Trabalho e fluxos migratórios: elementos da interculturalidade no contexto organizacional a partir da inserção de haitianos
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3254 |
Resumo: | A presente dissertação tem como objetivo principal, analisar elementos da interculturalidade no contexto organizacional a partir da inserção de trabalhadores haitianos, em diferentes organizações de Pato Branco – PR. Para tanto, realizou-se uma pesquisa de caráter exploratório, descritiva, com abordagem qualitativa. A amostra do estudo foi composta por 11 entrevistados com vínculo em organizações de segmentos diversos que contrataram trabalhadores haitianos. A primeira etapa da coleta de dados ocorreu por meio de documentos e relatórios oficiais disponibilizados por órgãos como o Ministério do Trabalho, Polícia Federal, Observatório das Migrações. Posteriormente, foram realizadas entrevistas e grupo focal, utilizando-se um roteiro semiestruturado com perguntas abertas. Para a análise qualitativa dos dados, empregou-se o método de análise de conteúdo (BARDIN, 2016). As categorias de análise a priori definidas foram: Trocas entre diferentes culturas; interação entre culturas, alteridade, diferença e identidade. Os resultados a partir das categorias analíticas evidenciam que relativo as trocas entre culturas, o ambiente organizacional é impermeável, ou seja, a cultura nacional é predominante. Quanto a interação entre culturas, os resultados evidenciaram para a existência de barreira linguística refletindo no desempenho do trabalho, segregação, bem como na dificuldade de interação. Ainda, há ausência de mobilização para estimular o convívio que fomente a proximidade entre nativos e migrantes. Em relação a alteridade verificou-se a ausência, ou seja, não há práticas que contemple a valorização das diferenças existentes. A disparidade salarial e de competências técnicas também revelou-se como uma barreira ao crescimento e reconhecimento profissional. Na categoria diferença, identificou-se que a comunicação é um desafio na gestão intercultural, pois há dificuldade de estabelecer diálogos, em virtude, da falta de conhecimento da língua portuguesa. A constatação relativo a identidade revelam que os discursos institucionais priorizam relações democráticas, ao qual todos possuem oportunidades e direitos igualitários, todavia, as ações não ocorrem na prática. Conclui-se que as organizações precisam investir na preparação de equipes que acolham trabalhadores migrantes, principalmente, no que tange as políticas e práticas de comunicação, uma vez que se percebeu o distanciamento provocado as limitações da linguagem. Faz-se necessária a melhoria da leitura do cenário organizacional, bem como a superação de preconceitos existentes nas culturas organizacionais e as formas etnocêntrica de perceber as relações entre trabalho e pessoas. Assim, é importante o desenvolvimento de políticas e estratégias que possibilitem ações para a integração efetiva do trabalhador migrante, e a promoção da interação cultural. |