Avaliação de biomarcadores após exposição subcrônica de tilápias a uma mistura de filtros solares químicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sovierzoski, Julia Caroline Freire lattes
Orientador(a): Nagata, Wanessa Algarte Ramsdorf lattes
Banca de defesa: Freitas, Adriane Martins de lattes, Bailão, Elisa Flávia Luiz Cardoso lattes, Guiloski, Izonete Cristina lattes, Martins, Lucia Regina Rocha lattes, Nagata, Wanessa Algarte Ramsdorf lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/28825
Resumo: A ocorrência dos fotoprotetores químicos em ambientes aquáticos tem sido objeto de estudos científicos devido ao elevado potencial de bioacumulação dessas substâncias e seus possíveis efeitos adversos à biota, tanto em ambientes marinhos quanto dulcícolas. O objetivo do presente estudo foi avaliar efeitos subletais em tilápias expostas simultaneamente a benzofenona-3 (BP-3), octilmetoxicinamato (OMC) e octocrileno (OC), em dois níveis de concentração (0,001 e 0,5 mgL-1) sob condições laboratoriais. A estabilidade dos compostos, taxa de assimilação e concentração da exposição foram monitorados por cromatografia líquida. O método cromatográfico por LC-DAD foi desenvolvido e validado para análise das amostras aquosas, contemplando a concentração inicial e durante o período de exposição. Entre os compostos analisados, a BP-3 apresentou melhor estabilidade nas condições do bioensaio e também quando submetida à ciclos de congelamento. O armazenamento em embalagens plásticas de polipropileno demonstrou maior redução de concentração para os compostos com maiores valores de log kow (OMC e OC). As taxas de assimilação foram investigadas a partir da comparação entre a redução da concentração dos filtros da fase aquosa em aquários com e sem peixe. Foi realizado um ensaio de exposição aguda (24 h) e, para a BP-3, a presença de um indivíduo ocasionou redução da concentração 30% superior nas primeiras 3 horas de exposição, 28% após 6 h e 22% após 24 h (p=0,0049). Os valores bioassimilados de OMC e OC não foram significativos (p=0,5809 e p=0,6115, respectivamente), possivelmente devido a maior instabilidade observada para esses compostos em água aerada. Os valores de redução de concentração superiores a 60% para todos os compostos após 24 h foram considerados para a realização do bioensaio de exposição subcrônica (29 dias) e a renovação das concentrações ocorreu a cada 24 h (sistema semi-estático). Após o período de exposição, a mutagenicidade (teste do micronúcleo písceo) e genotoxicidade (ensaio cometa) foram avaliadas para o grupo exposto a menor concentração e demonstraram ausência de diferença estatística em relação aos grupos controle (p=0,747 e p=0,364, respectivamente). A constante de Fulton (K) não indicou diferenças significativas na saúde geral dos indivíduos de todos os grupos. Os resultados dos biomarcadores bioquímicos avaliados foram semelhantes quanto a ausência de diferença estatisticamente significativa entre os grupos para as atividades das enzimas acetilcolinesterase (AchE) (p=0,1312), catalase (CAT) (p=0,3329) e glutationa-s-transferases (GST) (p=0,5289). Em relação aos níveis de peroxidação lipídica (LPO), observou-se diferença significativa (p<0,0001) entre os grupos expostos comparados aos grupos controle em ambas as concentrações indicando aumento da taxa de radicais livres (estresse oxidativo). Os dados demonstram que a mistura dos filtros solares avaliados pode implicar em potenciais efeitos adversos crônicos para Oreochromis niloticus considerando que são contaminantes emergentes constantemente presentes em ambientes aquáticos continentais.