Entre a indeterminação da vida e o direito à cidade na periferia: estudo de ações coletivas nas ocupações da CIC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sanches, Aline lattes
Orientador(a): Polli, Simone Aparecida lattes
Banca de defesa: Volochko, Danilo lattes, Lima, Paulo Rolando de lattes, Gusso, Ramon Jose lattes, Torres, Ricardo Lobato lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Governança Pública
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/26874
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar em que medida as resistências – enquanto práticas, estratégias, ação de moradores das ocupações da CIC e de entidades externas que atuam no local – contribuem para a reprodução da vida e/ou para a promoção do direito à cidade na periferia. Os conflitos urbanos são centrais para esse trabalho, pois são entendidos aqui sob a perspectiva de que evidenciam práticas e experiências que se aproximam do direito à cidade enquanto resistência, com a perspectiva de reivindicar uma cidade a ser produzida. Inicialmente, parte-se da produção desigual do espaço urbano em Curitiba, e visa-se compreender como essa precarização fragiliza a noção de direitos sociais. Entretanto, em meio às despossessões e à indeterminação da vida na periferia, os moradores buscam garantir sua sobrevivência, além de construírem experiências que partem do cotidiano e produzirem resistências. Por meio do estudo de atores chave das entidades, analisa-se como e em que medida esses grupos podem produzir resistências urbanas no sentido do direito à cidade. Buscando discutir estas questões, o trabalho tem como estudo de caso as ocupações da CIC. Para o desenvolvimento da pesquisa, foram definidos recortes temporais, restringidos ao período de reconstrução após o incêndio ocorrido no local no final de 2018 e ao decurso da pandemia em 2020. Dessa forma, foram identificadas, selecionadas e entrevistadas as entidades que atuaram nestes dois momentos. Por meio das entrevistas, notou-se que, por vezes, o direito à cidade se limita à casa e à infraestrutura, entretanto, as relações de confiança estabelecidas auxiliam na experimentação e na produção da cidade. As práticas podem indicar uma relação ambígua que navega entre conformismo e resistência, na medida em que se conformam com situações de culpabilização, de precariedade na periferia e adentram a cidade desigual, mas que também são presença ativa na busca pela posse da terra e nas insurgências do cotidiano.