Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Pabis, Nelsi Antonia
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Orientador(a): |
Souza, Maria Antônia de |
Banca de defesa: |
Schlesener, Anita Helena,
Rosa, Maria Arlete,
Flach, Simone de Fátima,
Silva, Sidney Reinaldo da |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tuiuti do Parana
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Programa de Pós-Graduação: |
Doutorado em Educação
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Departamento: |
Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Resumo em Inglês: |
Esta pesquisa teve como objeto de estudo o trabalho do pedagogo na escola e como sujeito os pedagogos que trabalham nos Núcleos Regionais de Educação – NRE, ambos no Estado do Paraná. Os objetivos foram: analisar o trabalho do pedagogo na escola pública por meio da percepção dos pedagogos atuantes nos Núcleos Regionais de Educação; verificar se o trabalho do pedagogo restringe-se ao que determina a lei ou se cria formas voltadas para a transformação; apreender a realidade do trabalho do pedagogo no Paraná, captando as contradições com as quais se depara. A questão central que norteou a investigação foi: como o pedagogo do NRE do Estado do Paraná compreende o trabalho do pedagogo na escola pública? Os procedimentos metodológicos foram a análise de documento e a realização de questionário com os pedagogos que trabalham em 19 dos 32 NRE do Estado. O trabalho do pedagogo foi compreendido a partir do conceito de trabalho proposto por Marx (1982, 1978) e com base nas críticas feitas pelo autor ao sistema produtivo. Os fundamentos concentram-se em Frigotto (1989), Kuenzer (2002), Freitas (1995), dentre outros. Aborda-se o Estado como definidor das políticas educacionais, as quais são definidoras do trabalho do pedagogo, que, na escola da sociedade capitalista, acaba por reforçar o capital, na medida em que este se apresenta fragmentado. O Estado estabelece as atividades que devem fazer parte do trabalho dos pedagogos que atuam nas escolas públicas, as quais abrangem a organização do trabalho pedagógico na escola numa perspectiva democrática, de acordo com autores como Saviani (2008) e Libâneo (2002). Os documentos oficiais confirmam serem as políticas educacionais, como a LDBEN- 9.394/96, determinantes para o trabalho na escola, a ser pautado na gestão democrática. No entanto, a realidade mostra-se diferente: o pedagogo executa tarefas alheias ao seu trabalho, e, segundo Kuenzer (2002), é um multitarefeiro, cuja atribuição não se apresenta democrática, mas numa perspectiva gerencialista, reforçando práticas, valores e ideário do capitalismo. No Paraná, a Lei Complementar nº 103/2004 extingue os cargos de orientador educacional e supervisor escolar, criando o cargo de professor pedagogo, numa tentativa de superação do trabalho fragmentado na escola. Da análise deste estudo, foi possível perceber que o trabalho dos pedagogos é desenvolvido em meio a contradições entre o que apresenta a lei e o que o profissional realiza. Documentos que orientam esse trabalho direcionam para o trabalho unitário e uma gestão democrática, contudo, o pedagogo é chamado a desenvolver atividades que não lhes são inerentes. Como multitarefeiro, atende à perspectiva gerencial de gestão que, como em outras fases, está a serviço do capital, implementando as políticas educacionais que são traçadas pelo Estado. |
Link de acesso: |
http://tede.utp.br:8080/jspui/handle/tede/1597
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Resumo: |
Esta pesquisa teve como objeto de estudo o trabalho do pedagogo na escola e como sujeito os pedagogos que trabalham nos Núcleos Regionais de Educação – NRE, ambos no Estado do Paraná. Os objetivos foram: analisar o trabalho do pedagogo na escola pública por meio da percepção dos pedagogos atuantes nos Núcleos Regionais de Educação; verificar se o trabalho do pedagogo restringe-se ao que determina a lei ou se cria formas voltadas para a transformação; apreender a realidade do trabalho do pedagogo no Paraná, captando as contradições com as quais se depara. A questão central que norteou a investigação foi: como o pedagogo do NRE do Estado do Paraná compreende o trabalho do pedagogo na escola pública? Os procedimentos metodológicos foram a análise de documento e a realização de questionário com os pedagogos que trabalham em 19 dos 32 NRE do Estado. O trabalho do pedagogo foi compreendido a partir do conceito de trabalho proposto por Marx (1982, 1978) e com base nas críticas feitas pelo autor ao sistema produtivo. Os fundamentos concentram-se em Frigotto (1989), Kuenzer (2002), Freitas (1995), dentre outros. Aborda-se o Estado como definidor das políticas educacionais, as quais são definidoras do trabalho do pedagogo, que, na escola da sociedade capitalista, acaba por reforçar o capital, na medida em que este se apresenta fragmentado. O Estado estabelece as atividades que devem fazer parte do trabalho dos pedagogos que atuam nas escolas públicas, as quais abrangem a organização do trabalho pedagógico na escola numa perspectiva democrática, de acordo com autores como Saviani (2008) e Libâneo (2002). Os documentos oficiais confirmam serem as políticas educacionais, como a LDBEN- 9.394/96, determinantes para o trabalho na escola, a ser pautado na gestão democrática. No entanto, a realidade mostra-se diferente: o pedagogo executa tarefas alheias ao seu trabalho, e, segundo Kuenzer (2002), é um multitarefeiro, cuja atribuição não se apresenta democrática, mas numa perspectiva gerencialista, reforçando práticas, valores e ideário do capitalismo. No Paraná, a Lei Complementar nº 103/2004 extingue os cargos de orientador educacional e supervisor escolar, criando o cargo de professor pedagogo, numa tentativa de superação do trabalho fragmentado na escola. Da análise deste estudo, foi possível perceber que o trabalho dos pedagogos é desenvolvido em meio a contradições entre o que apresenta a lei e o que o profissional realiza. Documentos que orientam esse trabalho direcionam para o trabalho unitário e uma gestão democrática, contudo, o pedagogo é chamado a desenvolver atividades que não lhes são inerentes. Como multitarefeiro, atende à perspectiva gerencial de gestão que, como em outras fases, está a serviço do capital, implementando as políticas educacionais que são traçadas pelo Estado. |