Medidas de duração de consoantes oclusivas como vestígios de fala em análise acústico-instrumental forense de amostras com e sem uso de disfarce

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Carneiro, Denise de Oliveira lattes
Orientador(a): Faria, Rubens Alexandre de lattes
Banca de defesa: Faria, Rubens Alexandre de, Salvador, Fabio Augusto da Silva, Bassan, Julio Cesar, Maia, Ozana Maria de Andrade
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/1878
Resumo: A atribuição de autoria a falas provenientes de gravações ambientais e interceptações telefônicas de falas que provêm de crimes como tráfico de drogas, estelionato, sequestro, abuso sexual, pedofilia, e corrupção pode apresentar à perícia vários dificultadores para a obtenção de medidas acústicas. Um desses dificultadores pode ser o disfarce de voz. Com a possibilidade de ter suas vozes gravadas, o disfarce tem se tornado comum entre os perpetradores de crimes. Quando a voz é gravada, poderá servir como prova a partir do exame de comparação de locutor (ECL), que reúne metodologias para determinar se duas amostras de fala provêm do mesmo falante. O ECL é realizado por meio de análise perceptivo-auditiva, acústico-instrumental e de reconhecimento automático. Embora já tenham sido desenvolvidas tecnologias de verificação automática, as análises sem interferência humana não apresentam respaldo suficiente, seja pela má qualidade do sinal ou pela escassez de amostras de fala em banco de dados e, por isso, as pesquisas que ancorem as outras modalidades de análise são essenciais. A análise acústico-instrumental emprega ferramentas computacionais para avaliação quantitativa e qualitativa da fala e a engenharia biomédica possibilita o desenvolvimento de tecnologias para instrumentação da análise do sinal de fala. Em busca de um parâmetro acústico que seja robusto em análises de disfarce de voz, este trabalho utilizou medidas de duração de fases de segmentos, que têm sido pouco exploradas em ECL. As consoantes oclusivas não vozeadas do português brasileiro [p, t, k] são produzidas em três fases distintas: fase de oclusão, fase de soltura e transição formântica. As duas primeiras fases apresentam correlatos acústicos que se destacam na visualização do oscilograma: silêncio relativo e produção de ondas aperiódicas. Nesta pesquisa, foram analisadas instrumentalmente as falas de 20 sujeitos, 10 do sexo masculino e 10 do sexo feminino, com idades entre 25 e 55 anos, durante a leitura, com e sem o uso de disfarce, de um texto que simulava uma situação criminosa. Foram obtidas medidas dos tempos de oclusão e soltura das consoantes não vozeadas e constatou-se que o contexto fonológico posterior influencia o tempo de produção. Verificaram-se medidas diferentes entre a primeira e a segunda leitura com uso do disfarce, indicando que o falante apresentou dificuldade na manutenção do ajuste fonatório e que, embora tenham sido encontradas diferenças entre as medidas obtidas em fala com e sem disfarce, a correlação é forte entre as mesmas. O tempo de oclusão aparentou comportamento menos influenciável pelo uso do disfarce para as sílabas [pi, pu, te, tɛ], enquanto o tempo de soltura demonstrou maior suscetibilidade, exceto em [pi, te]. Os resultados permitem que alguns dos segmentos analisados sejam considerados vestígios de autoria dentro de um conjunto probatório.