A influência do cão de busca na resposta psicofisiológica do bombeiro militar, um design crossover
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação Física
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/28980 |
Resumo: | O Corpo de Bombeiro Militar emprega cães como suporte para as atividades de busca e salvamento. Por trabalharem diretamente e em conjunto, é natural que o cão e o bombeiro sofram influência no trabalho e na rotina um do outro. Durante a realização de atividades com o cão na guia, os bombeiros condutores relatam aumento de dores nos braços, antebraços e costas, além de sofrerem escoriações e cãibras. Aparentemente, essas consequências danosas são superiores aos bombeiros que realizam a atividade sem o cão. O objetivo deste estudo foi verificar a influência do cão de busca de odor específico nas respostas psicofisiológicas e neuromusculares do bombeiro militar na atividade simulada de busca de pessoa. A amostra foi de 10 bombeiros cinotécnicos que realizaram uma atividade de busca simulada, em duas condições experimentais (com e sem o cão), tendo aferidas variáveis antropométricas, psicométricas, e de desempenho. Na antropométrica, a massa corporal. Por sua vez, nas variáveis psicométricas, foram realizados testes de percepção subjetiva de esforço (PSE), dores e desconforto musculoesquelético e relato do somatório do número de escoriações, quedas, escorregões e tropeços (DESEQUILIBRIO), além da verificação e análise de variáveis de desempenho físico como: a altura do salto vertical com contra movimento (SVCM), produção de força isométrica e atividade eletromiográfica muscular de membro superior e inferior, variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e concentração de lactato. À exceção da PSE e DESEQUILIBRIO, as demais medidas foram realizadas nos momentos pré e pós atividade simulada. A atividade operacional foi em duplas, contando com um bombeiro condutor e outro bombeiro acompanhante. O bombeiro acompanhante ficou cerca de 5 metros atrás do bombeiro condutor e ambos perfizeram o percurso determinado pelo cão. A vítima a ser encontrada estava a cerca de 2 km do ponto de partida dos bombeiros, e o percurso contava com todos os itens obrigatórios para certificação de cão de busca. Após um intervalo mínimo de 72 horas, os bombeiros trocaram a função de condutor e acompanhante e realizaram os mesmos procedimentos experimentais. A Anova para medidas repetidas foi utilizada para as variáveis: SVCM, Força Isométrica, VFC, Lactato Sanguíneo, Questionário de Dor e Desconforto, a análise dos dados levou em consideração os fatores condição (Condutor x Acompanhante) e tempo (Pré x Pós atividade de busca). Quando necessário o post hoc de Bonferroni foi utilizado para identificar as diferenças entre as médias. Já o Teste T foi utilizado para as variáveis de PSE e DESEQUILÍBRIO, sendo a análise dos dados considerou o fator (Condutor x Acompanhante), e o tempo (Pós). O nível de significância considerado foi de p<0,05. Os principais resultados foram as interações (condição * tempo) para a concentração de Lactato Sanguíneo, a Força Isométrica de preensão manual da mão diretora, e para o nível de dor e desconforto de membros superiores. A condição Sem Cão causou maiores concentrações de lactato em comparação à condição Com Cão no momento pós (4,07 ± 0,82 vs 2,14 ± 1,04 mmol/L). Por sua vez, a Força Isométrica da mão diretora na condição com Cão apresentou uma maior queda de desempenho (-12,3% vs +9,2%). Por fim, houve um maior aumento do nível de dor e desconforto dos membros superiores na condição com cão (+13,4% vs -0,7%). Houve efeito principal de tempo independente da condição para o SVCM, que aumentou ao final da atividade. Houve efeito principal de condição independente do tempo para a Força Isométrica da mão não diretora e nível de dor no tronco e dores gerais. Essas variáveis foram maiores na condição com cão. As demais variáveis não apresentaram diferenças significativas. Conclui-se que o uso do cão promove alterações localizadas nos membros superiores do bombeiro condutor, reduzindo o nível de força isométrica e aumenta o nível de dor e desconforto nessa região. Por outro lado, o Bombeiro condutor apresenta um menor aumento da concentração de lactato. |