Seletividade a herbicidas e cultivo consorciado de trevo branco + milho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Adami, Marcia Fernanda Franchin lattes
Orientador(a): Modolo, Alcir José lattes
Banca de defesa: Piva, Jonatas Thiago, Pitta, Christiano Santos Rocha, Assmann, Tangriani Simioni, Modolo, Alcir José, Cassol, Luís César
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3743
Resumo: Consorciar culturas anuais com leguminosas perenes pode trazer uma série de benefícios e melhorar os sistemas de produção agrícola. No entanto, há uma falta de conhecimento sobre o manejo de herbicidas para o controle de plantas daninhas em trevo-branco (Trifolium repens L.) bem como para suprimi-lo quando cultivado em consórcio com milho (Zea mays L.). Com intuito de esclarescer algumas dessas dúvidas, o trabalho foi dividido em duas partes: uma realizada em casa de vegetação e outra no campo. A primeira parte teve por objetivo avaliar a seletividade do trevo branco a três herbicidas e quatro doses, avaliados no estádio fenológico de terceiro trifólio (herbicidas: Glifosato; 2,4-D e Imazetapir), em pleno desenvolvimento e floração plena (herbicidas: Glifosato; 2,4-D e Paraquat/Diuron). A segunda parte foi realizada a campo, sendo as parcelas principais representadas pelas diferentes plantas de cobertura (aveia, trevo branco de 1 e 2 ciclos produtivos) sobre as quais foram estabelecidos os diferentes manejos para supressão do trevo branco e nas subparcelas foram alocadas as doses de nitrogênio (0, 60, 120, 180 kg ha-1). Os experimentos foram alocados em delineamento de blocos ao acaso, com quatro repetições, sendo que a parte de campo, as doses de nitrogênio foram alocados em delineamento de parcela subdividida (4,2 x 8 metros). Os tratamentos do experimento a campo foram divididos em dois experimentos em função de ter-se trabalhado com duas épocas de semeadura do milho. No primeiro experimento (primeira época de semeadura do millho) a campo, os tratamentos foram: Consórcio trevo branco de 1 ciclo + milho + glifosato, consórcio trevo branco de 2 ciclos + roçada, consórcio trevo branco de 2 ciclos + roçada + 2,4-D e o tratamento controle que foi o cultivo de milho sobre palhada de aveia. No segundo experimento a campo, foram estabelecidos os seguintes tratamentos: aplicação sequencial de gramocil + 2,4-D (300 + 806 g i.a); glifosato + 2,4-D (1080 + 806 g i.a) e glifosato + glifosato (1080 + 1080 g i.a). A fitotoxicidade dos herbicidas no trevo branco variou de ausência de sintomas a clorose precoce, necrose de folhas, crescimento atrofiado e morte dependendo da dose do herbicida e do estágio fenológico do trevo branco. O trevo branco pode ser considerado seletivo aos herbicidas imazetapir, 2,4-D e glifosato, porém, a fitotoxicidade varia em função da dose, do tempo após aplicação e do estádio fenológico. O herbicida Paraquat + Diuron se destacou como o herbicida mais efetivo para controle de trevo branco, enquanto Imazetapir apresentou a maior seletividade ao trevo, podendo ser utilizado no manejo de plantas daninhas em áreas de trevo branco. Trevos de 1 ciclo produtivo apresentam maior facilidade de supressão por herbicidas em relação a trevos de 2 ciclos, que apresentam maior capacidade de competição com o milho e maior tolerância ao herbicida, dificultando seu manejo em sistemas consorciados. A produção de grãos de milho variou de 3,0 a 12,3 t ha-1 entre os tratamentos. O consórcio trevo branco de 1 ciclo + milho não afeta o rendimento de grãos em relação ao milho cultivado sobre aveia preta e permite a perenização da pastagem de trevo branco. A aplicação de doses crescentes de nitrogênio em cobertura promoveu incremento na altura de plantas, no número de grãos por fileira, grãos por espiga, na massa de 1.000 grãos e na produtividade de grãos milho, sendo estes parâmetros otimizados quando o trevo é suprimido com a aplicação de herbicidas. A aplicação sequencial de glifosato resultou em melhor supressão do trevo em comparação aos outros herbicidas, apresentando maior produtividade do milho. O trevo branco pode ser manejado como cobertura viva em sistemas de consórcio com a cultura do milho, com muita ou nenhuma redução de rendimento de grão de milho podendo apresentar plena recuperação ou não do seu crescimento na próxima estação de crescimento sem a necessidade de replantio, dependendo do manejo de supressão adotado.