Educação não-formal em mídias: divulgação científica sobre nanotecnologia
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Tecnologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/491 |
Resumo: | Na última década vem sendo institucionalizadas no Brasil políticas públicas de popularização da ciência e da tecnologia. Todavia, poucos estudos têm sido realizados sobre as metodologias utilizadas e os conteúdos desenvolvidos. Nesse contexto, a tese tem como objetivo central examinar a divulgação da nanotecnologia em mídias que respondem a interesses e valores de grupos sociais diferentes, e indagar, mediante uma análise comparativa, quais são as características dos modelos de divulgação utilizados, quais são os conteúdos referenciados e quais não são abordados, e qual é sua função educativa. Utiliza-se a metodologia de análise de conteúdo, de cunho qualitativo e quantitativo, a partir dos fundamentos dos Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia, em especial dos Latino-americanos, e da educação não-formal. Analisam-se as seções de ciência do programa de TV aberta Bom Dia Brasil e do jornal Folha de S. Paulo no período de 2008 a 2010, e uma amostra não aleatória de 20% dos programas Nanotecnologia do Avesso, programa de entrevistas em webTV, no período de 2009 a 2010. Observou-se, mediante análise comparativa, que as definições de nanotecnologia variam bastante entre os meios, dependendo de quem as produz e das circunstâncias que levam à sua promulgação e estabilização. No Bom Dia Brasil e na Folha de S. Paulo o conceito de nanotecnologia enfatiza o artefato material e explicita minimamente sua configuração social por uma rede sociotécnica, aspecto amplamente abordado no Nanotecnologia do Avesso. Todas as mídias descrevem as novas propriedades e funções da matéria em nanoescala, mas diferem na forma de fazê-lo, de acordo com os interesses dos atores relevantes representados: ora salientam o potencial de inovação que tais propriedades geram, ora novos riscos associados a elas. No Bom Dia Brasil e na Folha de S. Paulo sobressaem expectativas de que tais novas propriedades e funcionalidades redundem em benefícios, tais como produtos mais eficientes para a abertura de novos mercados, avanços na saúde e qualidade de vida e preservação do meio ambiente. Essas visões reproduzem discursos baseados em modelos lineares, como a suposta neutralidade, inexorabilidade e progresso contínuo da ciência e da tecnologia. No Nanotecnologia do Avesso é proeminente a discussão de potenciais riscos e implicações sociais, legais e éticas da nanotecnologia, e a demanda pela aplicação do princípio de precaução e regulação obrigatória. Conclui-se que a divulgação sobre nanotecnologia é um processo educativo repleto de tensões e polarizações, que transcende sua especificidade de prática simbólica e se articula com a prática produtiva e social, ora aproximando-se, ora afastando-se da perspectiva de cidadania sociotécnica, de acordo com os modelos de divulgação adotados e os grupos sociais representados nas diferentes mídias. |