Ergonomia aplicada na redução da dor lombar em ciclistas com o suporte da eletromiografia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Macedo, Regina Moreira Borges de
Orientador(a): Ulbricht, Leandra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/987
Resumo: Uma das aplicações da ergonomia é a prevenção de patologias músculo esqueléticas, dentre as quais a dor na região lombar é uma das mais prevalentes. Pedalar não é um movimento natural na ergonomia humana e, consequentemente, irregularidades no posicionamento levam a desequilíbrios. A postura inadequada altera as características de recrutamento muscular, principalmente na região lombar e nos membros inferiores durante o ato de pedalar, o que torna relevante a investigação das queixas de dor e desconforto na coluna vertebral. O objetivo deste estudo foi de analisar o impacto das adequações ergonômicas no sistema homem-bicicleta na dor lombar de ciclistas, a partir de registros eletromiográficos. Para isso, um estudo descritivo com 35 ciclistas avaliou três protocolos para o ajuste da altura do selim: (a) um protocolo de referência (REF), altura do selim inicialmente apresentada pelo atleta ;(b) P1 baseado em Burke, relacionou a altura do entrepernas multiplicado pela constante 1,09;(c) P2,onde a altura do selim foi regulada pela flexão de joelho quando o pedal encontra-se na parte mais baixa do ciclo da pedalada (PMI). Todos os protocolos foram avaliados por meio da eletromiografia (EMG System do Brasil, modelo 1600-U12) dos músculos quadrado lombar, eretor da coluna lombar, eretor da coluna torácica, reto abdominal, reto femoral, vasto lateral, vasto medial, isquiotibiais, gastrocnêmio. Adicionalmente, foi avaliada a geometria do posicionamento angular das articulações de membros inferiores durante as pedaladas, por meio da Biofotogrametria, onde foram medidos os ângulos de movimento do tornozelo, do joelho e do quadril em duas fases do ciclo da pedalada: (1) no ponto motor superior (PMS); e (2) no PMI. O impacto das recomendações foi avaliado antes do ajuste e em 30 dias e 5 meses após a recomendação ergonômica, pela aplicação da escala visual analógica de dor. Os resultados mostraram uma redução significativa dos relatos de dor pós ajustes, aos 30 dias (p=0,000), que perdurou até os 5 meses (p=0,023). Na comparação eletromiográfica do recrutamento muscular entre os protocolos, foram encontrados: (1) entre REF e P1, um índice significativamente menor de recrutamento muscular para : lombar (p=0,006); posterior de membro inferior (p=0,003) e abdominal (p=0,002);(2) entre REF e P2, recrutamento muscular significativamente menor na região abdominal (p=0,009); (3) entre P1 e P2, menor recrutamento muscular para membro inferior posterior em P1 (p=0,030). Na análise da geometria do movimento, diferenças significantes para o ângulo de joelho no PMS (p=0,003) e no PMI (p=0,012) em P1, apenas. A partir dos resultados encontrados, a hipótese inicial do estudo foi confirmada, uma vez que a média do sinal do traçado eletromiográfico, mostrou-se eficaz na quantificação das modificações do recrutamento muscular específico do esporte, para os diferentes métodos de ajuste do selim, e serviu como base para a recomendação de adequações ergonômicas, visto que foi após estas, foi diminuído a sobrecarga muscular na região lombar. As evidências permitiram concluir que P1 foi o protocolo mais eficaz na recomendação ergonômica de ajuste do selim, e o mesmo pode ser a referência de recomendação para os praticantes de ciclismo em mesmas condições antropométricas e de treinamento que a amostra aqui estudada. Ainda foi possível estabelecer que os músculos eletromiograficamente mais recrutados devem ser o foco do treinamento de força, na preparação dos atletas, de modo a diminuir o risco biomecânico para o desenvolvimento de lesões em treinos e competições.