Significados do trabalho atribuídos por mulheres egressas de engenharia civil de uma universidade tecnológica
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/24962 |
Resumo: | O curso superior de Engenharia Civil destaca-se entre as áreas tecnológicas que mais gradua estudantes no país. A profissão possui um status socialmente construído e um longo histórico de presença masculina, com a atuação das mulheres marcada pela divisão sexual do trabalho. Esta dissertação foi construída a partir da concepção marxista de trabalho e da definição de divisão sexual do trabalho, bem como do conceito de significado da Teoria Histórico Cultural. Ainda, utilizou autores do campo da Ciência, Tecnologia e Sociedade para compreender as relações entre sociedade e a área tecnológica da engenharia. Objetivou-se analisar os significados do trabalho atribuídos pelas mulheres egressas do curso de Engenharia Civil de uma universidade tecnológica pública de Curitiba. Entre os objetivos específicos, buscou-se identificar os significados históricos do contexto geral das mulheres nas engenharias, presentes na literatura, e compreender os significados da formação em engenharia das egressas entrevistadas, assim como os significados do trabalho atribuídos por elas enquanto mulheres graduadas neste curso. A pesquisa qualitativa procurou atender aos seus objetivos por meio de uma metodologia pautada na epistemologia qualitativa proposta por Fernando González Rey, que orientou a metodologia da coleta e análise da informação. O estudo foi realizado com seis egressas do curso de Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) no período de 2013 a 2018 e, como instrumento de pesquisa, utilizou-se a entrevista semi-estruturada com as participantes, cujos contatos foram levantados por meio da Técnica da Bola de Neve. Como resultados, é possível verificar que os significados de poder e status atrelados à engenharia foram fundamentais para elitizar e masculinizar este campo profissional. A graduação em engenharia mantém o significado de um curso difícil e a realização dos estágios teve uma grande importância para as entrevistadas. Durante o período em que estiveram na graduação, as instabilidades do mercado da construção civil as fizeram rever e reconstruir o significado que tinham acerca da Engenharia Civil como uma profissão de prestígio. As entrevistadas foram amplamente incentivadas pela família para seguir essa profissão e conviveram com muitas mulheres durante a graduação, apontando para uma mudança do significado masculino da formação em Engenharia Civil. No entanto, o ingresso destas mulheres na profissão continua cercado por episódios de discriminação e assédio, o que indica a permanência da divisão sexual do trabalho na engenharia. As entrevistadas, entretanto, possuem uma consciência destas práticas, questionando-as e agindo de maneira a transformar seus locais de trabalho. Nota-se, ainda, um questionamento do que significa ser uma engenheira atualmente e um processo de construção de suas identidades profissionais. |