Descarte do lixo e seu impacto no ambiente e saúde: percepção das comunidades indígenas de Mangueirinha – PR
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/1097 |
Resumo: | A perda histórica das terras e dos recursos naturais e os constantes contatos interétnicos têm transformando pelo menos uma parte das economias indígenas dependentes da lógica econômica de mercado capitalista e alterado o padrão de consumo nas aldeias. Há certa dependência em relação aos alimentos consumidos, em sua grande maioria comprados, o que aumenta o número de embalagens e rejeitos para se desprezar. No entanto, a coleta de lixo nas aldeias é precário o que emana problemas no seu descarte. Em visita a Terra Indígena Mangueirinha observou-se a presença de lixo ao redor das casas contendo embalagens de produtos industrializados, tais como garrafas de plástico, latas de refrigerante, pacotes de salgadinho e fraldas descartáveis. Neste contexto, a pesquisa teve como objetivo principal analisar a percepção da população da Terra Indígena Mangueirinha em relação ao descarte do lixo e seu impacto na saúde e no ambiente da aldeia. Os objetivos específicos da investigação foram: traçar o perfil da cultura alimentar e sócio econômico dos entrevistados; identificar o método de descarte do lixo utilizado pela população investigada e identificar a percepção dos indígenas sobre meio ambiente e seus impactos na saúde. Para a investigação deste estudo de caso realizou-se uma pesquisa qualitativa com treze indígenas. Foi utilizado um roteiro pré-elaborado para nortear as questões referentes ao perfil do entrevistado, quais os métodos utilizados para o descarte do lixo e como percebem a relação do ambiente com a saúde. As entrevistas foram realizadas na escola Kokoj Ty Han já e em visitas domiciliares. Os resultados da pesquisa mostram que os indígenas realizam atividades culturais com o objetivo de manter vivos os costumes e aspectos tradicionais da aldeia, porém no cotidiano, diversos segmentos são afetados pela influência não indígena, tais como educação, saúde e hábitos alimentares. No que se refere à percepção sobre os problemas ambientais na área indígena ou no entorno dela, formaram-se 3 grupos diferentes, dos moradores que identificam o desmatamento como o principal problema ambiental, o segundo grupo que identifica como a poluição e o terceiro grupo que acredita não existir problema ambiental nas Terras Indígenas. Os contatos interétnicos modificaram a percepção do que consideram itens necessários ao seu bem estar. Na procura por ter acesso aos bens de consumo diversificam seus meios de vida, conciliando o trabalho assalariado a outras fontes de renda. O que tem implicado na liberação de resíduos não orgânicos no meio ambiente e sido fonte de agravos à saúde. Os moradores elencaram soluções para os problemas enfrentados, como aumentar a frequência de coleta e os pontos em que passa o caminhão de lixo, construir depósitos para o armazenamento correto e a realização de orientações à comunidade para o reaproveitamento do lixo orgânico, separação do lixo e descarte correto. Portanto, percebem a importância de preservar o meio ambiente para sua qualidade de vida, porém no cotidiano lhes faltam estrutura e disponibilidade de serviços públicos de coleta de lixo e ações educativas sobre o manejo dos resíduos sólidos. |