Estação de tratamento de esgoto por meio de zona de raízes: uma proposta de tecnologia apropriada para saneamento básico no litoral do Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Kaick, Tamara Simone van lattes
Orientador(a): Casagrande Junior, Eloy Fassi lattes
Banca de defesa: Casagrande Junior, Eloy Fassi lattes, . lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/27159
Resumo: A tecnologia traz benefícios e facilita a vida das pessoas, no entanto esta mesma tecnologia acabou por distanciar o homem do seu meio, perdendo este a noção da sua interdependência de um sistema integrado que compõem o meio ambiente e a sociedade. A dissertação propõe a discussão do paradoxo da tecnologia, sua evolução na história da humanidade, as relações sociais construídas a partir da tecnologia e a utilização da informação, conhecimento e criatividade na inovação tecnológica. A tecnologia apropriada e a educação ambiental, através de uma atuação participativa, são aqui apresentadas como ferramentas fundamentais para o desenvolvimento sustentável. O presente trabalho apresenta como tema central o desenvolvimento e a implantação de uma tecnologia apropriada de saneamento básico, constituída por uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) para casas que se encontram na linha de maré. Para concretizar este projeto foram estabelecidas parcerias entre diversas instituições a nível federal e estadual, organizações não governamentais, universidades e a comunidade local, sem as quais não seria possível desenvolver e implantar o referido experimento piloto no local escolhido. Pelo fato desta ETE, não possuir similares no litoral paranaense e, para tornar participativo o processo de discussão do desenvolvimento e implantação desta tecnologia, foram realizados vários eventos com a comunidade e os parceiros, com o objetivo de explicar a funcionalidade do sistema e definir o processo e o local da implantação do projeto. A implantação desta ETE se deu em uma residência localizada na Ilha Rasa, município de Guaraqueçaba, litoral paranaense, inserida em um dos remanescentes mais preservados da Floresta Atlântica do país, reconhecida como Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba. A residência encontra-se na área mais baixa da ilha e bem próxima da linha de maré, o que não permitia o tratamento do esgoto por meio de fossa séptica seguido de um sumidouro. O esgoto bruto era assim despejado diretamente ao mar em local próximo aos cultivos de ostras. O índice muito alto da contaminação por verminoses na população desta ilha, foi outro indicador da necessidade do desenvolvimento de um sistema mais adequado de saneamento básico. Devido às inúmeras dificuldades, tanto de transporte de material de construção para a ilha como de problemas surgidos devido ao movimento das marés na área escolhida para a implantação desta ETE, a mesma passou por duas fases de construção. A primeira em 1999, construída com placas de concreto armado e, a reforma, que gerou o segundo projeto no ano 2000, construído com pilares e laje. A ETE é composta por um filtro físico formado por materiais disponíveis na ilha, no caso, as conchas de ostras de cultivo. Para compor a zona de raízes, foi utilizada uma planta nativa da região, o capim serra (Cladium mariscus). Como o processo de tratamento de esgoto acontece basicamente nas raízes destas plantas, a estação ficou conhecida como Estação de Tratamento de Esgoto por meio de zona de raízes. A avaliação dos resultados da ETE por meio de zona de raízes, se deu através de parâmetros físico-químicos e biológicos realizados durante 6 meses, não consecutivos, para estabelecer o potencial de tratamento da mesma. Os resultados demonstraram que a capacidade de redução da matéria orgânica do esgoto bruto tratado pela ETE atende tanto às exigências do órgão ambiental do Paraná, quando aos anseios da comunidade da Ilha Rasa em relação ao saneamento básico.