Viver "à margem": as representações do (não) morar nas crônicas-reportagem de Eliane Brum
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/24696 |
Resumo: | Este trabalho tem por objetivo principal analisar representações relacionadas ao tema da moradia em crônicas-reportagem da autora Eliane Brum. Para isso, buscase, a fim de estabelecer comparações, a observação da temática em textos ficcionais de outros autores, partindo-se do contexto do final do século XIX e início do XX, momento em que a expansão das cidades exige mudanças relacionadas à infraestrutura dos centros urbanos e coloca em evidência as desigualdades sociais. Nas crônicas de Eliane Brum, publicadas ao fim do século XX e início do XXI, verifica-se os procedimentos de escrita adotados pela autora a fim de atrair o leitor para perceber o desamparo dos que vivem em condições precárias de habitação ou são moradores de rua. Como suporte teórico, utilizaram-se conceitos relacionados à modernidade oitocentista e acerca da modernidade “líquida”. A esse respeito, foram consultadas as obras dos autores: Zygmunt Bauman, Marshall Berman e Renato Ortiz. Contextualiza-se o início da República no Brasil, através dos estudos de Nicolau Sevcenko, Lilia Moritz Schwarcz, Flora Süssekind, Beatriz Resende e Cristiane Costa. Os aspectos composicionais relacionados à crônica-reportagem e as aproximações entre literatura e jornalismo são desenvolvidos por meio de pesquisas de Rildo Cosson, Antonio Candido, José Marques de Melo, Marcelo Coelho e Luiz Carlos Simon. Em relação à implantação da hidrelétrica de Belo Monte, que levou à expulsão de ribeirinhos do Vale do Xingu, o estudo de Maíra Borges Fainguelernt deu suporte ao trabalho. Nas crônicas de Eliane Brum analisadas, há a crítica sobre a violência com que as ações para implantar a usina foram efetuadas. A autora emprega como estratégias de escrita recursos comuns à literatura─ imagens poéticas, metáforas, intertextualidade─, além de procedimentos narrativos que colocam em evidência o indivíduo e sua história, como as descrições relacionadas ao seu ambiente. Assim sendo, a escrita possui a função de manter a memória sobre como era morar no Xingu e denuncia a destruição ocorrida, busca-se a sensibilização para os fatos na valorização estética. |