Avaliação da biodisponibilidade e a bioacumulação de metais em botos-cinza do complexo estuarino-lagunar de Iguape-Cananéia, SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Salgado, Lilian Dalago
Orientador(a): Azevedo, Júlio César Rodrigues de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/1192
Resumo: O Rio Ribeira de Iguape é o maior responsável pelo aporte de água doce e sedimentos em suspensão ao Complexo Estuarino-Lagunar de Iguape-Cananéia (CELIC), que abriga uma população de cerca de 200 botos-cinza. A bacia deste rio foi fortemente afetada por atividades mineradoras, que contaminaram os sedimentos ao longo de seu curso e em parte do estuário. Este estudo avaliou a variação espacial e temporal dos parâmetros físicos e químicos do ambiente, a biodisponibilidade do Fe‚ Zn‚ Mn‚ Co‚ Cu‚ Cr‚ Cd, Pb e Ni nos sedimentos e a acumulação destes elementos no fígado de 21 golfinhos da espécie Sotalia guianensis. A água e os sedimentos foram amostrados em 8 pontos ao longo do sistema em três diferentes coletas entre os anos de 2013 e 2014 e as amostras de tecidos foram obtidas através do monitoramento de praias entre 2009 a 2012. Algumas condições abióticas encontradas entre as porções norte e sul do sistema diferiram em grande grau, com maior destaque à salinidade, resistividade, OD, pH e ao aporte de nutrientes e metais. O Pb, Zn, Cu, Mg e Fe apresentaram altos valores nos sedimentos próximos a Iguape, sendo considerados como fortemente biodisponíveis. Ainda, a razão SEM/SVA dos íons metálicos Pb, Cd, Ni, Cu e Zn apontou maior toxicidade dos sedimentos desta região. Houve correlações positivas entre estes elementos indicando que provavelmente tenham as mesmas fontes, sendo provenientes do arraste realizado pelo Rio Ribeira de Iguape. No fígado dos golfinhos, as concentrações deram-se na seguinte ordem de grandeza: Fe>Zn>Cu>Mn>Cr>Pb>Ni>Co>Cd. O Fe e o Zn apresentaram as maiores variações entre os metais e o Pb teve a maior variação e média descritas para a espécie (1,94 μg g-1). Não foram observadas correlações no acúmulo dos metais entre os sexos e o comprimento corporal dos animais. No entanto, animais infantes apresentaram maiores concentrações de metais essenciais, estando estes valores ligados ao período de rápido crescimento pós-natal. Considerando-se o histórico local e os valores observados para a biodisponibilidade dos metais, o estudo ressalta a utilização do boto-cinza como sentinela sendo esta avaliação uma importante abordagem para o monitoramento ambiental uma vez que permite a medição direta da biodisponibilidade dos poluentes. A alta média observada para o chumbo nos botos pode refletir a contaminação ambiental local causada por atividades mineradoras e indicar uma possível transferência trófica, uma vez que a dieta é uma das principais vias da exposição ao elemento.