Diversidade funcional de abelhas e de plantas em áreas restauradas na parte sul da floresta atlântica, no município de Antonina (PR)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ribeiro, Caroline lattes
Orientador(a): Pagioro, Thomaz Aurélio lattes
Banca de defesa: Yamamoto, Flávia Yoshie lattes, Melo, Gabriel Augusto Rodrigues de lattes, Souza, Jana Magaly Tesserolli de lattes, Silva, Vinicius Marcilio da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4639
Resumo: A polinização por agentes bióticos é fator chave para a reprodução e manutenção da maior parte das espécies de angiospermas, sendo as abelhas o principal grupo polinizador. Interações mutualísticas, como aquelas realizadas entre abelhas e plantas, tendem a influenciar a estrutura e funcionamento de ambas as comunidades envolvidas, bem como as suas respostas a alterações ambientais. Elevadas taxas de perda de espécies de abelhas e a constante retração de áreas conservadas de Floresta Atlântica por pressão antrópica tornam urgente investigações sobre essas comunidades, no sentido de obter levantamentos de espécies, e compreender processos estruturadores de suas comunidades, dinâmicas populacionais e serviços ecossistêmicos. A ecologia funcional tem sido cada vez mais utilizada para investigar como comunidades respondem a essas alterações ambientais. Neste estudo foram analisadas áreas restauradas, em estádio sucessional inicial, em duas reservas ecológicas no município de Antonina/PR. Como premissa tem-se que fatores ambientais podem promover mudanças na proporção de estados de atributos funcionais apresentados pelas comunidades de abelhas e de plantas, alterando também a diversidade funcional destes grupos no espaço e no tempo. Foram levantados atributos funcionais para 97 espécies de abelhas e para 56 espécies de plantas. Os índices de diversidade funcional - FDis, FRic, FEve e FDiv - foram calculados e então comparados por testes t ou Kruskal-Wallis entre os meses amostrais, métodos de restauração ecológica (regeneração natural e reflorestamento), e tempo de restauração (quatro e seis anos). Foi testada a correlação entre os índices de diversidade funcional e fatores climáticos (precipitação, temperatura e fotoperíodo). Com os dados de interação entre as abelhas e as plantas foi verificado se a similaridade funcional prediz a similaridade de parceiros mutualísticos e por regressão de matrizes foram analisados os atributos funcionais mais importantes no estabelecimento das interações. Para as abelhas houve diferença na diversidade funcional entre métodos e tempo de restauração, enquanto para plantas houve diferença entre tempo de restauração e meses amostrais. A diversidade funcional, para ambas as comunidades, foi correlacionada a fatores climáticos, havendo nos meses mais quentes maior heterogeneidade na disponibilidade de recursos florais, e também maior diversidade de abelhas em atividade. Além disso, espécies que apresentam características funcionais similares tendem a interagir com os mesmos parceiros mutualísticos. Para as abelhas, os atributos funcionais mais importantes no estabelecimento das interações foram a localização do ninho, tamanho do corpo e comprimento do aparelho bucal, enquanto para as plantas os atributos mais importantes foram cor e formato da corola, e forma de vida. Os resultados demonstraram que pequenas variações nas características do ambiente, assim como fatores climáticos, podem alterar a diversidade funcional, embora todos os estados de atributos estivessem, de modo geral, presentes em todos os meses, métodos e idades. Analisar a diversidade funcional é fundamental não apenas para melhor compreender a influência de alterações ambientais sobre a estrutura e funcionamento das comunidades, mas também para entender como os atributos funcionais afetam o estabelecimento das interações.