O dispositivo do tempo e a constituição do sujeito pesquisador
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Maringá
Campo Mourao |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Administração
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/1083 |
Resumo: | Inspirando-se em Michel Foucault, especialmente em suas contribuições acerca das relações de poder e da ética do cuidado de si, esta pesquisa teve por finalidade responder o seguinte problema: de que forma se dá a constituição do sujeito pesquisador, na Universidade Estadual de Maringá, a partir do dispositivo do tempo? Partiu-se, assim, do método genealógico, presente em Nietzsche e retomado pelo filósofo francês, para compreender as relações de forças por meio das quais o pesquisador é produzido. Ressalta-se que a genealogia não pressupõe essências imutáveis, dadas a priori, pois, para ela, o próprio sujeito é compreendido enquanto efeito de um determinado estado de forças. Assim, buscou-se o conhecimento das condições e circunstâncias nas quais o sujeito pesquisador nasceu,desenvolveu-se e modificou-se ou, em outras palavras, buscou-se seu nascimento empírico.Para compreender a constituição do sujeito pesquisador, a categoria de dispositivo teve papel fundamental, já que serviu como operador metodológico auxiliando na análise das práticas discursivas, de poder e de subjetivação. Dentre os diversos dispositivos envolvidos na constituição do sujeito pesquisador, optou-se por enfocar o dispositivo do tempo. Este foi proposto enquanto uma hipótese teórica pelo autor deste trabalho e teve por finalidade dar visibilidade ao campo de forças no qual o pesquisador é engendrado. A análise desse dispositivo recorreu a elementos diversos e heterogêneos, tais como editais, regulamentos,leis, páginas da internet, entre outros. Também foram realizadas 9 entrevistas e consultadas outras 21 (vinte e uma) realizadas por Gois (2012,2013). A partir das análises realizadas foi possível desenhar uma cartografia das linhas de produção da subjetividade do pesquisador, percebendo-se, por meio da escola-universidade, o sequestro de sua existência. Notou-se um imperativo para que o tempo do pesquisador seja cada vez mais utilizado de forma exaustiva e produtiva. Contribui para isso uma série de elementos como as bolsas de produtividade em pesquisa (ofertadas por meio de editais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o currículo lattes, as avaliações dos cursos de pós-graduação (realizados pela Coordenação de Pessoal de Ensino Superior), dentre outros. Contudo, se o dispositivo do tempo age sobre os pesquisadores dando-lhes certos contornos, surgem, em oposição, as resistências – expressas especialmente por meio do exercício da reflexão enquanto uma prática de liberdade. Diante disso, como conclusão, ressaltou-se que a forma pesquisador encontra na Universidade um lugar privilegiado de ser. Há, entretanto, à margem dessa moldura que constitui o pesquisador nas universidades sujeitos que fazem pesquisa e que escapam às formas de subjetivação sofridas pelo dispositivo do tempo. Ressalta-se, desse modo, a necessidade de criar outras formas de existência e subjetivação que transponham o dispositivo do tempo. |