de imagens das práticas com alunos e demais participantes; de áudios e vídeos (cujas falas foram transcritas posteriormente); depoimentos dos participantes (alunos e entrevistados) de modo formal e informal; pesquisas de satisfação com alunos e pais dos alunos e elaboração de minilivros. Após a análise dos dados, emergiram três unidades de análise: a) As “físicas” emergentes da gastronomia do Noroeste Mineiro; b) Alunos mediadores de conhecimentos: construindo relações com a sala de aula; e c) A criatividade, a interação e os envolvimentos: autonomia e “trocas educativas”. Os resultados apontam principalmente a emersão de saberes ligados ao que a Física escolar intitula de: termologia, dinâmica e hidrostática. Ficou evidenciado que os procedimentos físicos, desenvolvidos no cotidiano do grupo cultural do educando, podem ser usados na sala de aula para tornar a aprendizagem mais expressiva, pois podem proporcionar a socialização entre alunos, famílias e comunidade escolar e, também, o respeito mútuo entre saberes acadêmicos e saberes populares. |