O patriarcado é um juiz: um estudo sobre o indeferimento das medidas protetivas de urgência para mulheres em situação de violência em Curitiba
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/25909 |
Resumo: | A presente dissertação de mestrado teve como objetivo analisar os aspectos que envolvem o indeferimento das medidas protetivas de urgência previstas na Lei 11.340/2006 – Lei Maria da Penha, por meio das percepções e experiências de profissionais e militantes feministas que atuam com o tema em Curitiba, Paraná. Nossos objetivos específicos foram estudar a estrutura patriarcal-racista-capitalista de opressão, dominação e exploração das mulheres; compreender as conquistas normativo-jurídicas de enfrentamento à violência contra as mulheres, à luz da teoria crítica dos direitos humanos; e analisar a relação entre o indeferimento de medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha e a reprodução da violência contra as mulheres. Por meio de estudo qualitativo e exploratório, realizamos análise de conteúdo das entrevistas semiestruturadas aplicadas com as participantes da pesquisa, alcançando os seguintes resultados: os elementos que envolvem o indeferimento das medidas protetivas de urgência relacionam-se com o caráter conservador do Sistema de Justiça e com o perfil resistente à Lei Maria da Penha por parte de magistrados/as; A ausência de conteúdo probatório que confirmem o relato da mulher e a violência sofrida, revelam o (des)valor conferido à palavra da mulher em situação de violência; O indeferimento das medidas protetivas configura-se violência institucional e a ausência de estruturação de serviços, como Defensoria Pública, constitui-se um dos obstáculos no acesso à justiça para as mulheres; Perspectivas para fortalecimento da Lei Maria da Penha e para efetividade das medidas protetivas de urgência evidenciam a importância do fortalecimento da agenda feminista e desafia a constituição de processos políticos, sociais e institucionais que garantam a centralidade das próprias mulheres, bem como a integração operacional entre o sistema de justiça e as políticas sociais, com horizonte na construção emancipatória de uma nova cultura e sociabilidade. |