Análise global da influência da finura da cinza de casca de arroz como substituição parcial ao cimento Portland nas propriedades da argamassa de revestimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Zaparte, Taiara Aparecida lattes
Orientador(a): Pereira Filho, José Ilo lattes
Banca de defesa: Bonini, Janaína Sartori lattes, Pereira Filho, José Ilo lattes, Medeiros, Marcelo Henrique Farias de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos-Graduação em Engenharia Civil
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/23616
Resumo: A casca do arroz é utilizada por algumas indústrias de beneficiamento desse cereal como combustível de caldeiras, e deste processos e origina a cinza de casca de arroz (CCA), a qual é depositado, na maioria das vezes, em aterros à céu aberto, provocando elevados impactos ambientais. Pesquisas sobre este resíduo já demonstraram o seu grande potencial de utilização como suplementação ao cimento Portland, em razão do seu principal componente, a sílica, além da grande área superficial proporcionada por suas partículas. Mas, a maioria dos estudos possui como enfoque o controle da temperatura de queima da CA, a fim de produzir uma sílica altamente amorfa. Dessa forma, ainda há uma lacuna em pesquisas que abrangem o efeito da finura da CCA obtida diretamente das indústrias, chamada de residual.Sendo assim, este trabalho tem como objetivo investigar a influência que a redução das partículas da CCA possui nas propriedades de argamassas de revestimento, afim de melhorar a atividade pozolânica deste resíduo industrial e desenvolver um produto com maior qualidade por meio de um baixo gasto energético. Além disso, utilizá-la em materiais cimentício de forma a reduzir o consumo do cimento Portland, o qual gera impactos ao meio ambiente devido à grande liberação de CO2em sua cadeia produtiva. Para verificar a influência nas propriedades mecânicas, de durabilidade e microestruturais foram realizados ensaios no estado fresco e endurecido da argamassa, bem como análises químicas e mineralógicas, com o intuito de estudar a sua microestrutura. A partir dos dados obtidos desses ensaios, foi realizado uma análise global das argamassas estudas, por meio de ferramentas do processo decisório, com o objetivo de verificar qual mistura obteve o melhor desempenho. Foram produzidas quatro misturas, a de referência e com CCA residual não moída e moída por 2h e 3h, em teor de 15% de substituição ao cimento. Os ensaios mecânicos foram satisfatórios para todas as misturas com CCA, inclusive para a cinza que não passou pelo processo de moagem. A mistura com CCA moída por 3h obteve os melhores resultados a partir dos 28 dias, tanto na resistência à compressão quanto na resistência à tração na flexão. Os ensaios de absorção de água e índice de vazios apresentaram resultados semelhantes entre todas as argamassas estudadas, com uma ligeira vantagem para as argamassas com CCA moídas. As análises térmicas e mineralógicas mostraram que a pasta com CCA não moída possuía um teor maior de Ca(OH)2 remanescente ao compará-la com as misturas com a CCA moída. As imagens de MEV indicaram uma formação mais densa da microestrutura das misturas com CCA moída em relação as misturas de referência e com CCA não moída. Com a análise global, concluiu-se que a mistura com CCA moída por 3h alcançou o melhor desempenho, indicando que a redução da finura da cinza de casca de arroz possui influência significativa na atividade pozolânica,melhorado as propriedades mecânicas e de durabilidade, a partir de um consumo maior de portlandita e efeitos físicos, como o preenchimento dos vazios e melhor arranjo interno dos produtos hidratados.