Poluição do ar dentro de barcos no litoral do estado de Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Coloma, Álvaro Alfredo Parra lattes
Orientador(a): Krecl, Patricia lattes
Banca de defesa: Krecl, Patricia, Targino, Admir Créso de Lima, Galvi, Boris
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Londrina
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4045
Resumo: A queima de combustível nos motores de barcos emite poluentes sólidos e gasosos que impactam negativamente a saúde humana e o meio ambiente. Um dos poluentes atmosféricos particulados de especial interesse são as partículas ultrafinas (com diâmetro menor que 100 nm) que podem atingir a região alveolar e produzir danos no sistema respiratório. Dentro desse grupo, encontram-se as partículas de black carbon (BC), que além dos efeitos adversos sobre a saúde humana, contribuem para o aquecimento global. Nesse contexto, pela primeira vez no Brasil, foram monitoradas as concentrações do número de partículas (CNP) e de BC dentro de barcos que navegam no litoral do Paraná, especificamente entre Paranaguá/Pontal do Sul e a Ilha do Mel (localizada a 4 km da costa) no verão de 2015. Também foram realizadas medições fixas destes poluentes nos trapiches e na Ilha do Mel (em uma pousada e na Praia de Fora), e de variáveis meteorológicas. Os resultados mostraram uma grande variabilidade espacial das concentrações de BC e CNP. Em média, o trajeto da Ilha do Mel para Pontal do Sul foi mais poluído (BC: 27,25 μg m-3 e CNP: 2,68 x 104 cm-3) do que o trajeto para a Ilha do Mel (BC: 5,43 μg m-3 e CNP: 1,05 x 104 cm-3). A brisa marinha influenciou as concentrações medidas a bordo dos barcos, favorecendo a dispersão dos poluentes em alguns casos e em outros contribuindo com a fumigação desses poluentes para dentro da cabine. As correntes de maré e o vento interagiram com a força de deslocamento do barco, gerando resistências nas viagens em alguns casos e, portanto, causando a elevação das emissões pelo escapamento. As medições fixas de BC e CNP foram relativamente baixas em comparação com o monitoramento móvel. As menores concentrações médias de BC foram observadas na pousada (0,46 μg m-3) e Praia Encantada (0,69 μg m-3), e no caso da CNP a menor média (0,22 x104 cm-3) foi observada no trapiche de Brasília. A exposição média para todas as viagens foi de 16,34 μg m-3 para BC e 8,15 x104 cm-3 para CNP. A maior dose de BC foi observada para a tripulação (7,8 μg min-1), seguida pela dose dos passageiros adultos (3,55 μg min-1), idosos (3,40 μg min-1) e crianças (3,35 μg min-1). A dose de CNP alcançou 2,24 x 103 cm-3 min-1 para a tripulação e as dos passageiros variaram entre 0,96 e 1,01 x 103 cm-3 min-1. A exposição ao BC durante a viagem mais poluída foi 617 vezes maior que a exposição registrada na pousada da Ilha do Mel. Os resultados deste estudo alertam sobre a ocorrência de valores extremamente altos de BC e CNP a bordo dos barcos quando comparados com outros meios de transporte no Brasil. São necessários mais estudos no setor de transporte aquático no Brasil, já que passageiros e tripulação em outras regiões poderiam estar expostos também a altas concentrações de poluentes atmosféricos.