Acúmulo do alumínio em derivados de trigo (Triticum aestivum)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Mello, Jéssia Carneiro de lattes
Orientador(a): Lucchetta, Luciano lattes
Banca de defesa: Pieta, Adriana lattes, Lucchetta, Luciano lattes, Burgardt, Vânia de Cássia da Fonseca lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Londrina
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/5000
Resumo: O consumo de alimentos com teores significativos de alumínio têm sido foco de discussões relacionadas a saúde. Na legislação brasileira não é estabelecido limite do residual de alumínio para alimentos, tampouco recomendações operacionais para assegurar baixas concentrações deste metal e os parâmetros oficiais se resumem às recomendações diárias de consumo. O alumínio está distribuído na natureza, e pode estar presente nas matérias primas ou ainda ser resultado de processos de produção dos alimentos. Na cadeia do trigo e seus derivados, a exposição ao metal ocorre já no plantio, devido à presença do alumínio no solo, como resultado de lixiviação. No entanto, a presença deste metal em solos cultiváveis representa baixas produtividades, uma vez que este composto confere toxidez às plantas, e em função disso, alternativa como a calagem, é utilizada para minimizar estes efeitos, sem, no entanto, haver esclarecimento sobre a potencial migração do alumínio do solo para partes comestíveis da planta, como os grãos. Uma segunda etapa crítica para o potencial incremento do alumínio nesta cadeia é a armazenagem, período em que os grãos podem ser tratados quimicamente com fosfeto de alumínio (fosfina) para o controle de pragas, e que podem apresentar acúmulo residual do metal. Com base nisso, foram conduzidos dois experimentos: o primeiro com o propósito de avaliar o efeito da correção de solo por calagem no teor de alumínio total em produtos farináceos de trigo e o segundo, para avaliação do expurgo no tratamento de grãos de trigo armazenados como potencial contribuinte no incremento de alumínio nos seus derivados. Para isso, foi realizado o plantio do trigo em solo com presença e com ausência de calagem, em sistema de plantio direto, seguida de moagem experimental dos grãos para obtenção dos derivados: farinha de trigo branca, farinha de trigo integral e farelo. No segundo experimento foi realizada uma dopagem de grãos de trigo com dosagens de 0, 50, 100 e 200% do residual de fosfina em pastilhas, seguida de moagem experimental para separação dos mesmos derivados do primeiro experimento. A concentração de alumínio nos produtos farináceos foi realizada pelo método ICP-MS. Os resultados mostraram que o alumínio total presente nos produtos farináceos de trigo pode ser devido a um somatório de fontes ao longo da cadeia produtiva, e que a contaminação se apresenta em maior quantidade no farelo do que em farinhas. Desta forma, conclui-se que o incremento de alumínio em função da sua presença no solo ou do uso de produtos químicos no controle de pragas é considerável, no entanto, isso não é totalmente inevitável, uma vez que se pode adotar medidas preventivas, como o manejo por calagem e de boas práticas no tratamento químico de grãos armazenados, de modo a assegurar que os residuais sejam mínimos.