(1→6)-β-D-glucana (Lasiodiplodana) sulfatada: obtenção, caracterização e propriedades bioativas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Calegari, Gabrielle Cristina lattes
Orientador(a): Cunha, Mário Antônio Alves da lattes
Banca de defesa: Cunha, Mário Antônio Alves da, Dekker, Aneli de Melo Barbosa, Teixeira, Sirlei Dias
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4048
Resumo: A lasiodiplodana é uma (1→6)-β-D-glucana fúngica que apresenta diferentes funcionalidades biológicas, incluindo atividades antioxidante, hipocolesterolêmica, hipoglicemiante e anticarcinogênica. Suas propriedades biológicas podem ser potencializadas por meio de modificações químicas na estrutura da macromolécula, como por exemplo, a sulfatação. Neste contexto, no presente trabalho foram obtidos derivados sulfatados com diferentes graus de substituição (DS), os quais foram caracterizados por Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (IV-TF), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Análise Térmica (DTG, TGA e DTA), Difração de Raios-X (DRX) e solubilidade. Algumas propriedades biológicas foram avaliadas, tais como atividade antimicrobiana (MIC), antioxidante (FRAP, OH, ABTS e DPPH) e potencial citotóxico. Dentre os derivados sulfatados com diferentes DS (1,61; 1,42; 1,02 e 0,15) observou-se que não houve uma correlação direta entre DS e concentração do reagente sulfatante empregado no protocolo de derivatização. A derivatização promoveu aumento na solubilidade da macromolécula em relação a lasiodiplodana nativa. A sulfatação foi confirmada por IV-TF, através do surgimento de bandas em 1250 cm-1 (S=O) e 810 cm-1 (C-O-S), oriundas da introdução de grupamentos sulfônicos. As imagens de MEV demonstraram que a sulfatação promoveu mudanças morfológicas na superfície do biopolímero, levando ao surgimento de estruturas fibrilares e heterogêneas ao longo da área superficial. A lasiodiplodana sulfatada apresentou maior estabilidade térmica, ocorrendo oxidação do biopolímero em temperaturas próximas a 460 °C. A análise por DRX demonstrou que as amostras de lasiodiplodana nativa e sulfatadas apresentaram perfil difratográfico predominantemente amorfo, característico de polissacarídeos. A sulfatação potencializou a atividade antimicrobiana da lasiodiplodana, especialmente contra a Candida albicans (atividade fungicida) e Salmonella enterica Typhimurium (atividade bacteriostática). A amostra nativa apresentou maior capacidade de remoção do radical hidroxila, enquanto os derivados sulfatados apresentaram maior potencial FRAP. As lasiodiplodanas nativa e sulfatadas não demonstraram citotoxicidade letal contra cepas selvagem e mutantes de Saccharomyces cerevisiae, nas concentrações estudadas. As amostras com maiores DS (1,42 e 1,61) apresentaram menor potencial de indução ao estresse oxidativo. Os resultados do presente estudo indicam que o processo de sulfatação pode ser uma ferramenta atrativa para a potencialização de atividades biológicas da lasiodiplodana, podendo contribuir para a diversificação de suas aplicações biotecnológicas.