“Como uma cura desses vazios” o ensino de artes na perspectiva do letramento étnico-racial: um olhar a partir da atuação de professores(as) de artes na cidade de Belém/PA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Costa, Lívia Weyl lattes
Orientador(a): Voss, Andréa Maila Voss lattes
Banca de defesa: Kominek, Andréa Maila Voss lattes, Rebechi, Cláudia Nociolini lattes, Cruz, Felipe Alex Santiago lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/30758
Resumo: Compreende-se que o racismo parte da crença em uma suposta superioridade de determinado grupo humano, definido por suas características físicas e culturais, sobre outros grupos (GOMES, 2003; SILVA, 2020). No Brasil, devido à crença na democracia racial, essa prática acontece de maneira velada (GOMES, 2003; GONÇALVES, 2000) o que faz necessário pensar em ações para expor e discutir o racismo na sociedade. A cidade de Belém não é uma exceção, e apesar de a obrigatoriedade do ensino das culturas afro-brasileira e indígena, partes da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER), ser estabelecido por lei, professores de diversas áreas ainda enfrentam dificuldades para conseguir aplicar a temática em sala de aula (COELHO E QUADROS, 2018). Levando em consideração as experiências de letramento racial, expressas em processos que demandam repensar a raça como um instrumento de controle social, geográfico e econômico que age tanto em pessoas não brancas quanto em pessoas brancas (GUINIER, 2004; FERREIRA, 2015). E compreendendo que o ensino de artes ao mobilizar processos afetivos (BARBOSA, 1985) e gerar vivências emotivas e cognitivas (FERRAZ E FUSARI, 1993), manifestase também, como agente importante nos processos para que os alunos reflitam sobre as estruturas da sociedade e como são afetados por elas (PEIXOTO, 2001). Buscouse entender como, a partir de entrevista com cinco professores de artes da rede básica de ensino, e da lente do letramento racial, a ERER é trabalhada na cidade de Belém. A pesquisa é qualitativa, com enfoque materialista histórico-dialético, utiliza como método de coleta de dados a história de vida e como metodologia de análise de dados alguns aspectos da análise de conteúdo de Bardin. Como resultado, compreendeu-se que mesmo sem usar a nomenclatura, os professores propõem atividades que geram experiências de letramento, estas acontecem em diálogo com a cultura local e buscam valorizar a autoestima dos alunos não brancos. Ao mesmo tempo, o caminho para alcançar uma aplicação efetiva e coletiva da ERER ainda enfrenta uma série de desafios, o que reforça a importância de ouvir as experiências, anseios e opiniões dos docentes sobre o tema.