História ambiental e espacialidades Ítalo-brasileiras: um comparativo em territórios no norte italiano e ao norte do Rio Taquari/RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Trombini, Janaíne lattes
Orientador(a): Laroque, Luís Fernando da Silva lattes
Banca de defesa: Beneduzi, Luis Fernando, Barden, Júlia Elisabete, Zanini, Maria Catarina Chitolina, Harres, Marluza Marques
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PPGAD;Ambiente e Desenvolvimento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
CB
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10737/2977
Resumo: Os imigrantes italianos e descendentes que ocuparam os territórios ao norte do rio Taquari/RS a partir do final do século XIX são oriundos do norte italiano - Vêneto, Lombardia e Trentino Alto-Ádige, e encontraram no território emigrado um ambiente que apresentava semelhanças e diferenças com a região de origem. Os problemas levantados para investigação foram: Quais semelhanças e diferenças ambientais apresentavam os territórios ítalo-brasileiros? Quais situações e relações sócio-políticas são possíveis observar no decorrer do processo histórico nos territórios ítalo-brasileiros? Que atividades agropecuárias foram desenvolvidas e suas relações com os respectivos ambientes ítalo-brasileiros? A pesquisa investigou a História Ambiental dos italianos, imigrantes italianos e descendentes em espacialidades ítalo- brasileiras e o objetivo consistiu em analisar de forma comparativa o ambiente, questões sócio-políticas e as atividades agropecuárias entre os territórios ao norte da Itália e ao norte do rio Taquari entre os anos de 1860 a meados da década de 1910, apontando semelhanças e diferenças. A pesquisa teve uma abordagem qualitativa e comparativa, recorreu-se a revisão bibliográficas e pesquisa documental em arquivos na Itália e no Rio Grande do Sul. Realizou- se ainda pesquisa de campo com incursões etnográficas gerando diários de campo e a utilização da História Oral, tendo como amostragem vinte e quatro famílias interlocutoras em espacialidades ítalo-brasileiras. Os dados foram analisados como base em aportes teóricos da História Ambiental, espacialidades territoriais e atividades econômicas. Os resultados confirmaram a tese proposta evidenciando que as correlações ambientais nas regiões apresentam características distintas no que se refere ao relevo com altitudes no norte italiano de até 4.000m e ao norte do rio Taquari com apenas 1.000m. Enquanto as semelhanças referem-se à posição territorial geográfica ao “norte”, clima com invernos rigorosos e rios principais como é o caso do Pó e Taquari. Respectivamente ambos territórios possuem espécies da flora em família conífera e da fauna como a lebre (Lepus), Serelepe (Sciurus ingrami) e o cervo (Cervidae). Em situações sócio-políticas identificou-se similaridade em questões fundiárias, agrárias e da Primeira Guerra Mundial. As atividades econômicas possuem afinidades resultantes do desmatamento para as práticas agropecuárias, como a exploração madeireira, vitivinicultura, milho, feijão, trigo, gado e suinocultura, as quais eram voltadas para subsistência e fins comerciais onde o imaginário do homem domesticando a natureza foi bastante operante. Vale salientar que ao analisar questões ambientais ítalo- brasileiras abordou-se aspectos sobre recursos naturais, a biodiversidade e manejo florestal, portanto relacionados às Ciências Ambientais e alinhados a metas e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Contatou-se, por fim, que investigando a História Ambiental foi possível acompanhar as ações do grupo étnico em estudo e as modificações que suas atividades socioeconômicas geram no meio ambiente.