Toxicidade de lodo de esgoto sanitário: subsídios para tomada de decisão ambientalmente correta antes da incorporação em solos agrícolas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Filippi, Ádila Cristina Krukoski lattes
Orientador(a): Peron, Ana Paula lattes
Banca de defesa: Peron, Ana Paula lattes, Marques, Marcia Maria Mendes lattes, Rauen, Thalita Grando lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Francisco Beltrao
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental: Análise e Tecnologia Ambiental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/30424
Resumo: No Estado do Paraná, Brasil, é recorrente o uso de lodo de esgoto calcinado (biossólido) sem remediação como fertilizante para o cultivo de milho e soja. No presente estudo, avaliou-se a composição química, o potencial patogênico e o potencial tóxico em sistema vegetal e Eisenia fetida de biossólido produzido por uma unidade geradora de lodo localizada no sudoeste do estado. A análise de metais pesados e de patógenos, com base na Resolução 498/2020 do Conselho Nacional Brasileiro do Meio Ambiente, demonstrou que o resíduo pode ser incorporado em solos de cultivos no Brasil. As concentrações 100; 50; 25; 12,50 e 6,25% do biossólido causaram fitotoxicidade a Lactuca sativa, Cucumis sativus, Triticum aestivum e Allium cepa, porém, foram benéficas a germinação e alongamento de raízes em Zea mays L. Em meristemas de raízes de bulbos de A. cepa, as cinco concentrações causaram distúrbios a divisão celular e a concentração 100% causou expressiva morte celular. Todas as concentrações promoveram intumescimento em raízes de bulbos de cebola, além de inibição drástica das enzimas ascorbato peroxidade e superóxido redutase, ativação da enzima guaiacol peroxidase e peroxidação lipídica em seus meristemas. Em minhocas, as concentrações de biossólido no solo apresentaram alta porcentagem de fuga. No teste de mortalidade, as três maiores concentrações causaram a morte de todas as minhocas, e a 12,50% a morte de 41% dos animais. Em relação a produção de EROs, nos animais sobreviventes a catalase e a guaiacol estiveram ativas. Os resultados de toxicidade sugerem potente periculosidade do biossólido a plantas e organismos de solo. É impreterível que as unidades geradoras de lodo no Paraná subsidiem manejo adequado do resíduo antes da disponibilização a agricultores, uma vez que, a sua utilização recorrente pode impactar drasticamente na sobrevivência de diferentes espécies e comprometer toda a cadeia trófica associada.